Uma relíquia histórica e cultural de grande importância retornará ao Brasil para ser exibida no Museu Nacional em agosto: o Manto Tupinambá. A vestimenta sagrada, utilizada em diversas cerimônias e rituais indígenas, foi produzida com penas de aves e estava sob a guarda do Museu Nacional da Dinamarca desde 1689.
Com 1,2 metro de comprimento, o manto é confeccionado com penas vermelhas de pássaros guarás, fixadas em uma rede de fibras naturais. Tradicionalmente, é usado por caciques e líderes indígenas durante rituais. A peça chegou ao Brasil sob sigilo na última semana, marcando um momento histórico para o povo Tupinambá, que desde o ano 2000 reivindicava seu retorno.
Existem apenas outros dez mantos semelhantes no mundo, todos produzidos entre os séculos XVI e XVII. Em 2000, o manto foi exibido na Mostra do Redescobrimento, em São Paulo, mas somente em julho de 2023 a Dinamarca atendeu ao pedido de retorno do artefato ao Brasil. A escolha do Museu Nacional para a exposição se deve à boa relação que a instituição mantém com os Tupinambás.
“Nas próximas semanas, em data ainda a ser confirmada, após a adoção de todos os procedimentos necessários para a perfeita conservação dessa peça tão importante e sagrada para nossos povos originários, apresentaremos o manto à sociedade”, diz o comunicado oficial do Museu Nacional.
O cronograma prevê que, após um período de descanso pós-viagem, o manto será colocado em contato com os indígenas, que realizarão rituais de acolhimento e limpeza da peça. A peça será uma das principais atrações do novo acervo do Museu Nacional, destacando-se como um símbolo da cultura e da história dos povos originários do Brasil.