A vereadora Monica Benicio, líder da bancada do PSOL na Câmara Municipal do Rio, lançou nesta segunda-feira (6), em parceria com o Instituto Marielle Franco, a 1ª Exposição do Acervo Marielle Franco, no saguão do Palácio Pedro Ernesto. A mostra fotográfica conta a trajetória pessoal e política da parlamentar assassinada em 2018 junto com o motorista Anderson Gomes. Passados cinco anos e sete meses, os mandantes do crime ainda não foram identificados e responsabilizados.
“Essa exposição mostra como foi a vida de Marielle por meio de fotos lindíssimas que nos despertam muitas emoções. É um trabalho fundamental para manter viva a memória da minha mulher e sua luta incansável por direitos humanos. A exposição já passou pela UERJ e nossa mandata decidiu trazer para a Câmara, local onde Marielle exerceu seu mandato de forma brilhante, mas não pôde concluir porque teve a vida interrompida por um crime brutal, até hoje sem solução”, destaca Monica.
A exposição será inaugurada oficialmente no dia 17/11, ocasião também em que a vereadora Monica Benicio entregará, pela primeira vez, o Prêmio de Cria pra Cria. Mais de 40 artistas, coletivos e mobilizadores favelados da área da cultura serão homenageados no plenário da Casa. Esse é a primeira edição do prêmio, que busca descolar da favela a imagem de território estigmatizado pela violência e ressignificá-lo a partir de uma perspectiva artística. As duas iniciativas fazem parte das comemorações pelos dias da Favela (04/11), da Cultura (05/11) e da Consciência Negra (20/11).
“A gente resolveu fazer essa premiação no Mês da Consciência Negra porque favela, cultura e a luta de Marielle por direitos humanos são temas que estão interligados e conectados. É uma luta antirracista e de resistência do povo preto e favelado, que coloca a favela num lugar de força e potência cultural e criativa que geralmente a gente não vê nos noticiários”, explica a parlamentar.
Serão homenageadas pessoas e organizações que produzem ou incentivam a cultura nos territórios de favela, abrangendo diversas categorias, como literatura, dança, teatro, gastronomia, fotografia, grafite, poesia, etc. As favelas contempladas serão Rocinha, Complexo da Maré, Complexo do Alemão, Cerro Corá, Babilônia, Vigário Geral, Cidade de Deus, Mangueira, Manguinhos, Jacarezinho, Morro Agudo, Providência, Santo Amaro e Tavares Bastos. A arte do prêmio foi criada pelo artista Guilherme Kid.
“Queremos mostrar que a favela produz, cria e movimenta a cultura dessa cidade. Como vereadora que nasceu e cresceu na favela da Maré, acho essencial ocupar o plenário desta Casa com quem têm construído outras narrativas sobre o que é ser favelado e quebrando os estigmas de crescer num território como esse. Essa homenagem é honrar o que a favela tem de melhor”, conclui Monica.
A exposição ficará aberta ao público, gratuitamente, até 30/11. A visitação é de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h.