Rua Domingos Ferreira, 215, quase esquina de rua Barão de Ipanema. Coração do polo de bares de Copacabana. Ali funciona o pequenino bar Bossa Rio, ocupando duas pequenas lojinhas, com poucos lugares para sentar lá dentro. Entre o bar Vizinhando e o tradicional restaurante de comida árabe Stambul, pode parecer a quem não conhece que seria sufocado pelos vizinhos grandões. Mas não é nada disso. O pequeno bar, desde antes de pandemia, acaba lotando a calçada e a própria rua de jovens batendo papo – todas as noites – e se divertindo, e, em noites de jogos de futebol, de torcedores dos principais times.
Até aí, tudo ok. Poderíamos até abordar o fato de que o croquete de carne alemão servido pelo bar é tão gostoso que é pra comer rezando. A questão é que a partir das 10 da noite, numa rua quase que totalmente residencial, o barulho não pára. Na verdade, ele só aumenta. Moradores da região são unânimes em dizer que o Bossa Rio não respeita a lei do silêncio, e a barulhada acontece num nível tão alto que já está causando uma espécie de guerra, com direito a ocorrências policiais, e moradores desesperados jogando coisas da janela nos freqüentadores, que conversam, riem, brincam e gritam noite adentro. O bar lota a calçada e até mesmo a rua, compensando seu espaço físico limitado, mas com todos os clientes ao ar livre, o barulho, obviamente, é acentuado. O estabelecimento também tem shows de música ao vivo, e já é alvo de reclamações de moradores há pelo menos 6 anos (veja o vídeo abaixo).
“A gente entende que o comerciante tem que faturar. Mas como o bar funciona na rua, e não dentro da loja, o barulho sobe e incomoda a todos os moradores. E aí começa aquela gritaria, pois os frequentadores discutem aos berros com moradores que gritam das suas janelas por silêncio”, disse ao DIÁRIO um morador da Rua Barão de Ipanema 15, que pediu para não ser identificado. E do edifício vizinho, na Rua Domingos Ferreira 219, foi atirado nada menos que um azulejo em cima de frequentadores do bar, ocasionando já mais de uma vez o acionamento da polícia. E segundo informações, já teria sido atirado outro azulejo, o que pode ocasionar ferimentos graves. A guerra está declarada.
No edifício da Barão de Ipanema 15, o síndico Michael D’Andrea mandou um comunicado aos moradores repudiando a ação e prontamente informando que o azulejo não fora atirado do edifício, até porque o autor do ato criminoso poderia ser responsabilizado pelos danos sofridos pelo estabelecimento e seus frequentadores. Um porteiro do edifício vizinho disse que todas as noites os moradores têm que conviver com gritaria, e com um morador do edifício 15 gritando pela janela, quase a noite inteira: “Baixa o Som!!!“. Segundo uma vizinha, o morador que berraria este mantra interminável pela janela teria problemas psicológicos, e, invariavelmente, começa a gritar a mesma coisa todas as noites.
O síndico esclareceu ainda que há uma câmera do condomínio e forneceu imagens nas quais fica claro que o azulejo foi atirado por morador do prédio vizinho.
Segundo informações obtidas pelo DIÁRIO, a briga entre o Bossa Rio e seus clientes e os moradores do local tem piorado, com cada vez mais animosidade de parte a parte. Mais gritos (de cima pra baixo e de baixo pra cima), mais barulho, e mais moradores nervosos atirando coisas lá embaixo, pois a barulheira proveniente da animação dos jovens frequentadores do bar não raro passa da 1 da manhã.
Para o presidente da Sociedade Amigos de Copacabana, Horácio Magalhães, “o advento da aprovação da Lei Complementar nº 226/2020, de autoria do vereador Rafael Aloísio Freitas, flexibilizando a colocação de mesas e cadeiras em áreas públicas e de afastamento frontal e até em vagas de estacionamento, acabou criando um verdadeiro clima de guerra entre moradores e bares.” Magalhães, conhecido como xerife do bairro, adicionou que que “advertimos o vereador sobre o “monstro” que estava criando, mas o parlamentar resolveu atender a apenas os interesses dos bares, e agora a conta está chegando.”
“Moradores de ruas como Ronald de Carvalho, Domingos Ferreira e Aires Saldanha tem vivido noites em claro com as aglomerações, e o volume altíssimo do som ambiente e música ao vivo sem qualquer tratamento acústico“, finaliza Horácio.
Matéria atualizada pela última vez às 22:44
Acho que existe uma galera que desconhece que os bares podem investir e criar uma proteção acústica que não incomode os outros. Muitas cidades pelo mundo afora recebem muitos turistas, mas os bares têm hora para fechar, com multas pesadas. Há casas animadíssimas em Paris, NY, Roma que não se escuta nada do lado de fora. Ou vcs acham que a única possibilidade é tornar a vida dos moradores um inferno? Vamos viajar pessoal jovem e antenado, vamos viajar. É bom, abre a cabeça, melhora. Menos baderna, mais organização e recursos de fato para a cidade. É preciso coibir baderna, sim.
Meu Deus… cataram um video de antes de 2017 pra tentar dar algum embasamento na matéria que trata uma pessoa que joga azulejos da janela da sua casa do décimo primeiro andar normal! Isso não pode ser considerado jornalismo! Matéria tendenciosa, unilateral, culpabilizando UM único estabelecimento de outros vários no mesmo local… sendo que os azulejos jogados foram bem antes das 22 horas, ou seja, a “lei do silêncio” não é o problema.
