O governador Sergio Cabral é o que podemos dizer alguém sem filtro mental, ou quem sabe hoje está sofrendo de piriri cerebral. Hoje em uma das suas declarações estapafúrdias, ao defender o aborto, (o que deveria ter feito durante a campanha, enganou o eleitor conservador ao não fazer), disse “Quem nunca teve uma namoradinha que teve que abortar”.
Governador, tenho de dizer, nunca tive. Ao contrário do que pensa, em uma cabeça acostumada no bate-papo dos pseudo-intelectuais, o aborto não é método anti-conceptivo. É uma violência ao corpo e pode causar graves problemas psicológicos na mulher, sem entrar no debate religioso ou se o feto é ou não um ser humano.
Mas isso não é nada governador, o senhor já defendeu o aborto como forma de combater a violência, citando o “Freakonomics”, excelente livro, o li, mas não é para ser levado ao pé da letra, especialmente ao estabelecer relação entre a legalização do aborto e a redução da violência nos EUA.
Pode ser a favor do aborto, sou contra. Mas há que se ter os motivos corretos e não dizer absurdos. Defenda os métodos anti-conceptivos, distribua pílulas, camisinha, aulas de educação sexual na escola. Mas não trate um tema sério como uma bobagem.
E, fica a dúvida, será que se essa declaração fosse feita nas eleições o resultado seria diferente no Rio?