Jackson: Roberto Jefferson. Ódio e não arrependimento.

Para Jackson Vasconcelos, a política brasileira ingressou com Dante e Virgílio, no inferno, onde a esperança não vai.

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Roberto Jefferson - Foto: Reprodução/Redes Sociais

Segunda-feira, 6 de junho de 2005. A Folha de São Paulo publicou a entrevista que a jornalista Renata Lo Prete fez com o deputado federal Roberto Jefferson, ao que se sabe, a pedido dele. Naquele momento, Pandora desobedeceu a ordem de Zeus e abriu a caixa que trouxe do Olimpo para a Terra. A política brasileira ingressou com Dante e Virgílio, no inferno, onde a esperança não vai.

O depoimento de Roberto Jefferson a Renata Lo Prete produziu três Comissões Parlamentares de Inquérito e quase levou Lula ao impeachment. Mas, as consequências do que ele divulgou não ficaram por ali. Veio depois a operação Lava-Jato e todo o resto. Muita gente brilhou sob os holofotes dos casos, os ministros do Supremo Tribunal Federal subiram à ribalta. Mas, outros tantos queimaram quando colocados sob o calor das mesmas luzes.

A pergunta no ar naquele momento de 2005 foi: “o que levou Roberto Jefferson a fazer as denúncias?” Seria arrependimento? Pois ele participou de todas as situações que ele mesmo denunciou. Ah! Se fosse arrependimento! Roberto Jefferson teria dito um futuro melhor. O ódio motivou Roberto e nenhuma dúvida se poderia ter sobre as motivações dele, depois de ouvir o que ele disse ao colega José Dirceu na Comissão de Ética: “Tenho medo de Vossa Excelência, porque Vossa Excelência provoca em mim os instintos mais primitivos”.

Roberto Jefferson teve o mandato de deputado federal cassado, cumpriu pena de prisão e voltou ao convívio com a sociedade, mas o ódio permaneceu com ele, mesmo depois que José Dirceu, primeiro estímulo dele para o ódio, deixou de ser relevante. Sem Dirceu, o ódio presente em Roberto Jefferson buscou outros alvos e aninhou-se até na religião que ele passou a professar. Roberto Jefferson tem um ódio cego, que não lhe dá descanso. Não lhe dá paz. E esse ódio poderá matá-lo.

Quando passou a dar abrigo ao ódio, Roberto Jefferson deixou de ser político, porque a política não comunga com o ódio. Nunca. Em nenhum lugar. A política não está nas guerras, mas nos tratados de paz. Quando as guerras acontecem, a política perdeu. O que se vê neste momento no Brasil, tem mais de ódio do que de política.

Que pena o ódio esteja presente, como está, na campanha deste ano para a presidência da república. Sem o ódio, a disputa seria sadia. Dante viu na porta do inferno dizeres que muitos usam como retórica: “Deixai toda a esperança, vós que entrais”. Nos umbrais da política se pode ler o contrário – exatamente o contrário: “Trazei a esperança, vós que entrais”.

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Formado em Ciências Econômicas na Universidade Católica de Brasília e Ciência Política na UNB, fez carreira com dezenas de cases de campanhas eleitorais majoritárias e proporcionais. É autor de, entre outros, “Que raios de eleição é essa”, Bíblia do marketing político.

5 COMENTÁRIOS

  1. Nunca passou de um oportunista…medíocre, como tantos outros que saíram da mídia e se aproveitaram da sua popularidade para serem eleitos por eleitores que primam por eleger os piores candidatos. Agora, depois de velho, além de suas inúmeras “qualidades”, ainda ficou senil…

  2. A matéria é péssima; nada mais que um oportunismo de um assunto que está em voga; não é somente o colunista que faz uma análise desumanizada do ex-deputado, tbm o faz, praticamente toda imprensa nacional; essa, falida de ética e moral. Nenhum indivíduo nas suas razões apoiará a conduta do ex-deputado, todavia, é preciso um olhar humanizado p R.F, ele está gravemente doente mentalmente; sua saúde mental vem se deteriorando em alta velocidade; sem falar que é portador de neoplasia maligna. Ninguém até o momento cogitou em prestar auxílio para tratamento de sua moléstia neural; o próprio energúmeno mor do STF se fosse uma pessoa de bom-senso, já teria encaminhado R.F para uma perícia médica, mas, como um ministro do STF tão o mais doente q R.F vai ter essa percepção e bom-senso?

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