O Museu Histórico Nacional celebra neste sábado (12/10) seu aniversário de 102 anos com uma programação especial e gratuita. Entre 8h e 14h, os visitantes terão uma oportunidade única de conhecer a Igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso, que permanece fechada desde a pandemia. O evento é fruto de articulações com o Programa de Pós-Graduação em Urbanismo da UFRJ (Prourb). A igreja é considerada a mais antiga do Centro do Rio, e pertence à Irmandade católica de Nossa Senhora da Misericórdia, da Santa Casa, fundada em 1582.
Além da abertura do templo, o Largo da Misericórdia será liberado do tráfego de veículos, permitindo que os visitantes vivenciem plenamente o espaço, riquíssimo em patrimônio. A iniciativa busca destacar a importância do Largo da Misericórdia como um local de memória do Rio. Para Cláudio André de Castro, Mordomo da Irmandade presidida pelo ex-presidente do Fluminense, Francisco Horta, “é uma chance de se conhecer os altares históricos da antiga igreja dos Jesuítas do Morro do Castelo. Daquele púlpito, pregava São José de Anchieta”, explica o empresário que restaurou outra pérola do Rio, a Igreja dos Mercadores, na rua do Ouvidor.
A Prourb e a Faculdade de Arquitetura da UFRJ, em parceria com o Museu, estão organizando uma série de atividades educativas e culturais no Largo, neste sábado, das 10h às 17h. O evento contará com exposições guiadas gratuitas, atividades interativas e a proposta de ocupar as ruas, celebrando o aniversário do Museu e destacando o grande valor patrimonial do seu território.
O MHN está temporariamente com entrada gratuita. Ingresso ficam disponível apenas na bilheteria do local.
Igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso
A Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia, localizada no sopé do antigo Morro do Castelo – arrasado na década de 20 – foi construída no século XVII. No início do século XVIII, passou a ser dedicada a Nossa Senhora do Bom Sucesso. Sua fachada, datada de 1780, mantém características primordiais, como a portada de lioz português e a sineira adornada com volutas e pináculos, típicas da arquitetura da segunda metade do século XVIII.
Dentro da igreja, os visitantes vão encontrar trabalhos de talha rococó da primeira metade do século XIX, além de três retábulos e um púlpito provenientes da antiga igreja do Colégio dos Jesuítas, que ficava no Morro do Castelo, antes de ser demolido. Na sacristia, o destaque vai para os estandartes do século XVIII, atribuídos a Manoel da Cunha, que retratam a paixão de Cristo e que faziam parte das procissões dos “fogaréus”. A iluminação da igreja é garantida por 11 lustres de cristal da Boêmia, que acrescentam um toque especial ao interior da construção histórica.