Testei a nova Captur versão topo de linha, chamada de Intense, com motor 2.0 16V e câmbio automático de quatro marchas. Pude ficar com o lançamento da Renault por 2 semanas e não me arrisco a dizer que o carro traz um conjunto realmente muito bom.
A aposta da companhia no design deve conquistar por si só muitos clientes. E os que ficarem com um pé atrás, após um test-drive conseguirão entender que o modelo entrega muito mais que só uma ‘estrutura bonita e tamanho enxuto. O Captur chega ao mercado no meio de uma briga de cachorros grandes, com os concorrentes: Honda HR-V, Jeep Renegade e Hyundai Creta.
Além do design, o principal chamariz do Captur Intense é sua boa lista de itens de série. Que traz controles eletrônicos de estabilidade e tração e airbags laterais. As rodas de liga-leve, de 17 polegadas, são lindas. E a chave é presencial, no formato “cartão” já adotado em modelos como o sedã Renault Fluence. Retrovisores externos tem ajustes e rebatimento elétricos e ar-condicionado automático, direção eletro-hidráulica, controle de cruzeiro, computador de bordo, sistema multimídia com tela de 7 polegadas e câmara de ré, sensores de chuva e de luminosidade e faróis de neblina com função de iluminação lateral também saem na configuração, de fábrica. De opcionais mesmo, só revestimento em couro e pintura em dois tons (com o teto sempre em uma cor diferente ao restante do veículo). Os preços começam em R$ 88.490 e passam de R$ 91 mil com os dois itens.
Embora a versão brasileira tenha nascido da europeia, o resultado final tem pouco a ver com o Captur produzido na Espanha. Por lá ele usa a plataforma do Clio europeu e do Nissan Juke – compactos mais refinados. O nacional se vale da base da linha Logan/Sandero/Duster.
Direção:
Ao dirigir o Captur fica claro que a Renault privilegiou o conforto. A suspensão é macia e absorve bem os impactos. O motor 2.0 de até 148 cv de potência e 20,9 kgfm de torque entregam uma boa calibragem dentro da cidade, na estrada ele ainda pede a redução brusca de marchas para ultrapassagens mais rápidas.
O conforto e a posição de dirigir conseguem entregar uma das melhores sensações ao volante dentro de uma SUV que eu já testei. Os bancos de couros da versão Intense, trazem uma bela ergonomia e deixam o motorista bem ‘encaixado’, além da versão contar também com um apoio de braço pro motorista. Um grande aliado para grandes distâncias ao volante (motoristas com mais de 1,80 m podem esquecer essa ajuda, você não consegue ajustar uma altura ideal para este apoio).
Um dos únicos pontos negativos na direção, é a calibração da direção eletro-hidráulica. Nas curvas com buracos ou relevos, você pode sentir a direção dando uma chicoteada ao passar com as rodas por cima, sendo até perigoso para motoristas com idades avançadas ou mulheres que costumam ter uma pegada mais suave ao volante.
Com 4,32 metros de comprimento e 2,67 m de entre-eixos, o Captur entrega espaço generoso, com boa área livre para quem viaja atrás. O duto central não é todo plano, mas acomoda bem o ocupante do meio. Livre do estepe, que fica debaixo do carro, o porta-malas comporta satisfatórios 437 litros.
O consumo na cidade foi de 7.9 Km/L no Etanol e 9.0 Km/L na estrada. Já na gasolina fez 9.8 Km/L na estrada, na cidade só rodei no álcool. Mas como muitos já sabem, as SUVs normalmente são grandes e bem pesados, não ajudando muito na economia de combustível.
Ficha Técnica:
- Motor: Dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 16V, comando duplo, flex;
- Cilindrada: 1.998 cm³;
- Potência: 148 (E) / 143 (G) cv a 5.750 rpm;
- Torque: 20,9 (E) / 20,2 (G) kgfm a 4.000 rpm;
- Câmbio: Automático de 4 marchas, tração dianteira;
- Direção: Eletro-hidráulica;
- Suspensão: Independente McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira);
- Freios: Discos ventilados (dianteira) e tambores (traseira);
- Pneus: 215/60 R17;
- Comprimento: 4,32 m;
- Largura: 1,81 m;
- Altura: 1,61 m;
- Entre-eixos: 2,67 m;
- Tanque: 50 litros;
- Porta-malas: 437 litros;
- Peso: 1.352 kg
Pontos positivos:
- Design muito bonito e futurista;
- Baixo nível de ruído, isolamento acústico muito bom;
- Kit multimídia bem completo;
Pontos negativos:
- Motorização antiga da Duster;
- Não trouxe o controle de start-stop dos novos modelos;
- Acabamento interno poderia acompanhar o design externo;
- Volante chicoteia o motorista ao passar por desníveis em curvas;
A Renault confirmou o lançamento da versão com opção do câmbio automático CVT, chamada de Xtronic CVT, que virá com o motor 1.6, na versão de acabamento de entrada Zen e preço intermediário. O evento ocorrerá no Rio ainda no mês de junho, especificamente em Niterói no MAC. O Diário do Rio irá cobrir o evento.