Uerj completa 70 anos com evento virtual e participação de Noca da Portela

A universidade que tem como principais características a diversidade e inclusão social, tem sido um importante polo de testagem e tratamento durante a pandemia de Covid-19

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Foto: Divulgação

No dia 4 de dezembro de 1950 surgia a então Universidade do Distrito Federal (UDF), atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que chega aos 70 anos nesta sexta-feira, dia 04/11/20. Em tempos de pandemia, a comemoração será virtual, por meio de uma live com o cantor e compositor Noca da Portela, acompanhado por Diogão Pereira no cavaquinho e Igor Lemos na percussão.

A Solenidade comemorativa será transmitida ao vivo pela TVUerj, em seu canal oficial do youtube, a partir das 15h. O evento contará com um agradecimento aos servidores que completam 25 anos e 40 anos de contribuição à Uerj.

O evento de aniversário marca também a reabertura do teatro Noel Rosa, localizado no Centro Cultural. Criado em 1980,  havia sido fechado em 2011 e agora volta à cena com instalações totalmente renovadas. Sobe ao palco trio da Orquestra de Solistas do Rio de Janeiro (OSRJ), seguido do Coral Altivoz da Uerj. Já a tradicional homenagem presencial foi transferida para 2021, quando as condições sanitárias permitirem a participação dos funcionários e de seus familiares.

No local onde funciona o prédio central da UERJ, no bairro do Maracanã, começou a ser construído na década de 30 o Hospital das Clínicas da Universidade do Brasil. No entanto, o projeto não foi concluído e aos poucos o seu entorno foi sendo ocupado por moradias populares, que deu origem a conhecida Favela do Esqueleto.

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Atualmente, a Uerj é a Universidade que possui mais campis espalhados pelo estado. Ao todo, são 30 unidades acadêmicas, abrangendo os municípios do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, Resende, São Gonçalo e Ilha Grande. Considerando todas as unidades, a Uerj oferece mais de 90 cursos de graduação, 60 cursos de mestrado e 40 de doutorado; sem contabilizar o colégio de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-Uerj), e os cursos do Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (Cederj).

Símbolo de resistência e inclusão social, a Universidade destaca-se entre as melhores do país. Pioneira na implementação de cotas com reserva de vagas destinada à alunos autodeclarados negros e pardos e estudantes da rede pública de ensino, iniciado no ano de 2002, por meio de lei sancionada pela então Governadora Benedita da Silva (PT), a Instituição inspirou a criação da reserva de vagas em outras universidades. Além de criar formas mais democráticas de ingresso ao ensino superior, pois antes, a maior parte dos estudantes da Uerj, assim como das demais Universidades públicas era formado por pessoas com maior poder aquisitivo, a Instituição também foi precursora na disponibilização do programa de permanência, que possibilita a manutenção de estudantes hipossuficientes no ensino superior.

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Foto: Reprodução

Referência na democratização do acesso ao ensino superior, foi a primeira Universidade pública do Brasil a oferecer o ensino superior noturno, permitindo a qualificação de estudantes trabalhadores. Foi também a segunda instituição universitária a possuir um hospital de clínicas voltado para o ensino e destacou-se na implantação de programas de qualificação docente da rede pública do estado.

Com cerca de 40 mil alunos e 3 mil professores, na Uerj aconteceram as primeiras eleições para Reitoria com a participação de alunos, professores e servidores, e a empossar sempre o primeiro colocado, sem interferência do estado. A Instituição também foi precursora no estímulo à produção acadêmica (prociência), responsável pela formação, em seis décadas, de recursos humanos qualificados para o Estado do Rio de Janeiro e para o país.

Atuação durante a pandemia da Covid-19:

Uma das principais referências de ensino, pesquisa, extensão e cultura do país, a Uerj, ao longo dos seus 70 anos destaca-se por sua atuação na área de Saúde. O Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe-Uerj) é precursor no programa transxessualizador e tornou-se referência no tratamento dos casos mais graves de Covid-19. No âmbito ambulatorial, a Policlínica Piquet Carneiro (PPC) realiza atendimentos de atenção secundária associado à pesquisa e especialização, tanto para alunos como para professores focadas em práticas de prevenção.

