Walter Leiras: Se Duque de Caxias Fosse Nosso

'Quando foi a última vez que o governo do Estado do Rio de Janeiro fez grandes investimentos em Duque de Caxias?'

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Saindo um pouco da capital, vamos falar um pouco das cidades da Baixada Fluminense: Duque de Caixas, cidade que se emancipou de Nova Iguaçu para continuar sua expansão, tendo grandes polos industriais e refinarias que aquecem economicamente, também possui grande importância para as cidades ao redor, pela sua grande área comercial.

Mas quando foi a última vez que o governo do Estado do Rio de Janeiro fez grandes investimentos em Duque de Caxias?

Para identificar os problemas da região e sonhar como essa cidade seria se ela fosse nossa, chamei dois moradores locais para me ajudar nessa missão de ter esperança de uma Caxias melhor: a primeira é Lilian Fernandes, moradora de Caxias que precisa se deslocar todos os dias para trabalhar na capital e reclama de dois problemas crônicos: transporte e alagamentos.

“Sempre trabalhei fora do município, então o uso do transporte público é parte da minha vida. Parte desgastante, pois apesar de Caxias ter ônibus pra todo lugar (o que é dito por muitos), os itinerários, os intervalos, a oferta e a qualidade não suportam a população que, em grande parte, assim como eu, sofre com deslocamento diário para o trabalho. Com a pandemia a situação só piorou, porque muito do que foi alterado ou reduzido não voltou ao normal. O que já era ruim, como o trem (que é a outra opção que temos na região e já era precário por ter somente a opção de parador), agora sofre com problemas diários de não funcionamento e intervalos irregulares. Costumo brincar que o irregular é o novo regular, porque não tem um dia que esteja normal. Tudo sempre lotado.”

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Transporte é sempre um problema visto por qualquer pessoa que anda no Rio de Janeiro. Fico sempre me perguntando: por que o Estado não tem um plano de longo prazo? Sempre vemos governos entrando e saindo e não vemos um plano de expansão do metrô ou de término das obras de metrô já iniciadas pelas gestões anteriores.

“Aos finais de semana, então, nem se fala, muitas linhas de ônibus não rodam, outras que nos dias úteis têm serviço rápido, só tem parador e intervalos maiores, o trem fica com intervalos de cerca de 1h… Nesse caso, eu já vejo como proposital a dificuldade de acesso a outras regiões, tenho pensamento de que o povo da baixada e de outros lugares mais distantes ou mais pobres são afastados por não serem bem-vistos ou desejados em certos ambientes sem ser a trabalho.”

Problemas pontuados também por Vinicius de Almeida, que também é dono da página Vamos escurecer as coisas que falam sobre o movimento negro no Instagram e que serve como conscientização e alerta. Ambos comentaram sobre os problemas de alagamentos, que são crônicos, principalmente em áreas mais periféricas no Rio de Janeiro.

“Em relação aos alagamentos, é triste ver o abandono dos lugares – e aí nem é só dos bairros mais distantes do Centro, até porque o calçadão de Caxias alaga, as lojas são inundadas, o bairro 25 de Agosto (que costumam dizer que é a zona sul de Caxias, com uma concentração enorme de bares e restaurantes) fica impraticável quando se tem fortes chuvas. O município tem vários rios que atualmente são valões, que só recebem trabalhos paliativos que geralmente só acontecem após tragédias como a do início desse ano, depois que a população sofreu e perdeu tudo ou parte do que às vezes demorou-se demais a conquistar. É necessário ter um olhar mais amplo e gradativo sobre essas questões, não dá para viver de tapa-buracos, de resultados momentâneos, pois é notório que não funciona como avanço para localidade.”

Sempre vemos que problemas se repetem nas áreas periféricas no Estado do Rio, a ausência do governo do Estado, a não ser em ano eleitoral, parece ser um problema que permeia qualquer governo. Não vemos mais soluções de estado, quais são os planos para o saneamento e as cobranças após a venda da CEDAE? Cadê os planos para expandir o metrô? Onde estão os planos para melhorar os Brizolões (CIEP’s)? Onde tem um plano tático e eficiente para segurança pública?

O Rio de Janeiro vive uma crise moral, onde os interesses de grandes grupos políticos não parecem ser os mesmos de um cidadão que batalha todos os dias e sonha viver em um lugar melhor, onde possa simplesmente ter seus direitos respeitados e dormir em paz.

Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.

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6 COMENTÁRIOS

  1. Bastou o cara virar pré-candidato e querer se encostar no setor público para sobreviver ao invés de ralar na iniciativa privada sem sugar o povo… e começou a escrever em profusão…

    A forma de bolo: “E se XXXXXXX fosse nosso?” Lema de pre-campanha.

    Procure um emprego, Walter! Precisamos de menos políticos, não mais. Você é jovem e pode ser mais útil numa fábrica, num comércio.

    O último radialista fluminense que virou político e governador… foi muito ruim para todos e ainda foi preso.

  2. É triste, mas é a pura verdade – nasci e cresci em Duque de Caxias – no entanto a cerca de 10 anos após me casar resido na vizinha Duque de Caxias, que aliás também não vê investimentos tão expressivos do estado. Já disse uma vez aqui mesmo nos comentários do Diário do Rio, que virei leitor incondicional que Castro é melhor que Witzel, Pezão e Cabral. Para mim só não ganha de Garotinho, porque foi justamente o que mais investiu no interior e na Baixada, quando foi governador eu era solteiro, bem mais novo e vi muitas obras acontecerem em Caxias. Uma pena isso não acontecer nos dias de hoje.

  3. 2022 e tem gente que ainda almeja novas linhas de metrô e trem para serem construídas. Triste educação pública brasileira!! Gente, o metrô e o trem é caro pra construir e caro pra manter e operar, e agora mais do que nunca com o valor da energia elétrica. O segundo setor do Brasil não cresce, porque não tem fabricação de energia elétrica pra instalação de novas fábricas, como haveria para transporte público em massa, uma ideia que é arcaica, abandonada há anos pelos países de primeiro mundo?

    Os novos estudos, mostram que a melhor opção é ter emprego perto de casa e extinguir os grandes centros urbanos de comércio e trabalho, para bairros integrados onde se vai no máximo de bicicleta pro trabalho e pro lazer. E essa idéia , agir amais do que nunca precisa ganhar força. Não faz o menor sentido um pessoa sair da região metropolitana pra ser operador em uma empresa que existe várias do mesmo seguimento na sua cidade e próximo a sua casa.

    • Em São Paulo o muitos bairros vem se desenvolvendo com a expansão do metrô. Agora lógico que lá é tudo certinho e uma cidade que se desenvolveu de maneira planejada. E não é essa aberração urbana que é o Rio de Janeiro.

    • Se Metrô fosse arcaico, pq tantos lugares ainda inauguram linhas? Metrô é conexão com a cidade inteira, como tu vai vai fazer emprego perto de casa existir sem ter como se locomover? vai investir em mais ônibus?

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