Rubem Perlingeiro foi Presidente da UEB e atualmente é Presidente do Comitê Escoteiro Interamericano.
Neste 4 de novembro a União dos Escoteiros do Brasil (UEB) completa 100 anos de fundação. Quantas organizações centenárias nós temos em nosso País? Não muitas. Agora, a UEB é uma dessas poucas.
Em geral, as pessoas têm certa noção do que é o Movimento Escoteiro. Sabem que os escoteiros acampam, fazem nós, montam fogueiras (sem provocar queimadas!!), têm boas noções de primeiros socorros e praticam diariamente uma boa ação.
Mas muitos não sabem que o Movimento Escoteiro é o maior e mais organizado movimento de educação não formal do mundo, com cerca de 57 milhões de participantes, que está presente em quase todos os países e que recebeu, entre outros prêmios, o Prêmio da UNESCO para a Educação para a Paz em 1981.
Ao longo desses 100 anos, a UEB tem atuado em causas humanitárias, como, por exemplo, no apoio às vítimas do incêndio do Gran Circus Norte-Americano em Niterói (1961), do deslizamento do Morro do Bumba também em Niterói (2010), das enchentes que invariavelmente acontecem em diversas partes do País, tais como as que ocorreram este ano nos Estados do Espírito Santo e Rio Grande do Sul, além de ter criado seções escoteiras em Roraima para atender as crianças e adolescentes venezuelanos.
Desde a sua fundação, a UEB, em complemento ao ensino formal, contribui com a educação ambiental; mais recentemente, lançou o Desafio “100 mil Árvores” (somente em 2024, já foram plantadas aproximadamente 60 mil árvores) e, desde 2017, vem sendo parceira importante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente na campanha “Mares Limpos”, que visa a reduzir significativamente o consumo de plástico descartável (de uso único) no Brasil, além de contar com o Programa “Tribo da Terra”, que é baseado nas competências definidas pela UNESCO para sustentabilidade ambiental.
A UEB também tem apoiado a implementação da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e, por meio do seu programa educativo, além da educação para sustentabilidade, valoriza a igualdade de gênero e a diversidade cultural, promove uma cultura de paz, buscando fazer de cada jovem um cidadão global, numa sociedade cada vez mais globalizada e, ao mesmo tempo, heterogênea, contribuindo para que ele seja atuante na construção de um mundo efetivamente melhor e mais justo.
Estamos prontos para continuar a nossa missão, atentos aos desafios e tendências de um mundo em constante transformação. Que venham mais 100 anos!!