Desde o início da pandemia da Covid-19, as unidades de saúde da Universidade têm atuado de maneira significativa no combate a doença. Na área Assistencial, o Hupe-Uerj é responsável pelos casos mais graves. De março até o dia 04/11, o hospital teve 1090 internações, 773 quadros de alta e 249 óbitos. Para isso, foi criado o Gabinete de Crise, formado por alunos, servidores e professores da universidade voluntários, inclusive, diante da retorno do crescimento de casos, a Instituição já está fazendo nova convocação para atendimento da população.

Devido ao crescimento de casos, o Hospital Universitário já criou 45 novas vagas, sendo 15 de UTI e 30 de enfermaria. No entanto, o objetivo no momento, é abrir novas vagas, mas sem novamente precisar paralisar os demais serviços, como foi necessário fazer durante o período pico, em que o hospital chegou a ter 45% das interações em CTI e 54% em Enfermaria. No momento, a Instituição possui 68 casos em tratamento.

A situação vivenciada no Hupe-Uerj foi retratada na série “Por um respiro” disponível na Globo Play desde o dia 27/11. A produção retrato o trabalho do Hospital de  reforço na linha de frente no combate à doença, a perspectiva e o dia a dia dos médicos, enfermeiros, técnicos e pacientes.

Série retrata combate à Covid-19 no Hupe-Uerj – Crédito: Globo Play

Na realização de testagem, Policlínica Piquet Carneiro (PPC), é o local que realizou o maior número de testes do estado.  Por meio de um projeto iniciado em março de 2020, a unidade realizou até o mês de outubro, 40 mil testes PCR-RT e testagem rápida. Já em novembro, foram realizados cerca de 1000 testes por semana, chegando a um total de 44 mil testes realizados.

De acordo com informações prestadas pela assessoria da PPC, a estimativa é de que até hoje, 04/11, 45 mil testes já tenham sido feitos. A clínica universitária também disponibiliza acompanhamento pneumológico e fisioterapêutico pós-Covid-19.   

Para contar a história dos 70 da Instituição, uma equipe de pesquisa coordenada pelo professor Luís Reznik, da Faculdade de Formação de Professores (FFP), elaborou o livro “UERJ 70 ANOS: 1950 -2020”. A obra conta o histórico da Universidade, desde o primeiro prédio no Maracanã em 1950 e a construção dos novos campis, o crescimento da produção de conhecimento por meio da pesquisa científica, bem como o impacto social e político de cada unidade. Ao final, o autor fala de suas perspectivas para o futuro da Uerj.

Em entrevista ao DIÁRIO DO RIO, o professor da Faculdade de Odontologia há 35 anos e Reitor em exercício, declara seu orgulho pela Instituição:  

“A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) completa 70 anos desde sua instituição e a comunidade uerjiana está em festa, celebrando essa conquista.

Trata-se de uma universidade plural e inclusiva: a UERJ tem a cara da população fluminense. Foi a primeira universidade brasileira a introduzir o ensino noturno, levando ao trabalhador a possibilidade de conquistar um diploma de nível superior. Também foi pioneira na instituição do sistema de reserva de vagas no vestibular. A história da nossa universidade nos traz orgulho, compreendendo sete décadas de excelência acadêmica e grande impacto social.

Em seus 70 anos de existência, a UERJ teve papel relevante na capacitação de estudantes e profissionais do Estado do Rio de Janeiro. É uma universidade que abraça o seu papel com muito carinho, prestando serviços valiosos à sociedade fluminense. Todos nós temos muito a comemorar no dia do seu aniversário!”

A história da Uerj faz parte da história do Rio. Além do livro, foi elaborada uma playlist criada pela Rádio Uerj com falas históricas de personalidades como Paulo Freire, Betinho, Darcy Ribeiro e Milton Santos, entre outros. Na página da TvUerj também está disponível um vídeo contando a história a Universidade carioca.

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Costa do mar, do Rio, Carioca, da Zona Sul à Oeste, litorânea e pisciana. Como peixe nos meandros da cidade, circulante, aspirante à justiça - advogada, engajada, jornalista aspirante. Do tantã das avenidas, dos blocos de carnaval à força de transformação da política acreditando na informação como salvaguarda de um novo tempo: sonhadora ansiosa por fazer-valer!
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