O estado do Rio tem sido um dos mais afetados pelo crescimento desordenado em áreas de risco. Desde 1985, a expansão urbana no Brasil somou 2,4 milhões de hectares, crescendo 2,4% ao ano. Entretanto, as áreas de encostas, mais suscetíveis a deslizamentos, cresceram a uma taxa ainda maior, de 3,3% ao ano, segundo um levantamento do MapBiomas.
No Rio, foram registrados 811 hectares de novas áreas urbanas em encostas, destacando-se como o estado com maior crescimento nesse tipo de terreno. Mesmo com a Lei Federal 6766/79 proibindo o parcelamento do solo urbano em encostas com declividade superior a 30%, mais de 47 mil hectares de áreas urbanas foram encontrados nessas condições, refletindo uma urgente necessidade de fiscalização e políticas urbanas mais rígidas.
O estudo também alerta para o crescimento urbano próximo a rios e córregos, aumentando o risco de inundações. Entre 1985 e 2023, um quarto do crescimento urbano ocorreu em áreas a três metros verticais ou menos de locais passíveis de inundações. O dado destaca a vulnerabilidade das novas áreas urbanas às enchentes, agravadas pelas mudanças climáticas.