1ª edição da Nova Bienal de Arte e Tecnologia chega ao Rio no Museu do Amanhã

A abertura é dia 20 de setembro e promete mudar o paradigma das mostras do gênero e passa a fazer parte do calendário de programação cultural do Rio de Janeiro.

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Robin Baumgarten Credito da Foto: Andre Seit

Abra os olhos e prepare atualizações de tudo o que leu, assistiu e ouviu sobre o avanço das mídias. Começa no próximo dia 20 de setembro (quarta-feira) e irá até 29 de Outubro, no Museu do Amanhã a primeira edição do NOVA BIENAL RIO DE ARTE E TECNOLOGIA, que promete mudar o paradigma das mostras do gênero e passa a fazer parte do calendário de programação cultural do Rio de Janeiro. A proposta é reconfigurar a ideia de futuro diante do que realizadores de todo o planeta expõem e desenvolvem para telas perto de você, seja na palma da sua mão, em seu aparelho celular, ou através de um aparelho de TV digital ou em paredes monumentais repletas de pixels.

A concepção do NOVA BIENAL RIO DE ARTE E TECNOLOGIA tem a assinatura dos curadores Ricardo Barreto e Paula Perissinotto, referência mundial pela realização de exposições de arte eletrônica e pela fundação do FILE – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, realizado há mais de 20 anos. O NOVA tem patrocínio master da Shell, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

O Nova celebra toda diversidade da arte e tecnologia com uma programação que valoriza a inovação, estimula a reflexão e promove a troca de conhecimento, contribuindo com um dos compromissos da companhia com a sociedade que é o desenvolvimento da cidadania através da cultura” – afirma Glauco Paiva, gerente executivo de Comunicação e Responsabilidade Social da Shell Brasil. Atualmente, a companhia é a segunda maior patrocinadora de cultura do país por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

O convite ao público é para contemplar, interagir e pensar diante de 70 obras de 30 países. Entre as 66 participações de artistas, coletivos e estúdios, dez representam o Brasil. Um diferencial desta primeira edição é tratar de dois temas: A Nova Estética e a Supercriatividade na era da Inteligência Artificial, a partir de obras indoor e outdoor.

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Dentro do espaço do Museu do Amanhã, as obras estão distribuídas no Hall de entrada,

Lounge, Corredor e, principalmente, no Espaço Expositivo Temporário. No espaço externo, a exibição valoriza obras de acesso livre e gratuito, baseadas principalmente na interatividade. Uma das preocupações da curadoria é compartilhar com o público que circula pela Praça Mauá uma síntese da NOVA para, na sequência, levar o visitante a entrar no Museu do Amanhã, quando será contagiado pelas criações artísticas. As obras do pátio externo do Museu do Amanhã estarão expostas por 10 dias.

Dentro e fora do Museu do Amanhã o público poderá ter experiências únicas como: realidades aumentadas, realidades virtuais, trabalhos com inteligência artificial, instalações interativas, machine learning, animações, gameart e vídeos. Explicam os curadores: “Por NOVA se entende, portanto, não o motor que produziria obras num tempo progressivo teleológico, mas a FUSÃO de conceitos: fusão estocástica entre intuição e máquina, entre criatividade e inteligência; fusão que ocorre não por meras palavras- valises, mas pelo ‘savoir-faire’ intuitivo de artistas e programadores”.

No texto curatorial do NOVA BIENAL RIO, os curadores equacionam aspectos que formam a bienal: “Quando pensamos na Arte recente, no sentido estrito, pensamos necessariamente no conceito de Novo como motor das artes, sem o qual elas seriam meramente normatizadas ou puramente mercadológicas. (…) Quando refletimos sobre o conceito de ‘Arte e Tecnologia’, notamos que mais do que uma junção entre essas duas coisas, ocorre uma fusão entre o novo e a inovação e, dessa maneira, surge uma outra forma de conceito, o qual chamamos de NOVA = novo artístico + fusão + inovação tecnológica”.

Entre os trabalhos participantes destaca-se o game The Great Adventure Of Material World de Lu Yang, com lançamento inédito no Brasil. Lu Yang cria imagens fantásticas que representam uma mistura interdisciplinar de filosofia, neurociência, psicologia e tecnologia moderna, assim como alusões a formas reais de vida e estruturas de origem natural e religiosa. Sua produção abrange mecanismos de jogos, filmes com animações 3D, instalações jogáveis, hologramas, performances de captura de movimento e realidade virtual.

