O Trem do Samba, um dos eventos mais tradicionais do calendário cultural carioca, completou 29 anos neste sábado (7), celebrando o Dia Nacional do Samba e reunindo grandes nomes do ritmo, reis momos, velhas guardas e apaixonados pelo samba em uma grande festa que começou na estação Central do Brasil e seguiu em uma viagem animada até Oswaldo Cruz.
Samba na Central:
A estação Central do Brasil se transformou em um palco para celebrar o samba, com apresentações de diversos artistas, entre eles Tia Surica, ícone da Velha Guarda da Portela. “É o encontro dos sambistas. Então isso para a gente, que já é veterano, é fundamental”, disse Tia Surica, que começou a preparar a tradicional feijoada em sua casa para reunir sambistas em 2003. Hoje, a Feijoada da Tia Surica é Patrimônio Histórico e Cultural do Estado do Rio de Janeiro.
Reis Momos e a inversão de valores:
O evento contou também com a participação de Reis Momos de todo o país, que deram um toque especial à festa. Alex de Oliveira, presidente da Associação dos Reis Momos, destacou a importância do Rei Momo como símbolo da inversão de valores e da magia do Carnaval.
Trem das 18h04: uma viagem pela história:
Às 18h04, o primeiro trem partiu da Central do Brasil em direção a Oswaldo Cruz, repetindo o trajeto que Paulo da Portela e outros sambistas faziam no início do século XX para escapar da repressão policial. Nos vagões, as velhas guardas das escolas de samba e convidados cantaram e dançaram em rodas de samba animadas, criando uma atmosfera de confraternização e celebração.
Resistência e memória:
O Trem do Samba é mais do que uma festa, é um ato de resistência e uma forma de preservar a memória do samba, um ritmo que nasceu nas comunidades afro-brasileiras e superou a perseguição e a discriminação ao longo de sua história. “O Trem do Samba é uma espécie de restaurador dessas obras de arte porque faz com que a gente não esqueça”, ressaltou Marquinhos de Oswaldo Cruz, anfitrião do evento.
Samba para todos:
O evento reuniu um público diversificado, com cariocas e turistas de todas as idades, mostrando que o samba é um ritmo que une gerações e transcende barreiras sociais e culturais. Para Isabel Cristina de Souza, que participou pela primeira vez do evento, “o samba entra na nossa raiz”. Já para Marcelle Liberato, que frequenta o Trem do Samba há anos, “samba é a mesma coisa que família”.
O futuro do samba:
Com quase três décadas de história, o Trem do Samba se consolida como um evento fundamental para a preservação e a difusão do samba no Rio de Janeiro. A cada ano, o evento renova o compromisso de manter viva a chama do samba, celebrando sua história, sua resistência e sua importância para a cultura brasileira.