40 anos de Sambódromo – A política, as obras e os desfiles: o início de tudo na Marquês de Sapucaí

A primeira matéria da série #40 anos de Sambódromo, publicada pelo DIÁRIO DO RIO vai contar a história do início desta grande obra arquitetônica e fundamental para a cultura do Rio de Janeiro, do Brasil e, sem exagero, do mundo

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Desfile da Lins Imperial, na Série Ouro, no Sambódromo - Foto: Beth Santos

A primeira matéria da série #40 anos de Sambódromo, publicada pelo DIÁRIO DO RIO vai contar a história do início desta grande obra arquitetônica e fundamental para a cultura do Rio de Janeiro, do Brasil e, sem exagero, do mundo. Afinal, é nela onde acontece o Maior Show da Terra. Antes das escolas começarem a passar, em 1984, muita coisa aconteceu nos bastidores políticos e culturais. Fora a dificuldade que foi para fazer uma obra deste porte sair do papel.

Passarela Professor Darcy Ribeiro, popularmente conhecida como Sambódromo, é um projeto de autoria do arquiteto Oscar Niemeyer e foi implantada durante o primeiro governo fluminense de Leonel Brizola (1983-1987).

Oscar Niemeyer queria juntar arquibancadas de concreto com estruturas metálicas, que seriam financiadas pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). No entanto, Leonel Brizola pediu a Niemeyer para fazer tudo em concreto. A disputa de ideias foi intensa, mas Brizola venceu a briga.

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Somente em 2011 o Sambódromo, finalmente, ganhou o contorno original pensado por Niemeyer. A ideia sempre foi o público ter a visão completa da Praça da Apoteose de todos os locais da Avenida. Porém, isso não era possível por causa da construção do camarote da Brahma, demolido em 2011.

Inaugurao do Sambdromo por Brizola Marcelo Alencar e Darcy Ribeiro História do Sambódromo

Brizola e Darcy na inauguração da obra

Quando foi inaugurada, em 1984, a construção foi chamada de “Avenida dos Desfiles”. Posteriormente, seu nome oficial mudou para “Passarela do Samba”. Finalmente, a partir de 18 de fevereiro de 1987, passou a ser “Passarela Professor Darcy Ribeiro”, uma homenagem ao famoso antropólogo, principal mentor da obra.

Darcy Ribeiro chegou a ser duramente criticado neste contexto. Muita gente falou que não era certo um membro do Governo do Estado do Rio de Janeiro se reunir com bicheiros para tratar da construção do Sambódromo e do Carnaval carioca. Darcy disse que não se reuniu com contraventores e sim com os patronos das escolas de samba.

Outros locais foram discutidos para os desfiles, como a Avenida Presidente Vargas, o Autódromo de Jacarepaguá e o anel inferior do Maracanã. Todas as ideias foram recusadas pelos sambistas. O Sambódromo venceu. Que bom.

O antropólogo Darcy Ribeiro sempre defendeu que escolas públicas estaduais funcionassem embaixo das arquibancadas do Sambódromo durante o ano letivo. O projeto, que chegou a ser muito maior, está em prática até hoje em dia.

Desfile histrico da Beija Flor História do Sambódromo

Beija-Flor na Avenida em 1989

O Sambódromo marcou o início do sistema de desfiles das escolas de samba em duas noites, ao invés de em apenas uma. Desde a inauguração, a Beija-flor de Nilópolis foi a agremiação que mais venceu carnavais, foram nove títulos.

No primeiro ano da novidade, em 1984, uma escola foi eleita a melhor em cada dia. Um terceiro desfile desempatava e escolhia a “supercampeã”. Na ocasião, a Mangueira acabou vitoriosa, desbancando a Portela.

A Portela, escola mais antiga do Rio, é conhecida como a maior dona de títulos do Carnaval. No entanto, no Sambódromo, só venceu duas vezes e em ambas ocasiões dividiu a conquista. Em 1984 com a Mangueira e em 2017 com a Mocidade Independente de Padre Miguel.

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Com mais de meio século de tradição no mercado imobiliário do Rio de Janeiro, a Sergio Castro Imóveis – a empresa que resolve contribui para a valorização da cultura carioca

O sambista precisava de um lar. Os desfiles das escolas de samba necessitavam da sua casa própria” afirmou o jornalista Vicente Dattoli em um texto publicado na edição de 2015 da Revista Beija-flor de Nilópolis – uma escola de vida.

Sambdromo em construo História do Sambódromo

Além de ser palco para os desfiles das escolas de samba, o Sambódromo já recebeu outros acontecimentos. De shows de rock, micaretas a cultos evangélicos. Além de exibições de motociclismo, óperas, e muito mais. Muito mesmo.

Em 2011 o Sambódromo passou por uma reforma, na qual, principalmente, os camarotes foram contemplados. Essas obras deixaram os espaços mais confortáveis e modernos, respeitando o projeto inicial. Hoje em dia, 40 anos depois de sua inauguração, a Passarela Professor Darcy Ribeiro segue sendo palco de muitas alegrias e orgulho. Vem, Carnaval! Pode chegar, passar e voltar ano que vem. Sempre.

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