De acordo com pesquisa feita pelo Instituto Rio21, em parceria com DIÁRIO DO RIO (por conta do Setembro Amarelo), antes da pandemia, apenas 9,7% dos cariocas entrevistados afirmaram que sua saúde mental estava ruim ou muito ruim. Esse percentual aumentou em 4,2 vezes no período pandêmico: 40,7% dos entrevistados afirmaram que sua saúde está ruim ou muito ruim durante a crise causada pelo Coronavírus.
Para compreender estes impactos, foram realizadas diversas perguntas nas quais os respondentes tiveram que avaliar seus estados mental/psicológico antes da pandemia e durante a pandemia. Desta forma, foi possível estabelecer uma comparação do estado emocional dos entrevistados nestes dois períodos e, em que medida, a pandemia os afetou.
Em paralelo, o percentual de entrevistados que responderam que sua saúde mental estava boa ou muito boa caiu drasticamente no período pandêmico, em comparação com o momento anterior à pandemia. De acordo com a pesquisa, 62,2% dos entrevistados afirmaram que sua saúde mental estava boa ou muito boa antes da pandemia. Já durante a pandemia, essa proporção caiu para praticamente metade: apenas 31,2%afirmaram que sua saúde mental estava boa ou muito boa durante a pandemia.
No gráfico a seguir observamos a frequência com que os moradores da cidade do Rio de Janeiro se sentem solitários. Antes da pandemia, 45,9% dos entrevistados raramente ou nunca se sentiam solitários. Durante a pandemia, esse percentual caiu para 31,5%, apresentando uma diferença significante de 14,4 pontos percentuais.
Enquanto isso, a proporção de entrevistados que afirmaram se sentir solitários sempre ou quase sempre aumentou em 25,5 pontos percentuais. Somente 12,9% dos respondentes responderam se sentir solitários sempre ou quase sempre antes da pandemia, já durante a pandemia, esse valor subiu para 38,4%, indicando que no período pandêmico as pessoas passaram a sentir sozinhas com mais frequência.
A pesquisa também identificou uma mudança no nível de otimismo dos moradores da cidade do Rio de Janeiro. Quando apresentada uma escala de 0 a 10, sendo 0 nada otimista e 10 muito otimista, apenas 7,6% dos respondentes afirmaram que seu nível de otimismo era baixo (entre 0 e 4) antes da pandemia. Em contraste, o percentual de entrevistados que afirmaram que seu nível de otimismo estava baixo durante a pandemia foi de 35,0%, uma diferença significativa de 27,4 pontos percentuais com relação a antes da pandemia.
Semelhantemente, o nível de felicidade dos entrevistados também caiu durante a pandemia, em comparação com o momento que a antecedeu. Enquanto 91,4% dos respondentes afirmaram que seu nível de felicidade estava alto(entre 6 e 10) antes da pandemia, essa proporção caiu para 54,4% durante a pandemia, apresentando uma queda de 37 pontos percentuais em relação a antes da pandemia.
Quanto ao nível de ansiedade dos cariocas entrevistados, os dados apontam para uma intensificação do sentimento. Antes da pandemia, apenas 15,2% afirmaram ser muito ansiosos (entre 9 e 10 na escala). Em contraste, mais da metade dos respondentes afirmaram estarem muito ansiosos durante a pandemia, apontando para um aumento de 44,2 pontos percentuais com relação ao momento anterior a pandemia.
“Esses dados iniciais são bastante preocupantes porque já relevam uma significativa piora na saúde mental dos moradores da cidade do Rio de Janeiro durante a pandemia de Covid-19. Com destaque para o aumento na frequência com que as pessoas estão se sentindo solitárias e também para aumento no nível de ansiedade. Um sinal de alerta foi ligado e a questão da saúde mental precisa ser vista com muita atenção, sobretudo, na formulação de políticas públicas e de apoio psicológico aos moradores do município”, segundo a Diretora de Pesquisa do Instituto Rio21, Ana Flávia Assumpção.
O levantamento foi realizado entre os dias 02 e 13 de setembro de 2021, através de pesquisa quantitativa com disponibilização de questionário online via e-mail e redes sociais. A amostra não probabilística contou com 321 entrevistados moradores da cidade do Rio de Janeiro, sendo 56% do gênero feminino e 44% do masculino. Cabe ressaltar que a amostra foi ponderada por características populacionais (gênero, cor/raça e faixa etária).
A faixa etária com o maior número de respondentes é a de 30 a 39 anos, que conta com 30,4% dos entrevistados. Em contraste, o menor grupo é o de 25 a 29 anos, que representa 11,3% dos respondentes da pesquisa. A distribuição etária pode ser visualizada no gráfico abaixo.
A principal região de moradia dos entrevistados é a Zona Norte, onde 36,9% indicaram morar. A segunda região da cidade do Rio mais representada na pesquisa é a Zona Sul, onde 30,6% dos entrevistados vivem. Já a proporção de moradores da Zona Oeste e do Centro é de 27,7% e 4,8%, respectivamente.
O relatório completo pode ser lido aqui: