‘Situação dos transportes sobre trilhos no RJ é muito preocupante’, diz presidente do metrô

Guilherme Ramalho, presidente do MetrôRio, diz que ''cenário configura uma situação quase que insustentável''

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Foto: Reprodução

Em seminário realizado nesta quinta-feira (05/11), promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o presidente do MetrôRio, Guilherme Ramalho, destacou as dificuldades enfrentadas devido aos impactos causados pela pandemia do Coronavírus.

Segundo ele, desde o início do período de isolamento social, que acabou gerando uma diminuição de quase 60% de público no referido meio de transporte, o metrô já soma mais de R$ 450 milhões em perda de receita. Para o presidente, medidas efetivas devem ser adotadas junto ao governo ou há o risco de um colapso no transporte a curto prazo

”O cenário configura uma situação quase que insustentável. O setor de trilhos tem custos fixos. Somos responsáveis pela manutenção dos trens, das estações, do sistema, da infraestrutura. Desde o início da pandemia, nunca paramos a operação, continuamos a transportar, a ter todas as despesas mesmo com o número baixo de passageiros. Adicionamos novos custos relacionados à higienização com sanitização e temos tido essa frustração absolutamente brutal de receita desde então”, afirmou ele.

Ramalho ressaltou ainda que é necessária uma rápida e concreta ação por parte dos poderes concedentes e das instâncias regulatórias em busca de um reequilíbrio para a manutenção dos contratos e das operações, sem que isso afete a população. De acordo com o presidente do MetrôRio, caso não seja disponibilizado um auxílio financeiro emergencial que garanta a operação, o cenário poderá ser de tarifas exorbitantes para os usuários ou de absoluta inviabilidade do sistema.

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”O mundo inteiro tem sido acometido pelos impactos do coronavírus na mobilidade. O que percebemos em quase todos os países foi uma ação rápida, tempestiva dos poderes concedentes, das prefeituras, dos estados e dos governos federais, garantindo investimento de recursos nas operações para que elas não paralisassem. No Brasil não houve nenhum auxílio dessa natureza. As empresas têm sobrevivido com base em aportes dos seus acionistas, com base em negociação com credores e fornecedores. Essa situação é insustentável”, garantiu.

Guilherme disse que o momento também traz uma oportunidade para a modernização das políticas de mobilidade urbana no Rio de Janeiro. Ele lembrou que, na última década, houve um avanço na infraestrutura no estado, com a aquisição de novos trens, expansão do metrô, inauguração do VLT e de novos trechos do BRT, mas que não foi acompanhado pelas práticas de gestão, com medidas de incentivo ao transporte coletivo e de melhor integração entre os modais. Para ele, há a necessidade da criação de uma autoridade metropolitana para que seja feito um planejamento integrado, município e estado, para todo o transporte, prevendo, entre outras ações, a revisão da política do Bilhete Único e a priorização dos modais de alta capacidade.

Com o tema ”O Futuro da Mobilidade Urbana Após a Pandemia – Impactos nas Concessões de Transporte sobre Trilhos”, o encontro online e gratuito foi transmitido pelo canal no YouTube da Firjan. O seminário reuniu especialistas nos ramos de mobilidade, arquitetura e advocacia, além de representantes de empresas que atuam no Rio de Janeiro e do governo.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Sou um fã de Metro, o que me faz dispensar o uso de automóvel. Incentivava meus amigos a adotarem esse transporte no dia-a-dia.
    Porém, com as medidas mesquinhas adotadas pelo Metro ultimamente, tenho dado preferencia ao ônibus.
    Em tempos de distanciamento social diminuir carros só aumenta a densidade de passageiros, dentro dos carros e nas plataformas.
    Além disso usar os recursos (que alegam estar escassos) para divulgar e disponibilizar máquinas do cartão Giro é contraditório.
    Deveria incentivar, sim, o aproveitamento do sistema Rio Card.
    Não me sensibiliza essa choradeira desse presidente. O fato de ser o único transporte público com ar condicionado ultimamente, é uma vantagem enorme que sua gestão não sabe aproveitar.

  2. Antes, quando tinha muito lucro, não guardou(???)
    O que diz as leis do mercado senão que toda empresário assume o risco do negócio, logo, tem o bônus e o ônus(!!!)
    Será que a Metrô Rio e a Supervia não guadam seus lucros para a época de vacas magras (??) E quer agora compensar o fato de não ter lucros com a deficiência do serviço prestado aos usuários(???)

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