O Rio de Janeiro, que tem o privilégio de ter inverno com praia cheia, também é uma meca cultural. Sempre tem muita coisa acontecendo ao redor da cidade, mas às vezes é difícil descobrir tudo. Dessa forma, vale a pena acompanhar os bons jornalistas culturais que temos. E os normais, como eu. A princípio, entre as dicas culturais, a principal é a melhor peça que vi nesse ano de 2023, que me fez chorar diversas vezes e me emocionou muito. Em verdade, não foi somente a melhor peça que vi até agora em 2023. Foi a melhor obra de arte, entre cinema, literatura, exposições, etc. É claro que não dá para comparar artes distintas, porém, “Furacão”, da Amok Teatro é tão completo unindo boa música, atuação, texto, cenografia, direção e tudo o mais, que realmente salta aos olhos. Esse é o último fim de semana do espetáculo, que vai até 27 de agosto de 2023, no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto (Rua Humaitá, 163, Humaitá, Rio de Janeiro). É uma peça em cima de um texto do escritor Laurent Gaudé que merece muitos prêmios, em especial, Melhor Atriz para Sirlea Aleixo, que dá um show esplêndido.
O espetáculo “Furacão” utiliza uma linguagem cênica híbrida que combina teatro e música, variando entre palavras e canto. A trilha sonora é inspirada na cultura musical negra dos Estados Unidos, com destaque para o blues, e utiliza uma variedade de instrumentos para enriquecer a experiência dramática. Sob a direção musical de Stephane Brodt, as músicas são executadas ao vivo por Rudá Brauns e Anderson Ribeiro, acompanhados nos vocais por Taty Aleixo. Enquanto isso, a personagem cativante de Sirlea Aleixo espera um furacão exalando coragem e dignidade.
No cinema, a boa é ver “Vidas Descartáveis”. Com direção de Alexandre Valenti e Alberto Graça, é um documentário sobre a temática do trabalho escravo moderno no Brasil.
Nas dicas culturais, as melhores Orquestras em terras cariocas
Na sexta-feira, 25 de agosto, às 19h, a Orquestra Sinfônica Brasileira realizará mais um concerto da Série Terra, trazendo ao palco do Theatro Municipal uma seleção de obras do século XX que têm a natureza e seus ciclos como tema central de expressão musical. O maestro Stefan Geiger será responsável pela direção. O programa incluirá composições de Lili Boulanger, Benjamin Britten, Anton Webern e Claude Debussy.
Por fim, fora do fim de semana, mas para começar bem a semana que vem, na segunda-feira (28), tem outra atração imperdível. A Orquestra Parassinfônica de São Paulo – OPESP, pioneira no Brasil ao destacar pessoas com deficiência, fará um concerto especial às 19h, também no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (Praça Floriano, S/N – Centro).