William Siri: A Zona Oeste do Rio também é cultura!

O vereador William Siri fala sobre o relatório sobre a diversidade cultural da Zona Oeste e seus desafios produzido por seu mandato

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William Siri e o relatório de cultura do mandato - Crédito - Felipe Ouverne

Apesar da ausência do Poder Público e do descaso histórico que já conhecemos, a Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro é muito rica em manifestações e coletivos culturais! Muita vida pode ser encontrada nas esquinas, praças, rodas de conversa e mobilizações artísticas que se manifestam nos mais diversos bairros da região. São movimentos de resistência e luta feitos por fazedores de cultura, que, na maioria das vezes, não recebem investimentos e incentivos públicos. Para entender as condições do setor e conhecer mais movimentos, meu mandato produziu um relatório sobre a diversidade cultural da Zona Oeste e seus desafios e quero compartilhar um pouco das nossas ações e conclusões.

Quando olhamos para os dados da realização de projetos culturais na região da AP5, podemos observar o abismo de desigualdades na cidade. Das 2779 propostas, apenas 110 foram realizadas na área mais pobre da Zona Oeste. Se somarmos com a área de planejamento 4, excluindo a Barra de Tijuca, temos a realização de 313 projetos. AP4 e AP5 formam o que conhecemos como Zona Oeste e concentram a maior parte da população da cidade do Rio. Não podemos aceitar que a região que concentra a maior parcela da população seja também a que recebe menos projetos culturais.

Para compararmos os dados com nossa experiência, vivida no dia a dia, tente lembrar: quantas peças de teatro você já assistiu na Zona Oeste? Quantos museus já visitou pela na cidade do Rio, em geral, e na AP5? Já foi em alguma mostra de cinema, música, pintura, escultura ou qualquer outra atividade artística fora do Centro e da Zona Sul? Suas respostas provavelmente virão ao encontro da razão principal deste artigo: questionar a falta de políticas públicas culturais efetivas para a Zona Oeste! É fundamental cobrar e propor à Prefeitura um projeto político-cultural mais consistente para a região.

No decorrer da realização do nosso relatório, encontramos espaços públicos municipais em pleno funcionamento e bom estado de conservação, mas também nos deparamos com equipamentos totalmente destruídos e abandonados. É o caso, por exemplo, da Lona Cultural Sandra de Sá, em Santa Cruz. Inaugurada em 2004, com um show da cantora homenageada, o espaço está em condições precárias: a lona completamente rasgada, há enormes quantidades de entulho na parte interna e sem exercer nenhuma função social junto à comunidade local. Outro equipamento que tem enfrentado graves problemas infraestruturais é a Lona Elza Osborne, em Campo Grande. O local está interditado e com as atividades suspensas, apesar das cobranças que já fizemos à Prefeitura.

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Foto 3 William Siri e Marcus Faustini Secretario de Cultura Credito Felipe Ouverney William Siri: A Zona Oeste do Rio também é cultura!
William Siri e Marcus Faustini (Secretário de Cultura) – Crédito – Felipe Ouverney

Não posso deixar de comentar também que o incêndio no teatro Moacyr Bastos, em Campo Grande, revela o estado de abandono do setor cultural na Zona Oeste e que isso contribui para as grandes perdas de espaços e até mesmo de nosso patrimônio. É urgente que o Poder Executivo crie mais equipamentos e implemente ações que protejam e garantam o uso democrático e ativo dos espaços de cultura existentes na nossa região.

Pensando na criação e ativação de novos espaços de cultura e patrimônio, criamos um projeto que virou lei e estabelece o Dia do Teatro na Zona Oeste e formamos a Frente Parlamentar de Proteção e Ativação do Patrimônio Histórico-Cultural da Zona Oeste para fortalecer as discussões e ouvir as demandas das localidades e seus representantes. Um dos objetivos da Frente é criar referências patrimoniais que exaltem a cultura, a memória coletiva e a história vivida na Zona Oeste, utilizando o patrimônio como meio educativo. Vamos fiscalizar e levantar estudos sobre as condições dos patrimônios e dos espaços de cultura para construir diálogo com o Poder Executivo, com os movimentos sociais e fazedores de cultura.

É necessário um grande esforço para construção e implantação de políticas públicas de segurança, educação e cultura e assim entregar para população um patrimônio restaurado, com novas funções e significados para a comunidade local e para todos os visitantes.  Comecei minha caminhada na luta política envolvido em um coletivo que realiza inúmeras ações culturais “Tudonumacoisasó” – e, por isso, faço da cultura na Zona Oeste um tema prioritário no nosso mandato. Luto e lutarei para que mais espaços públicos de cultura sejam criados, para que mais políticas de fomento cheguem aos nossos produtores e artistas e para que nosso patrimônio histórico, material e imaterial, seja valorizado e ativado.

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