O ex-vereador Gabriel Monteiro deixou o presídio de Bangu 8, na Zona Oeste do Rio, na noite desta última sexta-feira (21/03), após passar mais de dois anos detido. A soltura foi determinada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que seguiu uma decisão da 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), substituindo a prisão preventiva por medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de contato com a vítima.
Gabriel estava preso desde novembro de 2022, acusado de estuprar uma estudante de 23 anos. O caso teria ocorrido em julho daquele ano, quando a jovem afirmou ter sido forçada a manter relações sexuais com o ex-parlamentar, sob violência e ameaça com arma de fogo, em um imóvel no bairro do Joá.

O ministro Og Fernandes, ao votar pela revogação da prisão, criticou a demora no andamento do processo e apontou falhas do sistema judicial. Segundo ele, a manutenção da detenção por mais de dois anos sem um desfecho adequado justificava a concessão das medidas alternativas.
A trajetória de Gabriel na política foi marcada por polêmicas. Eleito vereador pelo PSD em 2020, com mais de 60 mil votos, teve o mandato cassado em agosto de 2022 por quebra de decoro parlamentar. Entre as acusações que pesaram contra ele estavam assédio sexual, forjar vídeos para a internet e envolvimento em um caso de estupro de vulnerável. Na época, a cassação foi aprovada por ampla maioria na Câmara Municipal.
Antes de ingressar na política, o ex-vereador serviu como PM no Rio, mas deixou a corporação após enfrentar um processo de deserção. Durante o mandato, também foi alvo de investigações sobre abusos cometidos contra ex-assessores e a divulgação de conteúdos íntimos envolvendo menores de idade.
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) confirmou a liberação do ex-vereador após o cumprimento dos trâmites legais. Gabriel agora seguirá as determinações da Justiça enquanto responde ao processo em liberdade.