Claudia Chaves – Ubu: O que é bom tem que continuar!

O premiado Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare, em parceria com os grupos potiguares Facetas e Asavessa, apresenta “Ubu: O que é bom tem que continuar!”

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp

É do Rio Grande do Norte que nos chega uma montagem de Ubu-Rei que mantém a viga- mestra da peça:d emolir mitos, criticar, atacar instituições de forma piedosa. O premiado Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare,  em parceria com os grupos potiguares Facetas e Asavessa,  criou uma abordagem revitalizante para um divisor de águas da cultura transgressora, cujo título já expressa o que se verá: “Ubu: O que é bom tem que continuar!”. Com isso, transformam-se em uma forma atualizada de uma possível continuação do trabalho de Jarry, deslocando  esses personagens para um país/lugar-nenhum com ares latino-americanos.

Escrito por um Alfredo Jarry muito jovem (1873-1907), “Ubu Rei” causou tumulto quando estreou em Paris em 1896,  influenciou os movimentos da primeiras vanguardas do século passado e  suas ondas de choque continuam a vibrar. A direção e dramaturgia de Fernando Yamamoto encontram no elenco versátil  e talentoso- Caju Dantas, Deborah Custódio, Diogo Spinelli, Paula Queiroz e Rodrigo Bico- a  equilibrada para versão para o desempenho de papéis ao mesmo tempo farsecos/farsantes e grotesco.

A escolha do local é um achado. No espaço aberto, que mistura jardins, pomar e uma construção do final do século dezenove, do Pátio das Tamarineiras  no Sesc Tijuca, faz-se uma roda  na qual platéia assiste, participa da movimentação dos atores ( que usam a voz como deve ser- sem microfone). Ubu e Mãe estão ali, em nossa frente, se digladiando e expondo sua ambição e maldades sem limites. Com figurinos pretos, caras pintadas,  usam objetos emblemáticos, como a coroa de bananas e os instrumentos musicais que pontuam as cenas.

Recentemente, o premiado diretor Gabriel Villela , com o grupo de Campinas, Os Geraldos, faz uma versão  musical primorosa de Ubu-Rei, sob um guarda-chuva tropicalista. O que se vê na montagem potiguar no Rio é a mesma força que move o teatro de qualidade, aquele que alcança o resultado artístico: talento, trabalho, coragem, capacidade de transformação.

  • Serviço:
  • Sesc Tijuca
  • Sexta e sábado, às 19h
  • Domingo  às 18h

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Claudia Chaves - Ubu: O que é bom tem que continuar!
lapa dos mercadores 2024 Claudia Chaves - Ubu: O que é bom tem que continuar!
Jornalista, publicitária, professora universitária de Comunicação, Doutora em Literatura, Bacharel em Direito, gestora cultural e de marcas. Mãe do João e do Chico, avó da Rosa e do Nuno. Com os olhos e os ouvidos sempre ligados no mundo e um nariz arrebitado que não abaixa por nada.

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui