Wiliiam Siri: Novos VLTs colocam a Zona Oeste a 15 anos de distância da Zona Sul

Plano da Prefeitura para o transporte sobre trilhos cria enorme atraso entre regiões da cidade

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O anúncio da Prefeitura do Rio sobre o projeto para a ampliação do VLT Carioca para a Zona Sul e a substituição do BRT TransOeste e TransCarioca pelo mesmo sistema me obrigou a escrever esse artigo.

Desde 2016, denuncio a péssima qualidade do BRT TransOeste. As grandes filas, estações pequenas para a demanda e o baixo número de veículos rodando penalizam a população que dele depende. Como morador da Zona Oeste, conheço bem essa realidade. Já naquela época ficava evidente a degradação rápida da pista e dos articulados, que deviam circular sobre faixa de concreto ao invés de asfalto. Junto ao coletivo Tudonumacoisasó, cheguei a mostrar o caso da estação-fantasma Maria Tereza que, construída por R$ 1,5 milhão, nunca foi utilizada e acabou desmontada por estar abrigando pessoas em situação de rua. Não foram poucas as vozes pedindo à Prefeitura um sistema de transporte sobre trilhos e, mesmo assim, ela preferiu não dar ouvidos. 

Agora, no terceiro mandato do Eduardo Paes, cobrei na condição de vereador a ampliação das estações do BRT, a criação de terminais no Mato Alto, Magarça, Pingo D’água e Santa Cruz e a reconstrução da via dedicada com material correto para evitar o rápido desgaste. Estudos para a melhoria do sistema foram executados e, em 2021, as obras foram anunciadas pela Secretaria de Transportes, sendo feitas por etapas. Nesse movimento, veículos articulados foram comprados e novos serviços foram criados com ônibus comuns para reduzir o tempo de espera e diminuir o desconforto dos usuários. A prefeitura chegou a criar uma empresa, a MobiRio, para gerir tudo, uma vez que as empresas de ônibus não vinham cumprindo o contrato. Depois disso tudo, tivemos a surpresa do anúncio da VLTização do BRT. 

Desde o primeiro momento, ficou claro que o melhor investimento para o transporte público seria naquele realizado sobre trilhos. Erro evidenciado, agora a Prefeitura opta por tomar nova decisão equivocada na busca por soluções ao preferir começar a implementação do projeto pela Zona Sul. Para a região, já há recurso em caixa e previsão de entrega até 2025. Cabe ainda a ressalva de que especialistas e associações de moradores de lá se posicionaram contra a iniciativa, conforme revelado pelo jornal O Globo. Voltando o olhar para a outra ponta da cidade, a nossa Zona Oeste, os planos da Prefeitura são bem diferentes, prevendo mudança de sistema daqui a 15 anos.

Ora, se não é de interesse dos moradores da Zona Sul, por que a Prefeitura insiste com o projeto? Por que, ao invés disso, ela não dialoga com a Zona Oeste para iniciar logo melhorias pela nossa região? Por que não utilizar o dinheiro em caixa cumprindo obras prometidas, como a expansão das estações de BRT do Mato Alto, Magarça, Pingo D’agua e Santa Cruz? Com isso, daria para criar terminais multimodais junto às estações, melhorando o acesso aos serviços complementares de transporte. Ainda seria possível oferecer espaço digno para os camelôs ganharem o seu sustento nestas localidades. Enquanto isso, os terminais confortáveis, com banheiros para os usuários e bicicletários cobertos ficam apenas na imaginação de quem precisa. 

Projetar para daqui a 15 anos o VLT na Zona Oeste faz pouco sentido, ainda mais quando a implementação de sistema de trilhos já deveria ter ocorrido há muito tempo. É urgente garantir o deslocamento seguro, eficiente e confortável dos moradores da maior região da cidade. Priorizar somente a Zona Sul, direcionando os poucos recursos a ela, é um erro enquanto há demanda maior em outros pontos da cidade. Por isso, nossa luta constante é e continuará sendo olhar para a Zona Oeste visando a redução das desigualdades. Se depender da Prefeitura, a distância entre uma parte e outra da cidade será de 15 anos.

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8 COMENTÁRIOS

  1. Eu concordo com a VLTlização já!
    Nao polui o ar, dificilmente enguiça e, sairíamks fora do “esqueminha” dos ‘Barões dos Coletivos”…

    • Também concordo,eles já têm Metrô.
      Mas será que a Prefeitura tem interesse em fazer alguma coisa de útil pelos subúrbios carioca?
      Andar de trenzinho é do Aeroporto São Dumont x Rodoviária.

  2. Eu concordo com a VLTilazação já!
    Nao polui o ar, dificilmente enguiça e, sairíamks fora do “esqueminha” dos ‘Barões dos Coletivos”…

  3. Eu adoro o sistema de VLT, de metrô e de trens. Precisamos acabar com esses ônibus horríveis e esses malditos BRTs. Eu preciso usar esses tétricos BRTs diariamente e detesto esse meio de transporte que é péssimo. Só quem usa é que sabe a droga que isso é. Precisamos de mais trens, mais VLTs e Metrôs, isto é, transportes sobre trilhos como é feito na Europa. Parabéns Eduardo Paes.

  4. Porque usar VLT? Porque não implementar o que está feito em Niterói com pistas seletivas e ônibus comuns sem estações e sim com paradas normais, com cobradores dentro dos ônibus? Evitando que os passageiros burlem o pagamento das passagens.

  5. Eu concordo com uma coisa. o metrô, sem ele fica difícil se deslocar rapidamente, tirar o trem não é uma boa, pra mim o dois tem que coexistir.
    A zona oeste deveria ser prioridade, nada contra a zona Sul, Norte, mas a zona oeste é deixada as traça sempre, pela maioria dos governos. A massa está na zona oeste, essa região precisa de investimento e urgente. O metrô para zona oeste saindo do centro pode ser de superfície porque não tem morro. Prefeito pensa nisso.

  6. Transporte sobre trilhos de velocidade deveria ser subterrâneo.
    O sistema da SuperVia deveria ser substituído e modernizado para o mesmo sistema do MetroRio, ambas as linhas se conectando, e ramificado e expandido em toda Zona Norte e Oeste

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