Em 2013, os moradores do Morro do Pinto, no bairro de Santo Cristo, receberam com entusiasmo a notícia de que um novo reservatório de água seria construído para atender 500 mil moradores da Zona Portuária do Rio. Anunciada como uma obra milionária e um “grande feito” para as Olimpíadas (2016) e a Copa do Mundo (2014), a estrutura, no entanto, nunca entrou em operação e foi abandonada pelo poder público. A denúncia e a investigação foram feitas pela equipe do vereador Pedro Duarte (Novo).
Onze anos depois, em abril deste ano, a Subsecretaria de Defesa Civil realizou uma vistoria no reservatório do Morro do Pinto. Técnicos identificaram que o concreto do teto do reservatório, sobre o qual foi construído um campo de futebol, apresenta problemas estruturais, incluindo “levantamentos” e “fissuras”. A Defesa Civil levantou a hipótese de possíveis acidentes.
Para resolver os problemas, o governo ativou um sétimo aditivo ao contrato com a OS responsável pela gestão da Vila Olímpica do Parque Machado de Assis, onde o reservatório está localizado. Segundo informações do gabinete do vereador, o Instituto Sessub, que já recebeu cerca de R$ 6,2 milhões para administrar o parque, receberá mais R$ 485 mil para realizar as obras estruturais necessárias, apesar de essa não ser originalmente sua competência. Este contrato de gestão terminou no último dia 1 de julho.
O início da operação do reservatório está previsto para 2025, sob a responsabilidade da concessionária Águas do Rio. Até lá, terão se passado doze anos desde que a prefeitura anunciou a conclusão da obra, que na época estava 91% completa, faltando apenas a conexão com a rede externa.
Enquanto isso, em fevereiro deste ano, moradores do Morro do Pinto e de outras localidades do bairro Santo Cristo relataram desabastecimento de água por cinco dias consecutivos. A situação tende a piorar com a chegada de novos moradores com os incentivos de empreendimentos no Porto. O bairro do Santo Cristo, que já possui oito condomínios em construção, está prestes a receber mais 12.000 moradores até 2027, exacerbando ainda mais a demanda por água.