A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) anunciou uma iniciativa crucial para elevar a eficácia do diagnóstico clínico da dengue, visando proporcionar uma recuperação mais ágil aos pacientes. Em meio a uma reunião realizada na última quinta-feira (18/01), a Secretária Claudia Mello, em conjunto com diretores e chefes de pediatria de unidades de emergência, coordenadores de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estaduais e representantes da Fundação Saúde, delineou um plano abrangente de treinamento para médicos.
A decisão implica que todos os médicos destas unidades passarão por um programa de capacitação, cuja abrangência será estendida aos municípios conforme a regionalização planejada pela secretaria. No encontro na sede da SES-RJ, também foi discutida a organização para a ativação do Centro de Operações de Emergência (COE), se necessário, seguindo um modelo semelhante ao implementado durante a pandemia de Covid-19.
Claudia Mello destacou a importância do treinamento, considerando que em 2023 o Estado do Rio de Janeiro registrou mais de 51 mil casos de dengue que resultou em 28 óbitos. Em 2024, até o momento, foram cerca de 5 mil registros, números acima do esperado para o período. A reunião teve como objetivo preparar a rede de saúde para oferecer um atendimento qualificado à população, enfatizando a necessidade de diagnósticos precisos para identificar rapidamente os sinais de alerta e evitar confusões com outras síndromes febris.
A SES-RJ está intensificando os níveis de emergência para a ativação do plano de contingência, já parte da rotina da Vigilância em Saúde. O Plano de Contingência e de Enfrentamento da Dengue, que foi lançado em 2008 e é renovado a cada dois anos, é uma peça-chave nas ações contra a doença. Na reunião, foi destacada a adoção do protocolo do Ministério da Saúde para atendimento de casos suspeitos, visando o manejo adequado dos pacientes e a prevenção de complicações e óbitos.
O treinamento tem um enfoque específico no manejo clínico pediátrico e neonatal, abordando sinais, sintomas, melhores práticas de tratamento e a diferenciação da dengue de outras doenças com sintomas febris semelhantes, como zika e chikungunya. A Secretária ressaltou que durante a capacitação será enfatizado que o Laboratório Central Noel Nutels (LACEN-RJ) está capacitado para receber amostras e identificar os sorotipos circulantes no estado.
E para reforçar a preparação, nos últimos dias 10 e 11 de janeiro, a SES-RJ realizou um simulado de epidemia de dengue e chikungunya, ministrado pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS). O objetivo foi integrar as ações de diferentes setores da instituição, preparando a rede para respostas rápidas a uma possível epidemia de dengue, incluindo a investigação de atendimento aos pacientes, hidratação e identificação de sinais de alerta.
Em 2023, mais de 200 profissionais de saúde foram qualificados pela pasta para oferecer respostas imediatas em diversos cenários epidêmicos, desde a chegada dos pacientes às unidades até a análise clínica, prescrição de medicamentos e coleta de exames a serem enviados ao laboratório.