Acabou o carnaval. O que restou? O que é a vida no Rio de Janeiro após o carnaval? O mesmo que antes? Melhor ou pior antes? Anda bem a vida por aqui? Somos uma gente feliz com a cidade na qual vivemos? Isso a gente verá aos poucos. Mas, o carnaval cumpriu o papel que lhe dá o povo. Muita gente brincou, muita gente desfilou e para que tudo isso acontecesse, muita gente trabalhou. Quem gosta e quem não gosta do carnaval, se for um pouquinho menos carioca do que parece ser deu no pé daqui para buscar lugares onde a vida acontece melhor. O Prefeito não. Ele esteve por aqui todo o tempo.
Se o desfile das Escolas de Samba da Região Metropolitana é uma representação fiel da Cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes é o prefeito excelente. Ele ocupou todos os espaços de visibilidade que as escolas ofereceram. Para onde quer que se colocasse a atenção nos desfiles, lá esteve o prefeito. Ele merecia um estandarte de ouro.
Contudo, ele não ficou só nos ambientes das escolas. Ele fez sucesso como passista e batuqueiro nas ruas e no gabinete de trabalho. E não me venham com a história de que o gabinete do prefeito é só gabinete para trabalhar pelo Rio de Janeiro. Sendo Eduardo Paes o prefeito, lá é também lugar para aquilo que boa parte dos cariocas adora. Bem, mas o carnaval acabou.
Passado o carnaval, menos de 24 horas após a Quarta-Feira de Cinzas, Eduardo Paes apareceu na revista VEJA, numa conversa de bom tamanho com Maiá Menezes. A conversa entre Maiá e Eduardo Paes caminhou por vários assuntos, num terreno quase único: a relação dele com Lula. Como Lula foi derrotado no Rio de Janeiro por Jair Bolsonaro, o prefeito foi provocado a falar sobre os bolsonaristas e ele considerou-os em dois grupos: os golpistas e os não golpistas. Assim como a esquerda tem definido os eleitores de Bolsonaro. O editor deu ao texto uma chamada política: “Não digo sim para tudo“, uma referência de Eduardo Paes ao governo Lula.
Na entrevista. Eduardo Paes não assume erros. Não reconhece falhas. Ele é perfeito! Se há problemas entre o Rio e Lula, Lula é a causa. Se a esquerda é coisa ruim no Rio de Janeiro, ele não representa a esquerda, pois faz parte do centro e para confirmar essa posição, ele toma o teto de gastos como referência. Se há incoerência ou esperteza no PSD, partido onde Eduardo, por conveniência se encontra, isso é lá com Kassab. Cláudio Castro está no PL? Ah! Por pouco tempo, porque Eduardo Paes irá, logo, logo, convencer o governador de que o lugar dele é no PSD. As Olimpíadas não deixaram um bom legado para o Rio? Isso aconteceu pelo fato de o Brasil ter ido para o buraco e Crivella ter sido prefeito durante quatro anos.
Não se pode negar que Eduardo Paes é um político realizado. Ele nunca escondeu o desejo de ser prefeito do Rio de Janeiro e lá está. Ele não perdeu uma eleição para a prefeitura do Rio e na entrevista já comunica o desejo de ser reeleito para “bater o recorde de mandatos, com quatro eleições vitoriosas“. Eduardo venceu as três eleições que disputou por saber ajustar bem o cenário onde as campanhas acontecem. Nisso ele é mestre!
Daniel Innerarity, no clássico, “A Política em tempos de indignação“, livro que eu dei de presente ao Eduardo Paes na última visita que fiz a ele, por um gesto de gentileza dele comigo, diz: “Existem mais manuais sobre como tomar o poder do que livros sobre o que fazer com ele, o que terá alguma coisa a ver com a existência de mais assessores de comunicação, marketing e desenvolvimento de campanhas eleitorais do que assessores de governo propriamente ditos. Além disso, como quem governa costuma estar mais obcecado com a reeleição e como há eleições constantemente, grande parte da sua atividade é mais estratégia eleitoral do que de governo. É como se estivéssemos facilitando o acesso ao poder de pessoas que não se preocuparam tanto em saber o que fazer com ele“.
Nesse ponto, encerro com a dúvida com a qual iniciei: Acabou o carnaval. O que restou? O que é a vida no Rio de Janeiro após o carnaval? O mesmo que antes? Melhor ou pior antes? Anda bem a vida por aqui? Somos uma gente feliz com a cidade na qual vivemos?
Admiro Eduardo Paes, mas, mesmo na minha insignificância, “Não digo sim para tudo” o que ele faz.
Será que o Dudu ao menos, agora, irá olhar os semáforos? Boa parte não funciona direito. Atrapalha o trânsito. Será que irá consertar a iluminação pública? Já passaram pela serra grajau-jpa? Parece que estamos em um filme de terror. Uma parte piscando e outra apagada.
Será que a culpa é toda do crivella?
Será que em 8 anos de gestão, não fez nada concreto que fosse possível sobreviver a 4 do crivella? Castelo de areia?
Será?
Dudu Maravilha na ilha da fantasia
Próximo enredo da portela
Dudu Odebrecht é um bandido igual ao Lulla ladrão.
Ele se alinha a Lula ao falar de social, mas o social no meu ponto de vista não é somente remediar feridas abertas, é também e prevenir acidentes, eu acho inadmissível nos dias de hoje em uma cidade como RJ ter locais sem saneamento sem asfalto e sem serviços básicos. Tome de exemplo o Jardim Maravilha na Zona Oeste, ano após ano vemos enchentes e perdas de bens dos moradores que lutam e suam para conquistar, eu lhe pergunto, prevenir isso não é social ?
Ele é um bom gestor, mas ele também é muito falastrão, o transporte público piora a cada dia que passa, donos de empresas não tem medo de serem multados, não tem medo de perder a concessão, o trem é um Deus nos acuda e ele não enxergando esses problemas, ficará dificil de resolve-los.
Comentários proveitosos, reflexivos, com exceção do Roberto que parece um papagaio popularesco irracional que nada acrescenta.
so entende de carnaval, obras e partidos politicos… ja pegou a onda do profissional politico… precisamos de novos gestores para essa cidade com um olhar sobre uma lupa e nao só carnaval…
Jackson do Pandeiro era maravilhoso, já o Jackson Tchutchuca de miliciano…
Eduardo Paes é só um prefeito carnavalesco. Suas gestões são calcadas em erros e erros, foi um prefeito Olímpico, onde estava na época certa e no lugar certo.
Análise sem qualquer reparo. O profissional em qualquer área quando se considera infalível, se torna um risco. Se não comete erros, jamais irá avalia-los para correção quando acontecem. É como se tomasse um banho de Teflon, antiaderente de panelas. No caso em tela, significa como abordado no artigo um projeto de perpetuação e, por consequência, de poder. E isso trará quase nenhum retorno para a sociedade, ou melhor, poucos se sentirão contemplados com melhorias e a cidade se afunda. Carnaval, é investimento de baixo risco e altíssima visibilidade. Luzes para as escolas vencedoras do carnaval e para o administrador do evento. Se oferecem migalhas as escolas que podem dar um belo retorno eleitoral. Fico com o final do artigo: Anda bem a vida por aqui?