Eleição é uma coisa interessante, você escolhe seu candidato de acordo com as propostas mas quando vai chegando o dia de votar pode acabar mudando por uma série de fatos, um dos principais é o voto útil. O voto útil é comum quando a ojeriza a outro candidato é tão grande que você prefere ir com alguém que não tem nem tanta proximidade ideológica, ou mesmo simpatia, mas vai com ele.
Isso já decidiu eleição no Rio, quando Cesar Maia, hoje candidato a vereador pelo DEM, se elegeu no primeiro turno em 2004 foi porque os cariocas temiam o nome de Marcelo Crivella (PRB), que liderava em rejeição. O mesmo pode ter acontecido com Crivella na eleição para governador de 2014, a rejeição a Anthony Garotinho (PR), que hoje o apóia, é tão grande no estado que acabou o levando para o 2º turno.
Freixo e a esquerda
Mas o que isso tem com a eleição para prefeito do Rio em 2016? Tudo! É o voto útil que deve decidir esta eleição do Rio, ao menos o 2º turno. O candidato do PSol, Marcelo Freixo, pode ser um dos que devem agregar os votos úteis dos eleitores de esquerda que tem verdadeira aversão ao PMDB do Rio, com a queda de Jandira Feghali, PCdoB, nas pesquisas, e com Alessandro Molon, REDE, não saindo de 1%, sue nome é o único entre os socialistas com potencial pra disputar com Crivella.
O maior problema de Freixo é conseguir pedir este voto útil, no início da campanha ele, Jandira e Molon fizeram um pacto de não agressão. Alguns políticos do PSol até estão batendo na Jandira, como Jean Wyllys. Mas não me causaria espanto se Jandira cair para abaixo dos 3% e estes votos .
Indio da Costa, o anti-Crivella
Mas se Freixo tem um grande problema, ele não é palatável para a maioria do eleitora conservador e não faz questão de mudar isso, especialmente repetindo o mantra da esquerda atual “Primeiramente, Fora Temer“, Indio da Costa pode conseguir o voto útil do “Anti-Crivella”, ou seja, dos cariocas que ainda tem rejeição de ser administrado por um dos membros mais importantes da IURD e, especialmente, agora aliado de Garotinho.
O próprio perfil do Indio ajudaria a agregar votos tanto de uma esquerda menos extremistas, como os eleitores de Osório, Pedro Paulo e Bolsonaro. Por isso não é de estranhar que no DataFolha ele tenha sido o que melhor pontuou contra Crivella, com 30% contra 49%.
Se compararmos com outros candidatos com perfil de gestor como o dele, não há dúvidas. Osório iria ser fustigado por ter participado do governo PMDB até decidir ser candidato pelo PSDB. Inclusive, seu nome era ventilado como possível substituição a Pedro Paulo.
Já Pedro Paulo, bem, além de representar o pior da atual gestão, a fama de agressor não está sendo fácil de ser apagada. Isso pode levar que eleitores da esquerda e direita mais consciente acabe indo de Crivella em um 2º turno, Mas em um primeiro podem achar melhor substituir o nome pelo do Indio, dando chances a um nome mais competitivo.
