Ao longo de toda a minha trajetória como cientista político, me deparei com a falsa polarização entre preservação ambiental e desenvolvimento econômico. Havia quem defendesse obras de infraestrutura sem qualquer zelo pela preservação. E também quem, a título de defender a sustentabilidade, não conseguia apontar os caminhos viáveis para o necessário desenvolvimento. O caminho do meio é o mais assertivo: desenvolver preservando, e prestigiar, na economia verde, seus grandes motores de geração de empregos.
Como responsáveis pela gestão do banco de currículos da prefeitura, colocamos como meta da gestão a valorização dos empregos verdes, respeitando as vocações históricas da nossa cidade para atividades menos poluentes e aquelas que auxiliam a cadeia de sustentabilidade, como os instaladores de painéis solares, os profissionais da reciclagem, o setor de carros elétricos, mas também empregos do campo do transporte coletivo, por exemplo, que diminuem as emissões de carbono ao retirar carros de passeio de circulação das ruas do Rio. No dia 29 de junho, mês em que se celebra a importância do meio ambiente, realizaremos no Planetário um fórum sobre transição energética em parceria com o GESEL (Grupo de Estudo do Setor Elétrico), da UFRJ, com participação do prefeito, dos nossos secretários, empresas, academia, especialistas e terceiro setor. A Prefeitura do Rio está com várias iniciativas para tornar a cidade mais eficiente rumo ao potencial de se tornar protagonista, como o Solário Carioca, o Circo Solar e outras, estimulando a criação de empregos verdes não só na capital como também estimulando as cidades da região metropolitana.
Durante encontro que organizei com o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, no Rio de Janeiro, solicitei mais investimentos em tecnologia na Rede SINE (Sistema Nacional de Emprego) para conseguirmos avançar nesta meta. A demanda foi apontada como prioridade no Fórum Fluminense de Secretários e Gestores de Trabalho (FORTRAB), que reuniu líderes de 45 municípios no Planetário e teve a geração de empregos verdes como tema. Como disse o economista Sergio Besserman em sua palestra, no futuro 100% dos empregos serão verdes. Capacitação para estas oportunidades é um caminho que não tem volta.
Nosso objetivo é transformar o Rio na capital do emprego verde no Brasil. Com o Observatório Carioca do Trabalho, iniciativa da nossa gestão, estamos estudando formas de incrementar a empregabilidade do segmento, incorporando boas práticas internacionais e adaptando à realidade carioca. O nosso Brasil já responde por 10% dos empregos verdes em todo o mundo. Ocupamos a segunda colocação entre os maiores empregadores da indústria de biocombustíveis, solar, hidrelétrica e eólica. Vamos fazer do Rio protagonista de mais essa transformação.
Nesse Dia do Meio Ambiente, homenageio todos os trabalhadores do setor dos empregos verdes, bem como os investidores do setor produtivo que atuam no segmento. Não há contradição entre preservação da natureza e geração de empregos. Ao contrário: precisamos aproveitar os recursos naturais, com sabedoria e responsabilidade para com as futuras gerações, e gerar empregos verdes a partir deles.