Entre a Zona Norte e a Zona Sul

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Rio de Janeiro

A maneira como hoje chamamos um dos principais bairros da Zona Sul do Rio teve sua origem no nome de Charles Leblon (ou Le blon, entre outras variações encontradas, já viu nosso post sobre o nome dos bairros do Rio) que foi um empresário francês que teria comprado terras da orla marítima do Rio por volta do ano de 1845. O bairro foi loteado no início do século XX e em 1918 foi feita, pela praia, a primeira ligação até Ipanema e depois, através de uma ponte erguida sobre a barra da Lagoa, houve a primeira conexão entre as avenidas Vieira Souto e Delfim Moreira. Em 1919, a Construtora Ipanema já vendia terrenos na região e um ano depois, o prefeito Carlos Sampaio levou o saneamento e realizou o embelezamento da Lagoa, além da construção de novas avenidas e canais. Em 1938, foi construída outra ponte que ligaria a Avenida Visconde de Pirajá à Avenida Ataulfo de Paiva e bondes começaram a circular pela praia.

Anos depois, esses bairros se tornaram uns dos mais nobres e procurados da Zona Sul Carioca e o Leblon, fazendo divisa com a Lagoa e separado da praia de Ipanema pelo Jardim de Alá, hoje em dia, é um dos lugares mais almejados e mais caros pra se viver em toda a cidade.

A praia e o mirante do Leblon, com vista para Ipanema, Arpoador e o pôr do sol no morro Dois Irmãos; a Lagoa Rodrigo de Freitas, o Pão de Açúcar e toda a extensão da praia de Copacabana, se tornaram inspiração para muitas músicas, novelas e filmes brasileiros. A Bossa Nova – por exemplo – que é o ritmo brasileiro mais difundido no exterior representa tanto a Zona Sul carioca quanto todas as misturas que enriquecem a arte brasileira, já que é uma fusão do Jazz (ritmo mais atribuído às elites) com o samba (música de grande relevância na cultura popular).

Rio de Janeiro 2

Os moradores desses bairros são pessoas que, em sua maioria, puderam adquirir seus imóveis por valores bem altos ou tiveram o privilégio de comprar suas casas há anos. Isso se dá pela ausência de terrenos vazios na região, o que impossibilita novas obras e, consequentemente, o lançamento de apartamentos mais baratos. Por conta dessa restrição, e de grandes investimentos sociais e culturais que vêm ocorrendo na Zona Norte, nós estamos vivendo o momento tão esperado de uma crescente valorização das construções e rede administradora de imóveis no Rio de Janeiro.

O Alto da Boa Vista, por exemplo, situado do Maciço da Tijuca – 300 metros acima do nível do mar – abriga cerca de nove mil habitantes que têm o privilégio de viver longe do trânsito e da confusão, típicos da cidade grande. Tendo como vizinho o Cristo Redentor, possui pontos turísticos como a Vista Chinesa, e além de ter imóveis a preços muito mais acessíveis, fica muito mais próximo ao Centro, o que facilita demais o dia a dia e é uma grande vantagem. Seus moradores são aqueles que aproveitam o benefício de morar na cidade sem sofrer com as desvantagens que ela traz.

Outros lugares, como a Tijuca de Erasmo Carlos, Roberto Carlos, Tim Maia e Jorge Ben, a Vila Isabel de tantos poetas e compositores como Noel Rosa e Martinho da Vila entre muitos outros bairros da Zona Norte estão apresentando um crescimento maior do que o da Zona Sul e estão sendo cada vez mais procurados.

A melhor parte disso é saber que o Rio está crescendo e que esse desenvolvimento está acontecendo pra todos nós… afinal, a nossa cidade é toda feita de cultura, música, arte, samba, morro e asfalto… e tudo isso… com vista pro mar!

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