Que a Zona Sul do Rio de Janeiro atravessa uma fase de enorme valorização imobiliária, todos sabem. Com preços que, em certos casos, atingiram um crescimento de mais de 200% em 4 anos. Para citar um exemplo, no bairro do Leblon, um metro quadrado pode custar 50 mil reais; valor superior ao que é pago em Londres, conhecida por ser uma capital de alto custo de vida.
No primeiro semestre de 2013 tal situação se manteve, com aumento de 10% no valor do metro quadrado – R$ 8.186. O dado novo desse cenário é o encarecimento de imóveis localizados em subúrbios da capital carioca, com os imóveis zona norte, puxando essa nova alta dos preços. Se antigamente era uma área conhecida por locais abandonados, favelização e criminalidade, na atualidade as construtoras têm se dedicado a descobrir oportunidades para investimentos.
Bairros do subúrbio carioca que tiveram a maior elevação em seus preços foram Encantado, Irajá, Madureira, Pavuna e Quintino Bocaiúva, com crescimento entre 20,6% e 32,0%.
Até o presente momento há cerca de 40 construções em andamento, tanto comerciais quanto residenciais, concentradas em Tijuca, São Cristóvão e Méier, com padrão entre médio e alto, foco das construtoras atualmente, segundo informam os empresários do ramo imobiliário.
Esse novo movimento tem ocorrido, porque a Zona Norte apresenta boa estrutura de transportes e proximidade ao centro da cidade. Representa, ainda, uma boa opção à Zona Oeste, que ainda conta com uma rede de ligação com outras áreas bem deficitária, além de um custo mais acessível – por exemplo, na Tijuca, o metro quadrado, que é o mais caro de toda a região, custa 30% mais barato que na Barra da Tijuca.
Já a Zona Sul, apesar de ser ainda a menina dos olhos desses empreiteiros, quase não possui áreas para construção. Quando aparece algum, a disputa é feroz, pois sabem que a venda será muito rápida.
A Zona Norte passou a chamar a atenção de construtoras, além disso, pelo fato de a sensação de segurança ter se ampliado, com a entrada de Unidades de Polícia Pacificadora em favelas e locais com forte sensação de insegurança e presença de tráfico de drogas – caso de Manguinhos e Jacarezinho.
Com a aproximação dos grandes eventos internacionais nos próximos anos – alguns deles são: em 2014, alguns jogos da Copa do Mundo, como a grande final; em 2015, uma nova edição do Rock in Rio; em 2016, os Jogos Olímpicos.
Como, já no segundo semestre deste ano tem acontecido ainda um crescimento de 10% nos valores, é um sinal de que os altos preços não irão ceder tão cedo, por causa do otimismo trazido pela visibilidade internacional, cada vez maior, que a cidade do Rio está a experimentar.
Segundo dados como o do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA –, levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o mercado imobiliário carioca tem apresentado valorização de 7% acima dos índices da inflação.
Curiosamente, enquanto a Zona Sul cresce, alguns bairros da Zona Sul têm apresentado valores de imóveis com uma curva de crescimento menos acentuada. Por exemplo, os 20 bairros mais caros da área rica da cidade mostrou aumento de cerca de 8,4%, já Ramos, na Zona Norte, teve uma elevação, nos últimos 6 meses de impressionantes 32% – R$ 3.408/m².
No panorama geral, em um ranking com os 10 bairros que sofreram as principais valorizações, dentro do mercado imobiliário carioca, temos 7 áreas da Zona Norte, 2 da Zona Oeste e somente 1 bairro que está localizado na Zona Sul da cidade. Tudo isso leva a crer em uma expansão mais harmoniosa de uma cidade que durante mais de meio século esteve crescendo de modo desordenado.