Jackson Vasconcelos: A Ciranda num governo

Colunista do DIÁRIO DO RIO fala sobre as campanhas eleitorais

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Palácio Guanabara, sede do Governo do RJ - Foto: Divulgação

Iniciada a campanha para o governo do estado, os candidatos oferecerão suas propostas para administrar o estado e se isso acontecer como aconteceu em todas as campanhas, vocês verão que eles pensam parecido, porque as pesquisas dirão os temas de interesse dos eleitores e em cima deles, os candidatos farão as promessas.  

No segundo turno, os que candidatos que ficarem para trás apresentarão os termos para negociar os apoios e, novamente, se isso acontecer como tem acontecido, neste momento sairão os nomes de quem ocupará os cargos no novo governo. 

Quem vencer, governará. Quem perder assumirá o papel de oposição e o eleito terá tempo para cumprir as promessas que fez de nomeação. Geralmente, não cumprem ou fazem isso pela metade. 

Após a posse, terá início o período de escolha da Mesa Diretora da Assembleia e novas rodadas de negociação têm início. Será a hora do acerto de contas, para as nomeações que não ocorreram. Decidida a questão, entra-se na composição das comissões e nova rodada se inicia. 

Depois, vem o tempo da aprovação dos projetos de interesse do governo e rejeição daqueles que não interessam e novamente, as peças no governo se mexem. Nesse vai e não vai, dois anos correrão rápido e entra-se no ano de eleição dos prefeitos e vereadores. Certamente, alguns auxiliares do governador serão candidatos e inicia-se uma nova rodada de negociações. Alguém sairá e outro alguém entrará. 

Para não perder os seus, o governador criará novos cargos para atender aqueles que não são seus e a máquina ficará inchada e estaremos, após as eleições para prefeitos e vereadores, a caminho de uma nova eleição para o governo e a ciranda começará de novo. 

Como o Brasil tem um modelo de administração pública que chamo de “cabo a rabo”, quando o governador troca um auxiliar direto, secretário ou presidentes de órgãos, eles trocam toda a estrutura, que racha e a máquina grimpa. 

Existe um modo de resolver isso? Sim, existe. Mas, ele dependerá dos termos e limites que os candidatos coloquem na mesa ainda no tempo das campanhas.  Se para vencer, for o vale-tudo, para governar não será diferente. 

Quem toca um governo como dança uma ciranda, poderá entrar na roda daqueles que o eleitor faz tudo para esquecer.

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Formado em Ciências Econômicas na Universidade Católica de Brasília e Ciência Política na UNB, fez carreira com dezenas de cases de campanhas eleitorais majoritárias e proporcionais. É autor de, entre outros, “Que raios de eleição é essa”, Bíblia do marketing político.

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