Entidades empresariais do Brasil emitem nota de repúdio a decisão de Alexandre de Moraes

Para os empresários, a operação da PF para investigar supostos atos ilícitos seria mais um capítulo da “violência estatal” contra eles

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Rosinei Coutinho/SCO/STF (20/02/2020)

Lideradas pelo Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Florianópolis (SC) 91 entidades de Santa Catarina, juntamente com outras lideranças empresariais, emitiram uma nota de repúdio veemente à decisão tomada pelo ministro do Tribunal Superior Federal (STF) e atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, de conflagrar uma operação de busca e apreensão contra oito empresário de 5 estados, sendo 3 deles do Rio de Janeiro: Ivan Wrobel, José Isaac Peres e José Koury. O documento ressalta a sua desaprovação ao ativismo judicial, além de advertir que o Brasil caminha para uma “ruptura institucional”. O documento conta com o apoio de CDLs de outros municípios, Associações Empresariais e Sindicatos. As informações são do site ND+ e do Estadão.

Na nota, o empresariado critica a demonização que o segmento tem sofrido ao longo dos últimos anos, à ponto de ter cerceado o seu direito de expressão e opinião em um grupo privado de WhatsApp. Fato que, segundo eles, demonstraria uma quebra no “marco civilizatório” nacional que pode ser direcionado e aplicado a qualquer cidadão que emita opiniões diferentes das dos grupos que querem impor as suas narrativas sociais.

“O direito de poder expressar, de forma livre e desimpedida, opiniões e anseios é um marco civilizatório inquestionável, mas que tem tido pouco ou quase nenhum apreço a depender do segmento social de que origina – especialmente quando o assunto envolve o futuro do País e mais ainda quando o empresário ousa fazer ouvir a sua voz. O empresariado tem sido, cada vez mais, figura demonizada pela narrativa ideológica que despreza o seu papel de indutor do desenvolvimento”, afirmaram os empresários na nota.

Ainda de acordo com o documento, a operação realizada pela Polícia Federal, nesta terça-feira (23), com a solicitação da quebra de sigilos e bloqueio de acesso a redes sociais, para investigar possíveis ou supostos atos ilícitos seria somente mais um capítulo da “violência estatal” à qual os empresários brasileiros estariam sendo submetidos ao participarem do debate político ou manifestarem suas opiniões.  

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A recentíssima operação policial autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), concretizada por meio de busca e apreensão em cinco estados, além de quebra de sigilos e bloqueio de acesso a redes sociais, sob o pretexto de “investigar ilicitudes”, é apenas o mais novo episódio de violência estatal a que estão acometidos os empreendedores brasileiros, alijados do direito de participar do debate político e de externar suas opiniões, quaisquer que sejam”, diz o documento.

Segundo os empreendedores, a atual conjuntura jurídico política brasileira teria chegado ao atual “ponto de ruptura” em razão do incentivo do poder que deveria primar pelo respeito às garantias constitucionais e aos valores basilares sobre os quais é erigida a nação brasileira.

“O tecido democrático chegou ao ponto da ruptura e quem deveria atuar para impedir tamanho prejuízo é, hoje, seu maior incentivador. A sociedade civil organizada, esteio dos valores morais que necessitam, mais do que nunca, ser fortalecidos para a própria viabilidade da Nação, não pode compactuar com tais atos”, disserem os empreendedores.

Leia a nota:

“O direito de poder expressar, de forma livre e desimpedida, opiniões e anseios é um marco civilizatório inquestionável, mas que tem tido pouco ou quase nenhum apreço a depender do segmento social de que origina – especialmente quando o assunto envolve o futuro do País e mais ainda quando o empresário ousa fazer ouvir a sua voz.

O empresariado tem sido, cada vez mais, figura demonizada pela narrativa ideológica que despreza o seu papel de indutor do desenvolvimento.

A recentíssima operação policial autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), concretizada por meio de busca e apreensão em cinco estados, além de quebra de sigilos e bloqueio de acesso a redes sociais, sob o pretexto de “investigar ilicitudes”, é apenas o mais novo episódio de violência estatal a que estão acometidos os empreendedores brasileiros, alijados do direito de participar do debate político e de externar suas opiniões, quaisquer que sejam.

Inebriados por um febril ativismo que transcende os limites de atuação como órgão responsável por garantir, em derradeira instância, o cumprimento da Constituição Federal, certos integrantes do STF ignoram solenemente o fato de que os empresários são, além de geradores de renda e oportunidades para todos, cidadãos como qualquer outro, portadores dos mesmos direitos consagrados a todos os brasileiros, independentemente de sua origem e trajetória social. Querer amordaça-los, impedi-los de influir no debate político ou até mesmo de externar opiniões é um perigosíssimo aceno a regimes em que o delito de pensamento é um ato que pode acarretar a perda da própria vida.

