Construtora investe alto e fará condomínio de meio bilhão em Ipanema, demolindo 2 edifícios

A transação se destacou como uma das negociações de terrenos mais relevantes realizadas no bairro, que assiste um novo florescimento de seu mercado imobiliário, com a venda de unidades a mais de 40 mil reais por metro quadrado, sem ser na orla

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Um dos bairros mais desejados do Rio está vivendo uma grande transformação impulsionada pelo recente boom imobiliário. Edifícios pequenos e charmosos, além de antigos sobrados, estão dando lugar a novos empreendimentos de luxo. O fenômeno abrange até mesmo áreas anteriormente desvalorizadas, como o trecho mais próximos da Praça General Osório, que eram deixadas de lado pelas construtoras. Tudo isso foi levado a um patamar superior depois da criação, pela Prefeitura, do Programa Reviver Centro, que permite a transferência de potencial construtivo de novos empreendimentos na região Central para possibilitar prédios mais altos em bairros da Zona Sul e Norte.

A Balassiano Engenharia, nova proprietária de dois antigos prédios na Rua Prudente de Morais, entra firme nesta tendência. Marcado por ser um dos terrenos mais caros já negociados em Ipanema, a empresa investiu R$ 100 milhões na aquisição dos dois números 329 e 331 da Prudente que totalizam 1.000 metros quadrados e abrigam hoje 16 apartamentos em apenas 4 andares. A Balassiano planeja lançar, neste trecho entre a Ruas Farme de Amoedo e Teixeira de Melo, um empreendimento de luxo com 50 apartamentos, cada um com até quatro suítes e uma vista privilegiada para a praia. O Valor Geral de Vendas (VGV) desse projeto é estimado em meio bilhão de reais.

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Prédios adquiridos pela construtora
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Trecho da Rua Prudente de Morais onde foi realizada a compra dos terrenos

O DIÁRIO DO RIO conversou com Thiago Balassiano, um dos sócios da construtora responsável pela compra dos terrenos, que destacou a mudança da legislação urbanística como uma das grandes responsáveis pela revitalização do bairro: “Sempre tivemos como foco toda a região da Zona Sul do Rio, entretanto, sempre foi muito difícil viabilizar projetos em Ipanema devido ao alto custo. Nos últimos anos, houve uma modernização da legislação urbanística, que acabou por promover uma revitalização do bairro. Com este novo empreendimento, chegaremos a cinco projetos simultâneos apenas no bairro de Ipanema, dentre os quais apartamentos do tipo estúdio, três suítes, quatro suítes e até mesmo um edifício corporativo. Entendemos hoje ter o cardápio completo para qualquer que seja o cliente do bairro.”

A justificativa para o alto valor do terreno está na atual valorização do mercado imobiliário do bairro. Recentemente, a poucos metros dali, uma grande vila de casas foi adquirida na mesma rua para se tornar outro grande prédio de luxo. Tradicionalmente um dos locais mais prestigiados da Zona Sul do Rio, Ipanema recentemente superou o Leblon e subiu o pódio do metro quadrado mais caro da América Latina. A escassez de terrenos livres impulsiona construtoras a buscarem antigos prédios para novos projetos.

A atualização do valor dos imóveis é importante, pois desde a pandemia sofremos muito com a alta inflação da construção e os preços ficaram estagnados por algum tempo. Então, esse ajuste precisa ser feito em algum momento no valor de venda, o que entendemos estar acontecendo, já que todos os nossos empreendimentos no bairro estão super bem performados.” destaca Thiago. Para Anderson Martins, diretor Regional da Sergio Castro Imóveis na região, “a procura por apartamentos novos é grande, apesar de custarem quase o dobro por metro quadrado do que um apartamento mais antigo na mesma localização. As vendas dos novos têm beirado os 50 mil reais por metro quadrado, com uma média de 40 mil”, explica o corretor.

A área onde a Balassiano adquiriu o terreno é uma das últimas do bairro a passar por uma renovação imobiliária significativa. Historicamente, o foco dos investimentos imobiliários em Ipanema sempre foi a área compreendia do “Quadrilátero do Charme”, entre a Praça Nossa Senhora da Paz e o Jardim de Alah. A região da Praça General Osório, devido à proximidade com as comunidades do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, recebeu menos atenção e investimentos ao longo dos anos.

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