Uma pesquisa sobre a viabilidade financeira da implementação do transporte coletivo gratuito durante os cinco dias de carnaval mostra que a medida custaria à Prefeitura do Rio de Janeiro menos de 1% do valor que o evento movimenta na economia da capital fluminense.
O estudo, realizado pela Jevy Cidades em parceria com o Movimento Tarifa Zero RJ, calculou o custo de R$ 38 milhões aos cofres municipais, resultando em um custo por habitante de R$ 1,23. O valor equivale a 0,78% dos mais de R$ 5 bilhões que a Riotur estima que o carnaval de 2025 movimentará na cidade. O custo foi calculado com base na quilometragem mensal percorrida por cada modal de transporte, incluindo BRT, VLT e ônibus, e no custo médio por quilômetro executado de cada modal.
“A tarifa zero é uma política de desenvolvimento econômico”, diz Giancarlo Gama, Mestre em Políticas Públicas pela Universidade de Oxford e Diretor Executivo da Jevy Cidades. “Analisando mais de 100 municípios que já implementaram tarifa zero, constatei que a política é um investimento. Os cofres veem um aumento na arrecadação de impostos como o ISS porque as pessoas começam a se movimentar mais pela cidade”, explica.
Combate ao aumento do metrô
Nos últimos 2 meses, o Movimento Tarifa Zero RJ realizou diversas ações da campanha Folia Sem Catracas para viabilizar o transporte gratuito e 24 horas durante o carnaval de 2025. A campanha conquistou mais de 6 mil apoiadores em um abaixo-assinado na Change.org (change.org/FoliaSemCatracasRJ) e gerou forte mobilização social.
Na última semana, a fundadora do movimento, Mallu Côrtes, se reuniu com as prefeituras de Paracambi e Japeri. Como resultado, Paracambi, que oferece transporte gratuito desde 2023, ampliou os horários dos ônibus, que antes operavam até as 22h30, passando a rodar até 1h30 da manhã durante o Carnaval.
Em Japeri, o secretário de Mobilidade Urbana, Marcelo Damasceno, se colocou à disposição para encaminhar um ofício às empresas que operam as linhas intermunicipais na cidade, solicitando a ampliação das linhas noturnas para funcionamento 24 horas e firmou o compromisso de debater a implementação da Tarifa Zero na cidade, de forma gradual.
O manifesto Folia sem Catracas, que já soma quase 7mil assinaturas, pressionou o governador Cláudio Castro e o prefeito Eduardo Paes. Embora não tenham implementado a gratuidade, houve um avanço inédito no estado: pela primeira vez, os trens, barcas, BRT e VLT terão operação 24h durante o Carnaval, garantindo mais acesso à festa para toda a população. Até então, apenas o metrô mantinha funcionamento ininterrupto no período.
Mallu Côrtes também abordou o recente anúncio do aumento na passagem do metrô, que irá subir de R$ 7,50 para R$ 7,90 a partir de 12 de abril. O modal será o meio de transporte com a viagem mais cara do RJ.
“Estamos avançando, mas não vamos parar por aqui. O Governo do Estado publicou o aumento da tarifa do metrô bem no meio do Carnaval essa tática já é conhecida, sempre usam essa época para desmobilizar a população. Estamos em contato com os mandatos e vamos pressionar para barrar esse aumento. A passagem mais cara do país não pode ficar ainda mais cara! O transporte já compromete grande parte do salário do trabalhador. Não dá para continuar assinando cheques em branco para as empresas operarem sem nenhuma contrapartida. Queremos avançar na gratuidade, não aceitar mais um aumento violento”
O manifesto Folia sem Catracas segue no ar até o último dia de Carnaval na plataforma Change.org com a meta de atingir 10 mil assinaturas.
Um absurdo são os idosos na faixa dos 60-64 anos pagarem passagem! Várias cidades do Brasil são congruentes com o Estatuto do Idosos!
IDÉIA DE JERICO ! Os marginais já circulam, quase que livremente na cidade ( quase pois,ainda precisam entrar pelas janelas ou ports traseira), IMAGINA COM ESSA LIBERAÇÃO???
Mas o BRT já não estava 24 horas tem alguns meses? Essa eu não entendi. Pelo menos foi o que eu li em sites de notícias. Ficou só na promessa? Para mim transporte gratuito em todos os modais só facilitaria a vida das gangues que já fazem um inferno nesses dias. Imagino que elas passariam a recrutar mais participantes e atuar em mais locais e horários.
Esse pessoal enfeita o currículo em universidades no estrangeiro para depois querer aplicar no Brasil políticas para inglês ver…
Certamente o custo não seria bancada pelas empresas, mas repassados para o usuário do dia a dia, ou bancada pelos cofres públicos.
Sinceramente vc acha que QQ manutenção de QQ concessão é paga pela concessionária integralmente?
Acho que vc poderia dar uma lida nos contratos de concessões, o que tem de renúncia fiscal não tá no gibi “neoliberalóide”.
Impressiona a ideia de jerico desse pessoal.
Já teve taxfree para estrangeiros sob alegação de que necessário para atrair mais turistas – quando os motivos, de fato, para não atrair tantos estão na falta ou deficiente infraestrutura e segurança.