Época de eleição é uma festa. As famosas promessas de campanha garantem que o governo do sujeito vai elevar o Rio de Janeiro ao patamar de paraíso na terra. Mesmo em meio à farra de “Eu prometo que…”, há aqueles que conseguem se superar. Confira:
O trem voador do Conde
Na campanha para prefeito de 1996, Luiz Paulo Conde cravou: “O trem voador já é uma realidade no Rio de Janeiro!”. A ideia era construir um monotrilho ligando a Barra à zona sul, projeto do seu antecessor e padrinho político Cesar Maia.
O trenzinho desceria pelo canteiro central da Av. das Américas e seguiria por Lagoa-Barra, Lagoa, Humaitá, Botafogo e aterro do Flamengo. Apesar de silencioso, o monotrilho prejudicaria a vida de milhares de pessoas. Devido ao veemente protesto de várias associações de moradores e ao lobby das empresas de ônibus, o projeto foi suspenso.
Aterramento da enseada de Botafogo
Ainda na onda de melhorar o trânsito, Conde também propunha que a enseada de Botafogo virasse uma extensão do parque do Flamengo. A ideia era fazer dali uma área com uma marina, campos de futebol e espaço para shows. Também não saiu do papel.
Barcas para a Barra
Em outubro de 2004 César Maia cumpriu uma promessa de campanha e criou por decreto uma linha de barcas ligando a Barra ao Centro. O projeto tinha uma série de contratempos, como o tempo estimado de viagem (quase 45 minutos contando embarque e desembarque) e a necessidade de fazer parte da travessia por mar aberto. Para completar, a associação de moradores da Barra não queria a construção de um atracadouro no Jardim Oceânico. Meses depois, o projeto foi arquivado.
Ônibus por 1 real
“O Conde pensa na geraaaaaal/ ônibus por 1 reaaaaal”. Na campanha para prefeito em 2004, agora contra César Maia, Conde prometia baixar as passagens de ônibus em 38% – de R$ 1,60 para R$ 1. A promessa ia ao encontro do tom populista de Garotinho, seu novo aliado.
Conde foi derrotado em primeiro turno e nunca saberemos se cumpriria a promessas. Fato é que, ironicamente, ele havia aumentado as passagens em 82% no seu governo (97-2000).
Acabar com a violência em seis meses
Ao assumir o governo, em 1987, Moreira Franco prometeu acabar com a violência no Rio em seis meses. A ideia era implantar um sofisticado sistema repressivo, com a construção de presídios, o aparelhamento da polícia e incursões frequentes nos morros cariocas.
Apesar da promessa, a violência cresceu ininterruptamente no seu governo. A taxa de homicídios aumentou em quase 50%, os sequestros viraram “moda” e os roubos a veículos estouraram. Moreira Franco teve sua popularidade abalada e foi sucedido pelo opositor, Leonel Brizola.