Vizinhos do Parque dos Atletas, Parque Olímpico e Rio Centro reclamam de eventos que não respeitam ‘lei do silêncio’

De acordo com moradores da região, durante as festas e shows, o barulho fica acima de 70 decibés nas sacadas dos prédios e mais que 50 dentro dos apartamentos

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Rep Festival aconteceu no último final de semana. Foto: Reprodução

Há algumas semanas, o DIÁRIO DO RIO publicou que o Parque dos Atletas está abandonado, sem uso. No entanto, em ocasiões específicas, alguns eventos são realizados no espaço que já sediou edições do Rock in Rio. O que poderia ser um alento para os vizinhos da região, pois movimenta a degradada área, passou a ser mais um transtorno. As festas e shows realizados, de acordo com moradores próximos, fazem barulho acima do permitido por lei e não têm se importado com eventuais advertências e punições.  

Segundo os moradores, no último dia 22/01, uma festa no gramado do Riocentro – Deep Please – causou transtorno até aos moradores próximos da Avenida das Américas. A reclamação no Perfil do Riocentro, no Instagram, foi tanta que prestaram esclarecimentos à Câmara Comunitária da Barra.

“Disseram que multaram o organizador do evento, porém apagaram todos os comentários dos vizinhos no perfil do Instagram e bloquearam o envio de novas mensagens”, disse um morador que não quis se identificar.

O mesmo produtor do Deep Please foi o responsável pela realização do REP Fesitival, que aconteceu no último final de semana. Ainda de acordo com os vizinhos, durante sábado e domingo, até a manhã de segunda-feira, barulho era acima de 70 dB nas sacadas dos prédios e mais que 50 dB dentro dos apartamentos.

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Foto: Medidor de decibés em um apartamento no momento em que o evento acontecia

Por lei, em zonas residenciais, o limite de ruído permitido é de 50 decibéis (o equivalente a um choro de bebê) entre 7h e 22h. Das 22h às 7h o limite cai para 45 decibéis. Em zonas mistas, são permitidos até 65 decibéis – compatíveis com o latido forte de um cachorro –  durante o dia e entre 45 e 55 decibéis das 22h às 7h.

Os vizinhos fizeram uma série de reclamações no portal 1746 e até no 190, porém não tiveram solução.

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Os vizinhos dos locais utilizados para os eventos, inclusive, estão prevendo mais problemas, pois o calendário de eventos para a região é vasto nos próximos meses.

Somente até o final de abril, mais nove eventos serão realizados na região do Riocentro:

1.            Anitta – Parque Olímpico – 13/03

2.            CarnaRildy – Riocentro – 25, 26, 27 e 28/02

3.            Carnaval das Artes – Parque dos Atletas – 26 e 27/02

4.            Só Track Boa – Parque Olímpico – 27/02

5.            ElectroCarna – Parque dos Atletas – 01/03

6.            Bloco da DeepPlease – Parque dos Atletas – 05/03

7.            Kriok Festival – Riocentro – 09/04

8.            Playgroud Music Festival – Riocentro – 23/04

9.            Gravação DVD Sorriso e Dilsinho – Gramado Riocentro – 14/05

“Entendemos que nossa região é predominantemente residencial, tendo crescido muito nos últimos anos, sobretudo após as Olimpíadas Rio 2016. Portanto, os festivais devem respeitar regras e ser realizados com moderação. Entendemos que o local adequado para realizar grandes festivais, como o Rio Rep, não é em área residencial. Por último, achamos um absurdo o Parque dos Atletas estar completamente abandonado pela prefeitura e servir apenas para locação ao setor privado. A promessa era de um legado olímpico, espaço de lazer gratuito pela população, e não de um parque que serve apenas aos interesses privados e do fundo de previdência da Prefeitura”, opina o morador.

Procuradas, as instituições municipais disseram que: “O Previ-Rio informa que a propriedade do terreno onde funcionou o Parque dos Atletas foi transferida, na gestão passada, pelo Município, a fim de integrar o patrimônio do Funprevi- Fundo Especial de Previdência do Município do Rio de Janeiro, administrado pela autarquia. O Instituto pretende obter o máximo aproveitamento financeiro da área, mediante regras de negócio, como venda, cessão ou aluguel, para gerar renda para o fundo de previdência. No entanto, não há possibilidade de o Previ-Rio despender recursos, por força de legislação, para investimentos maiores na conservação do local, além da manutenção periódica que vem sendo observada, embora com as limitações observadas. O Instituto está trabalhando para que haja uma solução rápida e viável, a fim de que a área possa ser logo revitalizada“.

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3 COMENTÁRIOS

  1. Sou morador do Santa Mônica, na avenida das Américas, ninguém aqui em casa consegue dormir com esses eventos do Parque dos Atletas, Rio Centro e adjacências, principalmente meu filho de 9 meses.
    Lamentável a falta de presença da Prefeitura!

  2. Eu moro no início da estrada santa Maura, perto do projac, e não consigo dormir com o barulho dos eventos do parque dos atletas e do Riocentro. É tão alto que chega na minha casa, e meu prédio chega a tremer. A gente não tem mais como assistir uma tv dentro de casa. Nenhuma reclamação adiantou.

  3. Parabéns aos moradores da Barra, que fizeram lobby pra acabar com o Autodromo para, de tabela, acabar com a comunidade que existia ao lado e ainda acharam que teriam os imóveis hipervalorizados com os parques abertos ao povo. SE FERRARAM, agora aguentem a dor de cabeça. O Autodromo era barulho somente ao dia, agora a galera da zueira lhes dão dor de cabeça a noite e madrugada. Durmam (caso consigam kkkk) com essa.

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