Nos meus atendimentos, uma pergunta recorrente de muitos pais é: “Se eu me separar, não vou traumatizar meus filhos?” Essa é uma questão genuína e merece atenção. No entanto, há um aspecto crucial que precisa ser esclarecido.
Ao ponderar sobre a separação, surgem diversas dúvidas e barreiras, como o medo do arrependimento, da solidão, da piora na condição financeira, dentre outras. Contudo, a preocupação mais comum entre pais e mães é: “Como a separação vai afetar meus filhos?”
O ponto é que, ao se preocupar tanto com isso, muitos não percebem uma questão latente: como o relacionamento atual está impactando os filhos. Se eles já têm idade suficiente, certamente já começaram a notar a dinâmica entre você e seu parceiro(a). Manter um relacionamento de fachada é subestimar a inteligência dos filhos. É impossível criar filhos numa redoma, protegidos da realidade. Uma hora essa redoma racha e cai.
Como sempre digo aos meus clientes: o que você acha que seus filhos vão aprender sobre relacionamentos observando você e seu parceiro? As crianças aprendem por modelagem. Se, em casa, não há toque, afeto, ou se há desrespeito, brigas constantes, seus filhos aprenderão que relacionamento é isso. Essa será a principal referência deles!
Explorando as nuances do que está te fazendo pensar em se separar, veremos dinâmicas problemáticas e um péssimo exemplo para os filhos, como, por exemplo: pai que sempre trai e a mãe finge não ver, pai agressivo, mãe descontrolada, brigas intensas ou até evitação de conflitos, mãe que faz tudo e nunca é reconhecida… são muitas variáveis e você já deve ter entendido o meu ponto.
E o pior de tudo, eles podem crescer acreditando que, mesmo infelizes, duas pessoas devem permanecer juntas e que manter uma família “estruturada” é o objetivo supremo, mesmo que isso seja falso e custe sua felicidade. É isso que você quer passar a eles?
Além disso, crianças pequenas têm grande facilidade para se adaptar ao novo, a uma nova rotina. Adolescentes podem apresentar reações mais desafiadoras, mas, no fim das contas, um casal infeliz passa valores que, na minha opinião, afetam muito mais do que uma separação.
Tanto pessoalmente quanto profissionalmente, acredito que nossa felicidade deve vir em primeiro lugar, e isso não é egoísmo. Se seus filhos veem que você está infeliz, se separa e reencontra sua felicidade, isso será extremamente valioso para eles, pois irão aprender a nunca se acomodar em um relacionamento medíocre.
Como filho, sempre torcerei pela felicidade dos meus pais, sejam juntos ou separados.
Portanto, ao considerar uma separação, lembre-se de que a forma como vocês, enquanto pais, conduzem esse processo pode ensinar aos seus filhos lições valiosas sobre respeito, limites e a importância da felicidade individual. A chave é comunicar-se abertamente, garantir que eles se sintam amados e seguros, e demonstrar que, apesar das mudanças, ambos continuarão sendo pais, independentemente de morarem juntos ou não.
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