Os ex-funcionários do Grupo Educacional Galileo, controlador da Universidade Gama Filho e do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade), finalmente têm um alívio à vista. Após quase uma década de falência decretada e descredenciamento do MEC em 2014, os trabalhadores devem receber suas indenizações trabalhistas até o final deste ano. O valor total da dívida trabalhista atual soma R$ 163 milhões, no que ficou conhecido como “Escândalo da Galileo”, empresa criada pelo grupo do pastor evangélico Adenor Gonçalves para assumir as universidades, na época, dando beiço milionário em funcionários, alunos e proprietários de imóveis .
A massa falida do grupo peticionou à 7ª Vara Empresarial do Tribunal Regional do Rio de Janeiro (TJRJ) o pagamento de R$ 52 milhões recuperados a cerca de 4 mil ex-funcionários. Cada um deve ser ressarcido com valores de até R$ 15 mil até dezembro.
O processo de falência inclui mais de 5 mil credores, totalizando uma dívida de R$ 395 milhões. Além disso, há outros R$ 600 milhões em discussão. Até agora, a Administração Judicial arrecadou e realizou ativos que somam R$ 103 milhões, depositados em contas judiciais. No entanto, esse montante não está disponível em sua totalidade devido a impedimentos legais.
Ao longo do processo, a Administração Judicial arrecadou imóveis das antigas instituições nos bairros de Piedade e Ipanema. Conforme a lei, até 80% do valor da desapropriação pode ser utilizado para o pagamento das dívidas.
O prédio da Gama Filho, em Piedade, na Zona Norte, após quase 10 anos abandonado, transformou-se nas novas instalações do Parque Piedade. Já a sede da UniverCidade, em Ipanema, de frente para a Lagoa, permanece fechada e abandonada. O edifício foi invadido por moradores de rua há alguns anos e leiloado para o pagamento das dívidas da antiga instituição. Uma rede hoteleira com diversos hotéis em Copacabana e no Centro do Rio arrematou o imóvel. A UniverCidade chegou a tentar anular o leilão, em processo que segue na justiça.