Chegando na sua maioridade este ano a Banda da Rua do Mercado que desfila na quinta de Carnaval, 4 de fevereiro, às 19h fará nas quintas de janeiro seu ensaio aberto a partir das 19 horas, na Rua do Mercado, esquina com Rua do Ouvidor, ao lado da Bolsa de Valores. O agito ficará por conta do grupo de pagode O Bando da Banda. E já começa amanhã, 7 de janeiro.
Já a tradicional feijoada para a escolha de rainha e princesas, será realizada no dia 23 de janeiro, um sábado, a partir das 13 horas, no restaurante Porto Novo Crab (Rua do Ouvidor , 12, Centro).
Fundada em 1998 por jornalistas, operadores do mercado financeiro, comerciantes, profissionais liberais, estudantes e trabalhadores do Centro do Rio, além de frequentadores da região em torno da Praça XV e do Arco do Teles, a Banda da Rua do Mercado teve como um de seus fundadores e maior incentivador, Albino Pinheiro, também fundador da Banda de Ipanema. No ano seguinte, fez seu primeiro desfile oficial, e em 2000, fez homenagem póstuma ao próprio Albino. Desde então, a Banda já homenageou grandes personagens da história cultural do Rio de Janeiro. Sambistas, escritores, jornalistas, entre outros, como: Garrincha, Lamartine Babo, Ricardo Cravo Albin, Rubem Confete, Ruy Castro, Haroldo Costa, Bira Presidente, maestro Quintanilha, Ancelmo Gois, Martinho da Vila, Tia Surica e no ano passado, seu diretor Guilherme Nunes, em homenagem póstuma.
Veja todos os blocos que vão desfilar no carnaval carioca de 2016 em nossa agenda.
Homenageado será o artista Nei Lopes
Nei Lopes é compositor, intérprete, escritor e estudioso das culturas africanas. Bacharel em Direito e Ciências Sociais, este carioca de 73 anos, tem vasta obra literária publicada sobre suas pesquisas. Ícone cultural, “enciclopédia viva do samba”, expoente da cultura e do cenário musical, entra para a seleta lista de homenageados pela Banda da Rua do Mercado, por sua contribuição intelectual e artística ao Brasil.
Em 2001, participou do projeto musical “Ouro Negro”, em homenagem ao maestro Moacir Santos, escrevendo letras para cinco canções gravadas respectivamente por Gilberto Gil, Milton Nascimento, Djavan, João Bosco e Ed Motta. Em 2005, seu CD “Partido ao cubo” foi eleito o melhor disco de samba, no Prêmio da Música Brasileira.
Também conferencista, em 2010, Nei Lopes apresentou na Academia Brasileira de Letras “O negro na literatura brasileira: autor e personagem”. No ano seguinte, palestrou na Bienal do Livro do Rio de Janeiro; performance repetida em 2012, na Tarrafa Literária, em Santos. Neste mesmo ano, também gravou depoimento sobre sua trajetória no Museu da Imagem e do Som. De escritor a personagem foi biografado na coleção “Retratos do Brasil Negro”, com a publicação escrita pelo jornalista Oswaldo Faustino.
Entre seus livros publicados estão: “A lua triste descamba”, “Dicionário da hinterlândia carioca”, “Esta árvore dourada que supomos”; “Dicionário da Antiguidade Africana”, “Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana, Oiobomé”, “Epopéia de Uma Nação”, “História e Cultura Africana e Afro-brasileira”, “Mandingas da Mulata Velha na Cidade Nova”, “Vinte contos e uns trocados”, “Novo Dicionário Banto do Brasil”, “Partido-alto”, “Samba de bamba” e “O samba do Irajá e de outros subúrbios: um estudo da obra de Nei Lopes”.
Pela relevante importância cultural recebeu inúmeras honrarias, tais como: O título de doutor honoris causa, a Medalha Pedro Ernesto, a Ordem do Mérito Cultural, no grau de comendador e a Medalha Tiradentes.