William Siri: A indústria como motor para o desenvolvimento econômico da Zona Oeste

Um dos principais polos industriais da cidade do Rio de Janeiro – o Distrito Industrial de Santa Cruz – segue esquecido pelo poder público

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Foto: Felipe Ouverney

A Zona Oeste não cansa de nos surpreender. Não é de hoje que eu destaco o potencial pouco explorado da nossa querida região no turismo, na cultura e na gastronomia. Mas precisamos discutir mais profundamente o desenvolvimento da economia local e é sobre isso que irei me debruçar neste artigo. Você sabia que a Zona Oeste possui um dos principais polos industriais de toda cidade do Rio de Janeiro? Estamos falando do Distrito Industrial de Santa Cruz, que reúne cerca de quatorze grandes empresas que geram, aproximadamente, 18 mil empregos e mais de R$ 200 milhões em impostos pagos para nossa cidade por ano.

Você deve estar se perguntando por que esse distrito é tão relevante. Primeiramente, é importante ter em mente que o fortalecimento industrial sempre foi um elemento chave para o desenvolvimento econômico de qualquer localidade. As indústrias possuem alta capacidade de absorção de mão-de-obra, incluindo as mais qualificadas, além de serem responsáveis pelas atividades de inovação e difusão tecnológicas.

O papel da indústria na liderança do processo de desenvolvimento econômico, contudo, não se dá de forma isolada. É necessário que o poder público atue na criação de políticas públicas que tornem a localidade mais atrativa para atender as necessidades e demandas de quem trabalha e mora na região. Esses investimentos públicos precisam ir para a melhoria da infraestrutura, para o incentivo na criação e expansão das indústrias e das inovações e para a difusão do conhecimento com a capacitação da sociedade civil.

Sabendo disso, nosso mandato foi em outubro do ano passado ao Distrito Industrial de Santa Cruz e o que vimos foi assustador. Infelizmente, a área estava totalmente abandonada. Encontramos ruas esburacadas, falta de pavimentação e calçadas, pouquíssima ou nenhuma iluminação, pontos de ônibus inexistentes, árvores sem poda, falta de área de convivência e escassez de coletivos circulando. Todos esses fatores, aliados à falta de segurança, contribuíram para que algumas empresas deixassem o local, provocando desemprego e fuga de investimentos.

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Fizemos cobranças à Prefeitura para que as necessidades do Distrito fossem atendidas, ainda mais porque, no início de 2021, representantes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação estiveram presentes na zona industrial afirmando que já tinham projetos para a área. Porém, a contratação da empresa responsável pelas obras foi realizada apenas no final do ano. 

Em março deste ano, nosso mandato voltou ao local para conferir o andamento das obras da Prefeitura e, para nossa surpresa, nada mudou. Encontramos todo maquinário parado, sem nenhuma previsão para a retomada dos trabalhos.

O Rio é a segunda metrópole mais importante do país. Ter um Distrito Industrial nessas condições é algo que deve ser considerado inaceitável para a cidade. O novo Plano Diretor, ainda em discussão na Câmara Municipal, propõe a criação de uma Macrozona de Desenvolvimento Estratégico. Ele tem como objetivo promover a manutenção e expansão das atividades relacionadas à pesquisa, ao desenvolvimento científico e tecnológico, à indústria e à logística.

Com esse comprometimento, apresentamos uma emenda ao Orçamento de 2022 que visa transformar o Distrito Industrial de Santa Cruz em um Polo Tecnológico, composto por incubadoras de empresas e organizações sociais de base ambiental e tecnológica, unidades de pesquisa com universidades parceiras, cursos técnicos e atividades voltadas para comunidade escolar. A missão aqui é promover o fortalecimento do atual distrito, que segue à míngua, através da implementação de um ambiente propício à formação de arranjos produtivos de novas empresas. Essa ideia também favorece o desenvolvimento de estudos para redução e obtenção de soluções efetivas para os impactos ambientais gerados.

Para além das promessas, é urgente a intervenção do poder público também na construção de um debate em torno de um processo industrial mais tecnológico, ambientalmente responsável e que gere empregos e conhecimento para a população da Zona Oeste. Queremos o desenvolvimento econômico acompanhado do desenvolvimento social e cultural para a região.

Nosso mandato segue firme nas fiscalizações e nas cobranças à Prefeitura e totalmente empenhado na luta por mais investimentos, políticas públicas e preservação da região.

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