Sob nova gestão, Via Parque corre atrás do prejuízo após queda de quase 20% nas vendas

A Alqia assume a direção em um momento desafiador para o empreendimento, que, embora tenha sido inaugurado na década de 90 com foco no mercado infantil, hoje luta para se manter relevante no portfólio competitivo da Barra

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
Shopping Via Parque - Foto: Allos

Aprovada em dezembro de 2024, a troca de controle do Via Parque Shopping, um dos primeiros grandes centros comerciais da Barra da Tijuca, finalmente começa a dar seus primeiros passos na execução de novos planos. Desde janeiro, o shopping está sob a gestão da Alqia (antiga Saphyr), empresa responsável também pela administração do Bossa Nova Mall, no SDU. A Alqia substitui a Allos (ex-Aliansce) em um momento desafiador para o empreendimento, que, embora tenha sido inaugurado na década de 90 com foco no mercado infantil, hoje luta para se manter relevante no portfólio competitivo de shoppings do bairro.

A saturação de empreendimentos do segmento na Barra já foi reconhecida pela nova gestão. Frederico Yousself, CEO da Alqia, afirmou no ano passado que a prioridade da nova gestão será reposicionar o Via Parque, buscando estratégias para reverter a queda nos números de vendas e atrair novamente o público para o shopping.

De acordo com os números mais recentes, divulgados pela coluna Capital, do jornal O Globo, o centro de compras teve uma queda de quase 20% em suas vendas no ano de 2024. O retrocesso é reflexo de uma série de fatores, incluindo a perda de grandes lojas e a retração econômica do setor. Das mais de 30 lojas que fecharam no último ano, menos da metade foi substituída por novos empreendimentos. Além disso, o estacionamento também registrou uma queda de mais de 14% nas receitas.

Apesar do cenário desafiador, o shopping ainda conseguiu alcançar R$ 315,25 milhões em vendas no ano passado. No entanto, o número está longe de ser considerado satisfatório.

Concorrência desleal

Atualmente, a região da Barra da Tijuca, incluindo o Recreio dos Bandeirantes, conta com 10 shoppings de grande porte — sem contar as galerias e centros de conveniência. Diferente da Zona Sul, que possui um forte comércio de rua, a logística e os planos urbanísticos da Barra dificultaram o crescimento orgânico de um serviço que possa ser feito a pé, o que contribuiu para a popularização dos shoppings, um segmento que foi inicialmente encabeçado pelo BarraShopping, no final dos anos 80. A saturação do mercado de shoppings na região chegou na última década.

barrashopping newyorkcitycenter shopping 03 Sob nova gestão, Via Parque corre atrás do prejuízo após queda de quase 20% nas vendas
Vita aérea do conglomerado BarraShopping, o maior complexo do compras da América Latina – Foto: Multiplan

O Via Parque, por exemplo, tinha tudo para deslanchar com o crescimento da Barra. Localizado “aos pés” da Península, um dos condomínios mais luxuosos da região, o shopping não conseguiu fortalecer os laços com seu público local, focando em um mix de serviços menos exclusivos e mais voltados ao público em geral. Além disso, o trânsito na Ayrton Senna, sempre caótico nos horários de pico, também se tornou um grande empecilho. E, é claro, o shopping enfrenta a forte concorrência de centros comerciais próximos, como o Metropolitano, localizado a poucos metros, e o BarraShopping, o “hors concours” e preferido dos barrenses.

Saída da Allos

A mudança na gestão do Via Parque não foi uma decisão tomada de maneira imposta, mas sim uma iniciativa da própria Allos, que decidiu abandonar o controle do shopping. A gestora justificou sua saída como parte de sua estratégia de readequação de portfólio e foco em empreendimentos mais rentáveis.

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Sob nova gestão, Via Parque corre atrás do prejuízo após queda de quase 20% nas vendas

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui