Numa campanha os candidatos que falam entre si, na verdade, mandam recados para a população e levam junto o que vai no subconsciente e é aí nesse espaço escuro que se deve buscar o que cada um deles, na verdade, pensa sobre o papel que ocupam na vida da população.
Assim aconteceu no ambiente da tragédia em Petrópolis, para onde alguns foram para trabalhar, outros para demonstrar solidariedade e outros por solidariedade sincera. Quem foi fez selfies, imagens nos locais em que os bombeiros trabalhavam e saiu-se com frases de efeito.
Por óbvio, sabe-se que o governador e a equipe do governo foram trabalhar, porque o problema caiu no colo deles. A intenção dos demais cabe à sociedade julgar. Mas, como Cláudio Castro é candidato à reeleição, seus adversários correram para a cidade. Marcelo Freixo chegou primeiro pelo Twitter, para depois aparecer nas fotos. Ele escreveu: :
“Enquanto a população de Petrópolis precisa de socorro e os bombeiros fazem o que podem com pouco pessoal e poucos equipamentos, Cláudio Castro, por razões políticas, demora um tempo precioso para aceitar as ajudas oferecidas pelos outros estados”.
Pareceu-me que o objetivo da provocação foi aproximar a imagem do Governador Cláudio Castro à reação do Presidente Jair Bolsonaro, quando, nas fortes chuvas que ocorreram na Bahia, recusou a ajuda do governo argentino. É bem provável que o deputado Marcelo Freixo não tenha a menor ideia de quantos bombeiros e equipamentos a tragédia demandaria.
Depois disso, ele informou:
“Estou em Petrópolis para ajudar a Prefeitura e os governos estadual e federal no socorro às vítimas. O momento é de somar esforços e nos unirmos para amparar as pessoas e garantir o apoio necessário. Destinei 1 milhão em emendas para o município”.
Está claro que ele não foi a Petrópolis para ajudar as pessoas. Foi para ajudar os governos, o que, de certo modo, é coerente com a ideologia que ele defende, tanto estando no PSOL, partido onde o Socialismo e a Liberdade dizem caminhar juntos, uma coisa impossível como no partido onde o Socialismo é Brasileiro, situação, esta sim, provável.
Presente o mesmo conceito de um Estado que, na relação com a sociedade transfigura os direitos do povo em concessões de caridade, Marcelo Freixo disse que destinou 1 milhão em emendas para o município. Certamente, com o desejo de fazer frente ao pessoal, ao dinheiro e equipamentos empregados pelo governador para amenizar os efeitos da tragédia.
O governador não gostou do que disse o deputado e deu-lhe uma bronca para colocá-lo no palco com o papel de Zé do Caixão, que os críticos de cinema identificam como “o pai do terror brasileiro”. Se assim é, o Zé do Caixão está no corpo de outros socialistas, principalmente, dos mais morenos.
Marcelo Freixo viu, então, a chance de passar a imagem de quem coloca as calamidades acima dos caprichos eleitorais. E tudo deve ter terminado bem na convivência entre o governador e o deputado. Por enquanto, porque quem bem conhece Marcelo Freixo, sabe que ele, logo, logo, voltará com o jeitão briguento e desaforado.
E, se, de fato, Freixo estiver com a ajuda do homem de marketing eleitoral, Renato Pereira, Cláudio Castro fique atento, porque por aí ainda virá muita pancadaria. Essa dupla a gente já conhece.
Enquanto isso, no Rio, um bloco de foliões desafiou a Prefeitura e desfilou pelas ruas do centro da cidade. A Guarda Municipal agiu sob a batuta do Secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale e com diálogo, o bloco foi dissolvido, não houve brigas, a alegria sobreviveu.
Essa turma do Eduardo tem feito um bom trabalho. O núcleo duro do Cláudio também. Quem sabe não será desta vez que o Rio, cidade e estado, sairão do buraco?
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.
Gostava deste jornal por sua imparcialidade, mas está saindo pelas bordas que este veículo de comunicação não tem mais compromisso com o equilíbrio e lidar com pensamentos opostos
Rosemari, a opinião de colunistas não reflete do jornal. Aqui escrevem pessoas com pensamentos opostos, inclusive ao seu.