Edital voltado exclusivamente para cientistas negros e indígenas é lançado

O edital prevê um total de R$ 10,2 milhões entre pagamento de bolsas e investimento nas pesquisas e tem por objetivo promover a mobilidade de cientistas e a diversidade na ciência

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Foto de Charlotte May: https://www.pexels.com/pt-br/foto/pessoa-escrevendo-em-papel-branco-5965705/

A Faperj (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio) e o Instituto Serrapilheira anunciaram o lançamento de uma chamada voltada exclusivamente para o apoio a projetos de pesquisa conduzidos por cientistas negros e indígenas. O edital prevê um total de R$ 10,2 milhões entre pagamento de bolsas e investimento nas pesquisas e tem por objetivo promover a mobilidade de cientistas e a diversidade na ciência. O conteúdo da chamada estará disponível para consulta a partir da segunda quinzena de janeiro nos sites das duas instituições.

Dados divulgados este ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que cerca de 57% da população brasileira se classifica como preta, parda ou indígena. Nas instituições acadêmicas, no entanto, essa parcela majoritária da população é historicamente sub-representada. O objetivo da chamada é promover mudanças nesse cenário, estimulando o intercâmbio de ideias entre cientistas – que deverão atuar, no caso deste edital, especificamente na Ecologia.

Assim, os candidatos selecionados vão integrar grupos de pesquisa do estado do Rio de Janeiro nos quais não tenham nem se formado nem atuado antes. Os pesquisadores, que trabalharão como pós-doutorandos, podem vir, portanto, de instituições, cidades, estados ou mesmo países diferentes: quanto maior a mobilidade, melhor.

O edital tem como foco jovens cientistas que tenham concluído o doutorado em qualquer área do conhecimento científico, entre 1º de janeiro de 2012 e 31 de dezembro de 2022 – prazo estendido em até dois anos para mulheres com filhos. Os candidatos não devem ter nenhum tipo de vínculo empregatício com instituições de ciência e tecnologia (ICTs). O projeto precisa ser no campo da ecologia e os interessados devem indicar o grupo de pesquisa que irão integrar. Esse grupo deve ser formado por outros cientistas e atuar no Rio de Janeiro.

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Com a iniciativa, a Faperj e o Serrapilheira pretendem promover novas linhas de pesquisa em ecologia formuladas por pós-doutores negros e indígenas que almejam obter, no médio prazo, posições permanentes. Os oito candidatos selecionados irão receber uma bolsa mensal de R$ 8 mil, além de até R$ 700 mil para o financiamento da pesquisa durante três anos, renováveis por mais dois anos. Serão ainda disponibilizados mais R$ 100 mil especificamente para integração e formação de pessoas de grupos sub-representados nas equipes de pesquisa.

Processo seletivo

As inscrições podem ser feitas no site do Instituto Serrapilheira entre 21 de março e 24 de abril de 2023. A seleção acontecerá em duas etapas, com uma análise da pré-proposta e outra da proposta completa. Essa avaliação será conduzida por cientistas que atuam em instituições internacionais de excelência.

A bolsa e os recursos para as pesquisas dos candidatos aprovados serão disponibilizados pela Faperj. Já o valor para a formação da equipe com pessoas de grupos sub-representados será disponibilizado pelo Instituto Serrapilheira.

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1 COMENTÁRIO

  1. Isso é péssimo, concursos públicos devem ser destinados a todos. Não há causa que justifique segregação de ninguém ao serviço público – a não ser o desempenho do candidato no próprio concurso!

    Definir concurso por cor de pele e etnia… a África do Sul fazia essa segregação também e só machucou e fragmentou a sociedade.

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