O tecido democrático chegou ao ponto da ruptura e quem deveria atuar para impedir tamanho prejuízo é, hoje, seu maior incentivador. A sociedade civil organizada, esteio dos valores morais que necessitam, mais do que nunca, ser fortalecidos para a própria viabilidade da Nação, não pode compactuar com tais atos.

As entidades que subscrevem este manifesto, representativas de milhões de brasileiros que correm riscos diariamente e têm, não raras vezes, o próprio Poder Público como seu maior empecilho, detêm o imperativo moral de dizer, com todas as letras, aos Senhores Ministros do STF: opinião não é crime!”

A operação da Polícia Federal foi deflagrada a pedido do ministro Alexandre de Moraes, após o acolhimento de uma representação da própria PF. A ordem foi expedida, na última sexta-feira (19), após o portal Metrópoles ter veiculado mensagens supostamente golpistas dos empresários em um grupo de WhatsApp. As ordens foram dadas na esteira do inquérito das milícias digitais, voltado a coibir a atuação de grupos organizados na internet para espalhar fake news e supostos ataques antidemocráticos.

Segundo o Estadão, durante a operação, foram apreendidos celulares que serão periciados pelos agentes federais. Há ordens para que sejam quebrados os sigilos bancário e de mensagens dos empresários, além do bloqueio de contas e suspenção dos perfis dos empreendedores nas redes sociais.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em dez endereços residenciais e comerciais no Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará.

Os alvos são:

Afrânio Barreira Filho – Restaurante Coco Bambu;

Ivan Wrobel – W3 Engenharia;

José Isaac Peres – Grupo Multiplan;

José Koury – Dono do shopping Barra World;

Luciano Hang, Rede de lojas Havan;

Luiz André Tissot – Sierra Móveis;

Marco Aurélio Raymundo – Mormaii;

Meyer Joseph Nigri – Tecnisa.

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6 COMENTÁRIOS

  1. A toda hora no nosso país se fala em democracia e se invoca a constituição, e o que vemos na realidade é um ministro agir contrariando a liberdade, descumprindo a constituição e agindo com ditador.
    Esta acontecendo isso mesmo?
    Nessas ocasiões cabe ao senado atuar em nome da democracia e constituição…mas infelizmente isso não ocorre. Por que??

  2. Alexandre de Moraes é um déspota! Um psicopata! Um desequilibrado moral e mental! Vamos eleger deputados e senadores de direita e SEM ENVOLVIMENTO com ilicitudes. Só assim, veremos o impeachment desse Cabeça de Ovo Podre sendo julgado e aprovado!!!!

  3. Onde está a turma de empresários que assinaram a “Carta pela Democracia”? E os demais signatários? Ninguém se manifesta. Se calam? Ou será que a discussão pela democracia é somente para saber quem ou o que é fiel depositário dela: Poder Judiciário, Bolsonaro, Forças Armadas, o meio empresarial, referencias religiosas ou, agora com muita força, o ministério da verdade que se tornou a imprensa? A democracia é para atender a todos, não a grupos específicos.

  4. Pesquisa Brasmarket: Bolsonaro na frente da disputa presidencial
    Pesquisa indica que o presidente tem 41% das intenções de voto contra 32,9% de Lula

    Novo levantamento da Brasmarket, encomendado pela Associação De Supermercados Do Estado Do Rio De Janeiro, divulgado no dia 24 de agosto (quarta-feira), aponta o presidente Jair Bolsonaro (PL) na frente da disputa presidencial. De acordo com a pesquisa, o chefe do Executivo tem 41% das intenções de voto. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece em seguida, com 32,9%.

    Ciro Gomes (PT) aparece na terceira posição, com 4,3% das intenções de voto. Simone Tebet (MDB) vem em seguida, com 3,3%. Vera Lúcia (PSTU) tem 0,4% ponto na pesquisa. Pablo Marçal (Pros) e Felipe d’Ávila (Novo) pontuaram 0,3%.

    Leonardo Péricles (UP) e Eymael aparecem no levantamento com 0,2%, enquanto Soraya Thronicke (União), 0,1%. Sofia Manzano (PCB) e Roberto Jefferson (PTB) não pontuaram na pesquisa.
    Votos brancos e nulos chegam a 7,9% e indecisos, 9,4%.| O Instituto Brasmarket: http://www.institutobrasmarket.com.br

    No endereço https://bit.ly/3KoKNEI tudo sobre a pesquisa nacional.

  5. Todo apoio aos Empresários, que é quem produz e dá emprego no país.
    Aliás, pagam os salários milionários dos agentes públicos, que não foram escolhidos pelo povo.

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