Um resgate à gastronomia de Copacabana – Marinho Atlântica

O Marinho Atlântica, em Copacabana, torna-se um vento de esperança no Rio tão carente de bons locais na orla

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Marinho Atlântica - Filet e cogumelos
Filet e cogumelos Foto: Tomás Rangel

 A Princesinha do Mar possui uma coroa, pura beleza, brilho, charme: o Posto 6. Em uma quadra de onde se vislumbra a curva inigualável da praia mais bonita do mundo, estão todas as coisas que distinguem Copacabana: as lembranças do Casino/TV, o Forte, a Colônia de Pescadores, o Hotel, o Clube de pesca submarina, a rede da Tia Leah, origem de muitos dos nossos campeões Olímpicos de vôlei. Mas faltava um restaurante que resumisse tudo isso, reinventasse o espírito do bairro e ao mesmo tempo trouxesse de volta a magia de Copacabana. Agora está lá, na esquina de Joaquim Nabuco com a praia, Marinho Atlântica.

Marinho Atlântica é mais do que um gastro-bar, um restaurante. É local para se transformar em ponto de encontro, com aquela recepção e acolhimento que pertence ao espírito carioca. Danni Camilo, experiente há 25 anos, apaixonada por pessoas, especializada em desenvolver equipes de atendimento, é a consultora que entende como agradaras pessoas, saber quem é quem e tratar todo cliente como especial o é.  

As mesas estão em dois deques, com vista para o mar, com as amendoeiras iluminadas à noite, um amplo espaço interno, com móveis clássicos de madeira, cozinha aberta, o bar de bom tamanho, comandado por Andy Tavares, bartender e mixologista carioca, de onde saem drinques incríveis Andy, com a experiência do Emiliano e do Copacabana Palace, criou para o Marinho uma carta de drinks coloridos com ingredientes surpreendentes como é a vida à beira-mar. E mais, há que se homenagear os grandes poetas, artistas, que no bairro deixavam-se ficar até o último drinque.

Fomos de Santana (vodka de bala de tamarindo, limão e espuma de gengibre) que faz homenagem a João Dionisio Santana, figura histórica da música, mas pouco retratada e que ganha uma pequena homenagem em forma de copinho e a doce/ácida balinha que nos remete à saída da escola. Na mesa, experimentaram também  Fitis Geraldo (cachaça do Marinho, triple syrup, catuaba e demerara), uma variação divertida do clássico “Fitzgerald”, com notas mais cítricas e terrosas e o Simona (gin com frutas vermelhas, cramberry, refrigerante de groselha e espuma leve), bastante frutado e levemente adocicado, cujo nome é uma brincadeira intencional, trazendo a mesma “lógica” que compôs o nome de Wilson Simonal. A batidinha de coco é de se tomar litros.

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O Chefe Meguru Baba, jovem experiente, braço direito de Alex Atalla,  compôs um menu equilibrado, do caldinho ao bacalhau, entradas, sanduíches, pratos para compartilhar.  Como estávamos em mesão tipo comemoração em churrascaria, provamos muitas entradas.  O torresminho, quadrados com a gordura entremeada com a carne de forco, rosado, crocante, macio, leve tempero, já se tornou meu favorito.

 O Ceviche (Peixe do dia, leche de tigre, milho, pimenta dedo de moça, coentro e chips de aipim) com o peixe cortado na espessura correta, sem estar encharcado de molho, o leve ar do coentro e milho, ingrediente raro, nesse prato, aqui no Brasil.  O Coração de frango (Marinado em vinho tinto, alho e salsinha) nada de borrachudo; tenro, temperado, certinho, certinho. A Linguiça Mineira (grelhada servida com cebola assada, farofa de pimenta de cheiro e molho à campanha), pequenas para abocanhar de uma vez, sequinhas, envoltas na farofa e embebidas no molho. Homus de pupunha (Pupunha assada, tahine, azeite de cítricos, semente de girassol tostada e torradinhas), com a consistência dada pela pasta de pupunha, eleva o Humus a um outro patamar.

Não resistimos a lembrar o jeito de comer em botequim: pedimos dois sanduíches, cortados à francesa, para que todos pudessem pegar um pedaço: Churrasquinho (Filet mignon, muçarela e molho à campanha) e milanesa (Bife à milanesa, muçarela e aioli). A carne no ponto certo, a muçarela de verdade, nada daquela que é praticamente um mingau de farinha cortado, e o pão tostadinho, quentinho, sem estar torrado. Para limpar o organismo para os pratos principais, os dois caldinhos encheram a alma dos amantes da comida simples e direta. Feijão e Frutos do mar, temperadinhos, consistência das boas. Mas um copinho só é pouco. Mas fomos discretos. Afinal queríamos ir ao principal.

Escolhemos o Camarão VG, purê de batata barôa e gremolata- abertos, enormes e com o tempero italiano, feito com raspas de limão, salsa e alho. É sabor de fim de tarde. de verão, vendo o porto do sol. No Spaghetti de frutos vem um tudo: Camarão, mexilhão, lula, polvo, molho de tomate fresco, salsinha e raspinhas de limão siciliano que dão um sabor diferenciado. O clássico Medalhão de filet mignon com cogumelos refogados e molho rôti se junta a outros clássicos: Bife de carne à milanesa servida com salada de maionese; o “dono” do fim de noite, o Picadinho de carne com Arroz branco, banana à milanesa, ovo frito e farofa de pimenta de cheiro; e o Galetinho com batata frita, arroz, farofa de ovos e molho à campanha é o clássico das pequenas churrascarias. E ainda tem Bacalhau, Polvo, Arroz Caldoso Vegano que vamos experimentar assim que voltarmos.

O quarteto de sobremesas é aquele que melhor se classifica na parada de sucessos: Mousse de chocolate com crumble de maracujá, Cheese cake com calda de frutas vermelhas, Bolo de coco gelado e doce de leite e Torta de chocolate com amendoim e sorvete de baunilha. O Marinho Atlântica já trouxe a força de Netuno, a beleza das sereias e a diversidade dos mares. É tudo muito bem combinado, os serviços são de cerâmica, ágata, porcelana, taça especiais com o típico e amado copo americano.

O Marinho Atlântica torna-se um vento de esperança no Rio tão carente de bons locais na orla. Empreendimento de 8 sócios, experientes, bem sucedidos nas áreas de turismo, entretenimento, eventos, comunicação, o que nos diz que é a força da esquadra que vai empurrar o restaurante. Com tudo para dar certo: excelente comida, drinqueria renovada, um salão com   garçons que espelham toda a diversidade de nossa sociedade, o Marinho Atlântica finca a sua âncora e que continue flutuando com sucesso. E só queremos ser felizes para sempre.

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Nota
Atendimento
Ambiente
Custo/Benefício
Comida
Jornalista, publicitária, professora universitária de Comunicação, Doutora em Literatura, Bacharel em Direito, gestora cultural e de marcas. Mãe do João e do Chico, avó da Rosa e do Nuno. Com os olhos e os ouvidos sempre ligados no mundo e um nariz arrebitado que não abaixa por nada.
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