O vereador Pedro Duarte (Novo) protocolou, nesta segunda-feira (13/01), ofícios a quatro órgãos da Prefeitura do Rio sugerindo a alienação do imóvel que abrigava o antigo Carrefour na Tijuca, desativado desde 2005. A proposta é que o prédio, localizado na Rua Conde de Bonfim, seja vendido em hasta pública, permitindo que um comprador assuma a revitalização do espaço, sem custos iniciais para o município.
A ação do vereador veio após uma operação realizada no último sábado (11/01), quando mais de 100 invasores foram encontrados ocupando o local abandonado. A ação, coordenada pela Subprefeitura da Grande Tijuca, com apoio da Guarda Municipal e da Comlurb, também identificou o uso irregular da estrutura e o descarte de resíduos na área. Denúncias apontaram que os invasores entraram pelos fundos do prédio, com acesso à Mata Atlântica.
Fechado há 20 anos, o imóvel acumula um histórico de degradação. A construção foi desativada após sofrer saques e conflitos decorrentes de disputas entre facções criminosas nas comunidades do Borel e da Indiana, vizinhas ao local. Em 2009, o grupo Carrefour vendeu o imóvel para a Realesis Holding S.A., mas um longo processo judicial envolvendo a cobrança do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) impediu a conclusão da transferência.
A proposta de alienação, segundo os ofícios enviados pelo vereador, busca agilizar a resolução do problema, transferindo a responsabilidade financeira e a revitalização para o comprador. “Está na hora de essa situação, que já se arrasta há 20 anos, ter um fim. A medida que sugerimos pode resolver o problema, mas cabe ao Poder Público agir”, afirmou Pedro Duarte.
A revitalização do espaço é uma reivindicação antiga dos moradores, que convivem com os impactos da estrutura abandonada na região da Usina (subida para o Alto da Boa Vista). Além de especulações sobre um possível uso do imóvel – como a construção de um condomínio residencial ou a instalação de órgãos públicos –, a edificação já foi cogitada para abrigar uma unidade do BOPE, proposta descartada pelo Governo do Estado em 2009.