Universidade Rural do RJ aprova política de cotas para travestis e transexuais na graduação

A medida entra em vigor em 2025 e abrange todos os cursos e campi da universidade

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Foto: Michelle Carneiro/UFRRJ

A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) aprovou uma nova política de reserva de vagas na graduação para pessoas travestis e transexuais, com início previsto para 2025. A medida, aprovada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) na última quarta-feira (24), abrange todos os cursos, turnos e campi da universidade.

De acordo com a política, 3% das vagas supranumerárias serão destinadas a candidatos que se autodeclararem travestis ou transexuais. Essas vagas não interferem nas destinadas à ampla concorrência ou em outras cotas já existentes. A seleção será feita com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas não será pelo Sistema de Seleção Unificado (Sisu). Haverá um edital específico, semelhante ao que ocorre com as vagas remanescentes.

Além da autodeclaração, será realizada uma análise documental que, entre outros critérios, avaliará a posse da Carteira de Identidade Nacional com nome social.

Proposta construída coletivamente

A relatora da proposta, professora Joyce Alves, primeira pessoa trans a ocupar uma pró-reitoria na UFRRJ, destacou que a política foi construída com a participação de movimentos sociais, estudantes, sindicatos de professores e técnicos. “Não foi fácil, mas vencemos!”, celebrou Joyce, que compartilhou sua trajetória pessoal de luta contra a homofobia e a LGBTQIA+fobia dentro da universidade.

A aprovação da política foi recebida com forte emoção, em uma sessão lotada de pessoas trans, estudantes, servidores e membros da comunidade universitária. O reitor Roberto Rodrigues reforçou o compromisso da universidade com a inclusão: “A convivência com a diferença nos faz aprender, e a Rural está aprendendo a viver com as diversidades que a compõem.”

Impacto da nova política

Com essa medida, a UFRRJ se torna a 17ª universidade pública no Brasil a adotar uma política afirmativa para pessoas trans e travestis. A iniciativa é vista como um marco histórico para a inclusão social de um grupo que enfrenta grandes desafios de vulnerabilidade e preconceito.

A pró-reitora Joyce Alves destacou o impacto que a política terá em uma região como a Baixada Fluminense: “É a possibilidade de vidas possíveis, com dignidade, pertencimento e empregabilidade.”

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