Anunciadas em dezembro do ano passado, as obras do Cine Carioca José Wilker, projetado para funcionar nas Casas Casadas, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, estão paralisadas. A novidade, celebrada por grande parte dos moradores do bairro, gerou expectativas quanto à inauguração do espaço no 1º semestre deste ano. No entanto, o projeto se encontra estagnado.
O Cine Carioca José Wilker está sendo construído no sexto edifício do conjunto arquitetônico centenário, que atualmente abriga a RioFilme, um centro de estudos e pesquisas da PUC-Rio e, em breve, receberá um ponto da Universidade de Oxford, da Inglaterra. O projeto prevê duas salas de exibição, com capacidade para 66 espectadores cada, e abrange a modernização completa do espaço. As melhorias incluem reformas nas partes elétrica, hidráulica, climatização, acústica, além da instalação de sistemas de prevenção de incêndio, modernização tecnológica, acessibilidade, rede wi-fi, instalações sanitárias, bilhetagem eletrônica, totem eletrônico, iluminação externa, reforma do jardim e da fachada.
Financiado com recursos da Lei Paulo Gustavo do governo federal, o projeto visa transformar o espaço de 897,12 metros quadrados em um centro cultural movimentado, com programação prevista para 361 dias por ano. Na fachada do imóvel, há uma placa da prefeitura informando que o prazo da obra seria de 60 dias, instalada em fevereiro. No entanto, os sinais de obras são visíveis apenas pelos entulhos que permanecem na frente do prédio, indicando a interrupção dos trabalhos.
De acordo com informações de uma página local do bairro, as obras devem ser retomadas na próxima semana, com um prazo de finalização em três meses, conforme informações obtidas na recepção da RioFilme.
As Casas Casadas, construídas entre 1874 e 1880 e tombadas em 1979 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) e pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), representam uma das construções mais originais da cidade. Adquirido em dezembro de 1994 pela Prefeitura do Rio, o espaço foi restaurado e concluído em 2004, abrigando desde então a sede da RioFilme. O ator José Wilker, diretor-presidente da RioFilme entre 2003 e 2008, foi um dos principais mentores da iniciativa de recuperação do espaço, que agora leva seu nome em homenagem.