No tema “A Nova Estética”, a obra Capture, da artista finlandesa Hanna Haaslahti, conduz à uma experiência totalmente nova: cada visitante pode ter o seu próprio avatar digital lançado em tempo real em uma projeção, na qual interage com uma multidão virtual. Já Cycles of Creation, de Guli Silberstein, apresenta uma proposta alternativa de história da criação, em que seres cibernéticos projetam o mundo e a vida natural. O longa foi desenvolvido por meio da Inteligência Artificial Stable Diffusion. Gabriel Massan, artista brasileiro, usa sua experiência em desenvolvimento de animação 3D para criar ecossistemas virtuais inteiros com base no conceito de ”Fabulação Crítica”, de Saidiya Hartman.

Entre as instalações de arte pública, destacam-se as esculturas fantásticas movidas a vento de Theo Jansen e a estrutura arquitetônica penetrável do estúdio Numen/For Use. Já nas esculturas articuladas Polytope da artista brasileira Ludmila Rodrigues, que faz referência à obra Bichos de Lygia Clark, o público poderá criar múltiplas composições e experimentar com o espaço. A instalação sonora Estrela Sensível do Estúdio Guto Requena capta a sonoridade do ambiente em que está inserida e com a interação do público, gera novas criações sonoras. Durante a abertura, a obra Rope, do artista belga Ief Spincemaille, contará com ativação por 25 participantes, coreografada por Andrea Jabor. Essa “corda interativa” estimula a criatividade coletiva e propõe uma performance no espaço público.

No Hall de entrada do Museu do Amanhã, as obras de realidade aumentada dos artistas vanguardistas Theo Triantafyllidis e Melodie Mousset, estão disponíveis para total interatividade com o visitante. Feita a ligação, abre-se a possibilidade de conexão social com mundos digitais surreais impressionantes que surgem ali, diante dos olhos, ao alcance das mãos. No Lounge, o visitante encontra uma experiência estética única com a obra Control no Control, do estúdio canadense Iregular: um cubo composto por painéis de LED de três metros que responde ao toque. Em Lines, do artista dinamarquês Anders Lind, a experimentação sonora é livre para compor com instrumentos musicais que são ativados por linhas, dispostas ao longo do corredor de entrada do Espaço Expositivo Temporário.

No tema “Supercriatividade”, em que a questão é o embate construtivo entre a criatividade humana e a criatividade da inteligência artificial, destacam-se alguns artistas como o canadense Louis-Philippe Rondeau, autor da instalação LIMINAL, que se refere a questão limite entre o espaço e o avanço inexorável do tempo, onde o espectador passa através de um portal fazendo com que a sua imagem se transporte para uma outra dimensão.

O alemão Robin Baumgarten apresenta Quantum Jungle, uma obra interativa que cria uma reflexão do avanço da física contemporânea. Na instalação interativa, estão presentes conceitos da física quântica que possibilitam que o visitante tenha uma experiência inusitada e espetacular combinando molas sensíveis ao toque e 12.000 LEDs. A instalação calcula a equação de Schrödinger para modelar o movimento de uma partícula quântica e demonstra conceitos como superposição, interferência, dualidade partícula-onda e colapso de onda quântica.

A montagem de um projeto tão abrangente dotado de complexidade incomum em atrações culturais mais assíduas na programação do Rio, faz com que a organização promova a formação de mais de 50 mediadores e educadores com a função de mediar o contato do público com as obras apresentadas. “Esse aspecto oferece imensa capilaridade, gerando um fluxo para que a complexidade do conhecimento alcance o espectador. Estamos completamente disponíveis para estabelecer no Rio de Janeiro um evento de proporção consistente nesse tema, que é a nossa plataforma há décadas. Criar conhecimento é uma ação cultural”, dizem os curadores.

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Renata Granchi
Renata Granchi é jornalista e publicitária com mestrado em psicologia. Passou pela TV Manchete, TV Globo, Record TV, TV Escola e Jornal do Brasil. Escreveu dois livros didáticos e atualmente é diretora do Diário do Rio. Em paralelo, presta consultoria em comunicação e marketing para empresas do trade.
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