O setor de data centers está em plena expansão no Rio de Janeiro, e a expectativa é de que a capacidade instalada no estado dobre até 2026. Tradicionalmente concentrados em São Paulo, onde 86% da capacidade nacional se encontra, os data centers estão começando a se espalhar por outras regiões do Brasil. O Rio de Janeiro, em especial, tem se destacado como um novo polo para esses investimentos.
De acordo com a consultoria JLL, atualmente o Rio conta com 76 MW de capacidade em operação, um aumento significativo em relação aos 30 MW de poucos anos atrás. Além disso, há mais 103 MW em projetos de data centers em construção ou planejados. Em 2022, o estado registrou um crescimento de 115% no setor, com a inauguração de grandes unidades, como a primeira da Scala, com 13,2 MW, e um data center de 24 MW da Odata, ambos localizados em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
Vantagem competitiva do Rio
O Rio de Janeiro tem uma vantagem estratégica em relação a outros estados: é um dos três pontos de chegada dos cabos submarinos que conectam o Brasil a outros continentes. Esses cabos são essenciais para a operação dos data centers e tornam a região especialmente atrativa para o setor. Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, é o ponto de chegada do cabo submarino, enquanto os outros dois desembocam em Santos (SP) e na Praia do Futuro, em Fortaleza.
“Estamos acrescentando nosso terceiro data center no Rio e também estudamos outros mercados, como o Nordeste, Belo Horizonte e o Distrito Federal”, afirma Eduardo Carvalho, presidente para a América Latina da Equinix, uma das principais operadoras de data centers.
Expansão na Baixada Fluminense
A Baixada Fluminense, especialmente em municípios como São João de Meriti, tem atraído muitos desses projetos devido à disponibilidade de terrenos mais baratos, acesso facilitado pela Via Dutra e boa infraestrutura de energia e fibra óptica. Esses fatores têm impulsionado a instalação de novos data centers na região, posicionando o Rio como um dos principais hubs de tecnologia no país.
Capital estrangeiro e grandes empresas de tecnologia
Grande parte dos investimentos no setor de data centers no Brasil vem de capital estrangeiro. Empresas como Scala, que nasceu após a compra dos data centers do UOL pelo fundo americano Digital Bridge, e a Ascenty, adquirida pelas americanas Digital Realty e Brookfield, lideram o mercado. A Odata, outra grande operadora, foi vendida ao fundo americano Aligned.
Esses data centers atendem principalmente gigantes da tecnologia, como Google, Amazon e Microsoft, que demandam cada vez mais infraestrutura para suportar suas operações no país.
Com esse crescimento acelerado e a expansão de capacidade projetada, o Rio de Janeiro está se consolidando como um importante centro de tecnologia e data centers no Brasil, atraindo cada vez mais investimentos e se beneficiando da expansão do mercado de infraestrutura digital.
Estou curioso para saber o destino dos data centers quando o nível do mar subir devido ao derretimento do Ártico, deixando o Rio de Janeiro completamente submerso.
Por isso eu sempre digo:
O Rio tem que se separar do Bostil!