Jackson Vasconcelos: Medina, uma família de guerreiros apaixonados pelo Rio

Colunista do DIÁRIO DO RIO opina sobre o empresário Roberto Medina, idealizador do Rock in Rio

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Roberta e Roberto Medina no Rock in Rio 2015 - Foto: Foto: Fabio Cordeiro/Editora Globo

O mundo ainda tem jeito e se o mundo tem, o Rio de Janeiro, mais jeito ainda. Por aqui há motivos de contemplação oferecidos por Deus na natureza, que se somam aos espetáculos criados por pessoas geniais. É o que será o próximo Rock in Rio, conforme matéria apresentada pela jornalista Leila Sterenberg na TV Globo.

O telejornal falou sobre o ”espetáculo inspirado na Broadway que contará uma das lendas da Amazônia, protagonizada pelo Uirapuru, a história do guerreiro que vira pássaro”. Roberto Medina avisou, entrevistado com o conjunto de produtores do Rock in Rio: ”Eu acho que a gente vai surpreender o público com uma cachoeira de 40 metros de extensão, com 200 mil litros de água por hora caindo ali”.

Da mesma maneira como ocorreu com o Rock in Rio anterior, a favela estará presente – a maior favela de São Paulo – com uma orquestra formada por moradores e o guerreiro pássaro, Uirapuru, voará sobre a plateia.

Com certeza, será um espetáculo maravilhoso, como magnífico é tudo o que a família Medina cria. Hoje com tecnologia moderna, quando ontem, sem tanta tecnologia, fez da mesma maneira e com igual grandeza, porque com a mesma paixão. Com um ardente amor ao Rio. É o que está retratado pelo escritor João Estrella de Bettencourt, no livro ”Quando as Noites Eram de Gala”, de onde tirei o trecho a seguir:

”Em novembro de 1962, no Golden Room do Copacabana Palace, para um público de 450 pessoas, houve o ‘Skindô’, espetáculo idealizado e produzido por Abraham Medina, montado pelos americanos Bill Hitchcock e Sonia Shaw, coreógrafa de Marlene Dietrich, pelo argentino Juan Carlos Berardi e pelos brasileiros Aloysio de Oliveira e Abelardo Figueiredo. Com melodias de Tom Jobim, o ‘Skindô’ contou com quase 100 artistas, que se apresentaram após 3 meses de ensaios e investimentos de 20 milhões de cruzeiros”.

”A bailarina e cantora Marly Tavares abre a cena vestindo uma capa esvoaçante e um maiô espelhado. No pescoço, um colar com 5 brilhantes enormes. Ao mover-se, a roupa cria um efeito pelo qual emite feixes de luz em direção à plateia. Marly é a própria ‘Skindô’, personagem de origem desconhecida que conduz as histórias contadas ao longo da noite, apresentando um pouco do Brasil. O Brasil da lenda indígena do Uirapuru, segundo a qual um índio apaixonado pela filha do cacique, e por ele proibido de aproximar-se da amada, pede a Tupã para ser transformado em pássaro”.

Leiamos agora o que sobre isso diz Roberto Medina num texto primoroso que recebi do Rubem, irmão dele e meu amigo:

”Quando eu tinha 13 anos, meu pai estava fazendo um show no Golden Room do Copacabana Palace que se chamava ‘Skindô’. No espetáculo tinha um quadro do Uirapuru com cachoeira de verdade no palco. Eu vi e me emocionei e guardei aquela imagem na gavetinha da vida. Na pandemia eu abri esta gaveta e coloquei o pássaro para voar. No fundo é uma homenagem secreta ao meu pai e à história que é linda. E diz a lenda que quando se vê o Uirapuru se pode pedir um desejo que a coisa acontece e meu desejo é que eu consiga emocionar as pessoas da mesma maneira que um menino de 13 anos se emociou”.

Encerro deixando com vocês uma sugestão:

A música emociona e nos dá vida.

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Formado em Ciências Econômicas na Universidade Católica de Brasília e Ciência Política na UNB, fez carreira com dezenas de cases de campanhas eleitorais majoritárias e proporcionais. É autor de, entre outros, “Que raios de eleição é essa”, Bíblia do marketing político.

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