Um dos equipamentos de cultura mais relevantes para a arte carioca, o Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto, no Humaitá, será reaberto no sábado, 12 de junho (Dia dos Namorados), com uma feirinha reunindo artesãos e brecholeiros de toda a cidade na parte externa, que foi totalmente revitalizada. A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Cultural, promove a retomada do equipamento com foco em atrações ao ar livre e uma gestão colaborativa, em acordo com a nova proposta dos espaços culturais da cidade que vêm sendo reabertos. Gastronomia, moda, sarau, acessórios e música integram a programação.
“Nesta fase de reabertura, é importante que os espaços contribuam de maneira segura com opções artísticas, de lazer e entretenimento para a população priorizando as áreas externas, para além de espetáculos”, ressalta o gerente de teatros municipais, Douglas Resende. “Estamos, desta forma, expandindo as possibilidades de interação do público com o equipamento cultural.”
Das 9h às 15h, artesãos e brecholeiras – há tempos sem oportunidade de trabalho – estarão a postos para a estreia da Feirinha do Sérgio Porto, além da Gastromotiva (gastronomia social) e o Acarajé da Catia, entre outros.
“Com o retorno das feirinhas de artesanato, vejo a possibilidade de agregar novos públicos para minha marca. Nunca expus no Humaitá”, conta a artesã Raquel Soares, do Engenho de Dentro. Desde 2015, ela cria acessórios exclusivos para bonecas.
O mesmo acontece com o projeto Encontro de Brecholeiras, sediado na Cufa em Madureira, que reforçou o estoque para a estreia na zona Sul. “Somos 90% de mulheres trabalhando de forma sustentável vendendo peças usadas, e nunca tivemos a oportunidade de expor nesta região da cidade, de onde vêm muitos comprar com a gente em Madureira”, diz Michelle Rey, que está sem conseguir trabalhar presencialmente desde o início da pandemia.
Alimentação sustentável e inclusiva em um mundo plurilateral é uma das bandeiras da Gastromotiva, movimento de gastronomia social criado pelo chef suíço David Hertz, que recebeu a Ordem do Mérito Cultural Carioca este ano.
“Em meio a um cenário desafiador é fundamental unirmos forças em prol de iniciativas de fomento ao microempreendedor local e informal. Um evento como este fomenta a economia criativa, solidária e circular. Abre novos caminhos de parcerias com a Secretaria de Cultura”, observa Hertz.
Há quase 15 anos, a baiana Catia Nascimento, de São Cristóvão, se veste a caráter para vender acarajé na Praia Vermelha. Na pandemia, o jeito foi investir no delivery. “Fiquei sem vender nada por dois meses. Foi muito difícil.”
Sarau com Chacal e músicas de amor
Artistas que fizeram história no Sérgio Porto também marcam presença; dos confirmados, o poeta Chacal com o icônico CEP 20.000 (10h); o ator Bruce Gomlevsky – eternizado como Renato Russo no teatro – cantando músicas de amor (11h) e o ator, produtor e DJ Rodrigo Penna (Bailinho; 12h).
“Acho importante voltar a colocar a cara na rua, de máscara”, comemora Chacal, poeta e fundador do CEP 20.000 – fixado no Sérgio Porto em 1990 (junto com o escritor e produtor Guilherme Zarvos). “O Rio precisa de um hospital de campanha da cultura, com feiras assim. Com responsabilidade não tem erro.”
A entrada será gratuita, mas restrita a até 40% da capacidade (40 pessoas ao mesmo tempo). Haverá álcool em gel, controle de entrada e saída de visitantes, medição de temperatura na porta e demais medidas protocolares, como distanciamento e a obrigação do uso de máscaras.
Mais de um ano fechado e sem energia
Em mais de um ano fechado, o Sérgio Porto passou por reformas de cabine (cheia de cupim), troca de madeira e abertura da parte dos fundos para eventos. Não é pouca coisa. Em janeiro, o espaço foi encontrado com a energia cortada, por flagrante de “gato”, segundo a Light.
De luzes acesas, uma das maiores novidades ali é a área dos fundos a céu aberto, que ganhou um tapa no visual e grafite do MC Airá Ocrespo, autor do projeto “Portais para o futuro”.
“Pintamos juntos nessas paredes o que sonhamos para o futuro da cidade”, resume Ocrespo.
A prioridade nesta retomada, adianta Marcus Faustini, é envolver o equipamento com seu entorno, se comunicar.
“Literalmente, vamos derrubar muros, promover feiras e eventos de gastronomia, fazer com que os moradores se sintam parte”, diz o secretário municipal de Cultura Marcus Faustini. “Nossa equipe está mapeando um raio de 2km no entorno de cada centro cultural da prefeitura em busca de criar um diálogo com os moradores.”
E assim, com o lema “A cultura é a liga da cidade“, os equipamentos cariocas, aos poucos e com todo cuidado, seguem voltando à vida. A Feirinha do Sérgio Porto será mensal, sempre num sábado, ao longo do dia. No segundo semestre haverá chamada para ocupação artística do local.
Quem vem para a Feirinha do Sérgio Porto
- Curimba, de Olaria (bebidas)
- Wilma Boss Artesanato, do Encantado (costura/artesanato)
- Sássayn, de Duque de Caxias (ervaria)
- Livraria Caminhos do Saber, de Duque de Caxias (livreiro)
- Raquelasbrindes, do Engenho de Dentro (roupas e acessórios)
- Arte Crespa, de Brás de Pina (artesanato)
- Use Basha, de Duque de Caxias (acessórios)
- Arte-Sã, de Vila Isabel (artesanato)
- Brecholeiras de Madureira e da Praça Seca (brechó)
- Mania de Comprar Bazar, de Brás de Pina (acessórios)
- Bella for Life, de Ramos (beleza)
- Acarajé da Catia, de São Cristóvão (acarajé)
- Gastromotiva, do Centro (sal fitoterápico e doces)
Atrações:
10h – Chacal com o icônico CEP 20.000
11h – Bruce Gomlevsky cantando músicas de amor
12h – Rodrigo Penna (Bailinho)
Serviço
Espaço Cultural Sérgio Porto
Rua Humaitá 163, Humaitá (entrada pela Rua Visconde e Silva)
2535-3846
Sáb (12 de junho), das 9h às 15h
Grátis
Livre