Concordo, Copa é cheio de gente velha, galera que viveu a juventude e agora quer morar em frente a praia e ter silêncio… Quer silêncio?!? Vá morar no campo… Praia é local de curtição, agito e alegria
Rio é cidade turística, de festa e animação, imagina então em local onde tem praia?!? Entendo sua indignação, mas nessa briga quem ganha são os comerciantes… A Lapa virou corredor cultural a anos e ninguém pensa no sossego dos moradores de lá, porque será né?!? ?????
A matéria é tendenciosa. Em que pese que os bares incomodam de maneira geral, a parte de se atirar objetos pesados pela janela ficou em terceiro plano. Ora, é impensável que um ser humano, por se sentir desrespeitado por qualquer que seja o motivo, atire objetos pesados de sua janela. Não se trata de um ovo, uma água. (estaria errado também) Mas azulejos, ladrilhos, garrafas de vidro? Ali passam pedestres, casais com crianças, animais, idosos que nada tem a ver com o barulho do bar. Nem clientes são. A matéria
deveria ter dado mais ênfase ao delito muito mais grave do que o de infringir a lei do silêncio. Além disso, não existe só um bar naquela localidade. E me parece que o bar em questão obedece a lei do silêncio. Quem não obedece são alguns clientes que, não sei porquê, insistem em berrar, cantar e levar caixas de som para os estabelecimentos. É verdade que falta-lhes educação. Mas se a falta de educação começar a ser punida com arremessos de objetos na cabeça das pessoas, então voltaremos à barbárie. E essa falta de educação está presente em quase todas as ruas da zona sul do Rio de Janeiro. Do Leme ao Leblon, onde há bares, há gritaria. E pelo que sei, isso acontece no resto do Brasil também. Se por um lado há de coibir o excesso de incômodo, por outro há de se punir exemplarmente um criminoso que atira do alto de seu apartamento objetos nas pessoas, que podem matar, machucar ou deixar sequelas para o resto da vida. Com o pouco caso como isso foi tratado na matéria, talvez reste até um incentivo para outras pessoas fazerem o mesmo. E não é pra isso que serve a imprensa.
Perfeita sua colocação!! Achei a matéria mega tendenciosa, dando mais ênfase e importância ao barulho, do que ao perigo de qualquer pessoa, animal oi criança ser atingido por algum objeto jogado de cima dos prédios… Lamentável!!
Quando as portarias dos prédios residenciais foram diminuindo de tamanho para dar lugar as lojas comerciais, a partir daí o bairro de Copacabana se tornou uma aglomeração de pequenos botecos, bares e lanchonete que só veio destruir o sossego alheio. E com ajuda das leis municipais e as associações que defendem os interesses desses comerciantes só vêm criar mais poluições auditivas. Perdeu-se respeito.
Eu mesma moro na esquina da Rua Santa Clara com Domingos Ferreira, e por muitas vezes tenho que aturar o tipo de som musical que vai desde o conjunto de forró, saxofonista, reuniões de torcedores e o desrespeito no seu direito de ir e vir pelas invasão dos calçamento de mesas e cadeiras, e isso começa desde a parte da manhã, principalmente nos finais de semana, ultrapassando a meia noite. Começo a ter insônia já sabendo que a minha saúde mental está sendo afetada.
Não vejo a curto e médio prazo uma solução plausível, a não ser vergonha na cara do Prefeito e de alguns vereadores que sancionou essa lei em troca de votos.
Rio é cidade turística, de festa e animação, imagina então em local onde tem praia?!? Entendo sua indignação, mas nessa briga quem ganha são os comerciantes… A Lapa virou corredor cultural a anos e ninguém pensa no sossego dos moradores de lá, porque será né?!? ?????
É lamentável, Cristina. A sociedade precisa pressionar. É um equívoco achar que isso traz recursos para a cidade. É preciso cuidar muito bem de Copacabana para atrair turistas com potencial de gastar recursos aqui. Quem quer vir para uma zona de cidade?!
Boa matéria Quintino.
Deixa o cavalo andar… Quem n ta gostando que se mude…
É, Gilberto, feliz é você que certamente passa as noites bem dormidas, sem barulho, sem pagode em alto e bom som, sem gritaria, brigas e algazarra na janela da sua casa e vendo o valor do seu imóvel despencar… gostei da sua empatia com que passa por isso e não vê solução quando faz uso dos meios legais, até porque o pouco caso aqui no Rio de Janeiro impera. Nem a PM, nem a GM ou 1756 resolvem… aliás, debocham do cidadão que paga impostos, assim como você nesse momento. Queria ver se fosse a rua dos pais de nosso Governador ou Prefeito se a baderna seria assim livre.
Passar a noite sem dormir sucessivamente, se compara – psicologicamente – à tortura e gera danos não só mentais mas físicos também, abalando a saúde como um todo.
É isso mesmo, Maria! Você está certíssima.
Acho que existe uma galera que desconhece que os bares podem investir e criar uma proteção acústica que não incomode os outros. Muitas cidades pelo mundo afora recebem muitos turistas, mas os bares têm hora para fechar, com multas pesadas. Há casas animadíssimas em Paris, NY, Roma que não se escuta nada do lado de fora. Ou vcs acham que a única possibilidade é tornar a vida dos moradores um inferno? Vamos viajar pessoal jovem e antenado, vamos viajar. É bom, abre a cabeça, melhora. Menos baderna, mais organização e recursos de fato para a cidade. É preciso coibir baderna, sim.
Concordo, Copa é cheio de gente velha, galera que viveu a juventude e agora quer morar em frente a praia e ter silêncio… Quer silêncio?!? Vá morar no campo… Praia é local de curtição, agito e alegria