Andar pelo Centro do Rio é como folhear as páginas de um livro de história. Em cada rua, há imóveis históricos que já abrigaram estabelecimentos importantes para a economia, política e cultura da cidade. Hoje, o DIÁRIO DO RIO traz uma joia arquitetônica em estilo eclético que está disponível para compra por empresários e investidores de plantão, bem no coração do Centro Financeiro.
Um dos mais bonitos remanescentes do final do século XIX, o sobrado de três andares na Rua da Quitanda, próximo à Rua da Assembleia, pertence até hoje à família de um dos maiores fotógrafos do Rio e do Brasil, um que é conhecido e reverenciado pelos amantes do Rio Antigo. O bonito imóvel com monumentais colunas romanas, atualmente fechado, foi por décadas o escritório e estúdio do fotógrafo franco-brasileiro Marc Ferrez; a loja ocupava sua famosa Casa Ferrez, a mais famosa de Photographias da cidade. Ele está localizado em um dos melhores e mais movimentados pontos da Região Central, e sei último ocupante foi o restaurante Sabor Saúde.
Com 660 m², o sobrado já funcionou como Casa Marc Ferrez e Filhos, posteriormente Casa Marc Ferrez, Cinemas e Eletricidade Ltda., até ser substituído, em 1990, por uma lanchonete, e depois um restaurante. A casa, que é uma preciosidade do Centro do Rio, está tombada pelo município desde 1994. Segundo anúncio da Sérgio Castro Imóveis, pode ser adquirida por R$ 6 milhões. A maior imobiliária da região disponibiliza o prédio para venda em diversos anúncios, e já está recebendo ligações. Sua histórica fachada se encontra em perfeito estado.
“É uma oportunidade única de se adquirir um imóvel que, além de ser um ícone da cidade, está na região do Reviver Cultural, passando por transformações é muito desenvolvimento”, diz Marcos Queiroga, diretor da Sergio Castro, que tem escritório a poucos passos do prédio, que fica quase na esquina da rua da Assembléia.
O imóvel é preservado pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade e sua fachada e volumetria não podem ser mexidos.
Marc Ferrez
Nascido no Rio de Janeiro em 1843, Marc Ferrez é considerado o mais famoso fotógrafo do município, atuando durante o Império e as primeiras décadas da República, entre 1860 e 1922. Ele construiu um dos mais importantes legados visuais sobre o Brasil nesse período.
As obras de Ferrez retratam diversos aspectos da vida brasileira, com ênfase nos processos de modernização urbana e infraestrutura ocorridos entre as décadas de 1870 e 1920. Embora tenha fotografado paisagens urbanas e rurais por quase todo o país, ele se tornou célebre pelos panoramas e vistas da cidade do Rio. Suas fotos da então capital do país incluem locais icônicos como a Ilha das Cobras, a Floresta da Tijuca, o Corcovado, a praia de Botafogo e o Jardim Botânico.
Juntamente com o fotógrafo alagoano Augusto Malta, Ferrez registrou imagens das transformações urbanísticas empreendidas pelo prefeito Francisco Pereira Passos no início do século XX. Além de fotógrafo, Ferrez foi comerciante de equipamentos e materiais fotográficos, mantendo a Casa Marc Ferrez. A partir de 1905, ele se dedicou ao cinema, tornando-se dono do Cinema Pathé e distribuidor de filmes e equipamentos cinematográficos, junto com seus filhos Julio e Luciano Ferrez.
Marc Ferrez morreu em 1922, aos 78 anos, deixando um vasto legado que continua a influenciar e inspirar gerações.
