Parei aqui a revisão do meu oitavo livro, “Jornamilitantismo – a praga que ameaça a democracia no Brasil”, para avaliar a conduta dos representantes fluminenses no Congresso Nacional em relação à PL 2630. Então, direto ao ponto, sobre o pedido de urgência da votação do PL 2630, nesta terça-feira (25): 35 dos nossos 46 deputados federais votaram. 23 votaram SIM; 12, NÃO; 11 NÃO VOTARAM. Antes de comentar, abaixo a lista.
VOTARAM “SIM”
- Gutemberg Reis (MDB)
- Luciano Vieira Sim (PL)
- Luiz Antônio Corrêa (PP)
- Daniel Soranz (PSD)
- Laura Carneiro (PSD)
- Pedro Paulo (PSD)
- Chico Alencar (PSOL)
- Jandira Feghali (PCDOB)
- Sargento Portugal (PODEMOS)
- Bebeto (PTB)
- Bandeira de Mello (PSB)
- Glauber Braga (PSOL)
- Pastor Henrique Vieira (PSOL)
- Tarcísio Motta (PSOL)
- Benedita da Silva (PT)
- Dimas Gadelha (PT)
- Lindbergh Farias (PT)
- Reimont (PT)
- Jorge Braz (REPUBLICANOS)
- Luis Carlos Gomes (REPUBLICANOS)
- Max Lemos (PDT)
- Chiquinho Brazão (UNIÃO BRASIL)
- Ricardo Abrão (UNIÃO BRASIL)
VOTARAM “NÃO”
- Otoni de Paula (MDB)
- Altineu Côrtes (PL)
- Carlos Jordy (PL)
- Chris Tonietto (PL)
- Delegado Ramagem (PL)
- General Pazuello (PL)
- Luiz Lima (PL)
- Roberto Monteiro (PL)
- Soraya Santos (PL)
- Marcelo Crivella (REPUBLICANOS)
- Aureo Ribeiro (SD)
- Juninho do Pneu (UNIÃO BRASIL)
NÃO VOTARAM
- Taliria Petrone (PSOL) Ao que seu Instagram indica, estava no Pará num evento indígena
- Hélio Lopes (PL) – Em seu instagram diz que não votou por motivos médicos
- Washington Quaquá (PT) – estava em plenário, segundo seu Instagram, mas não se sabe por que não votou
- Dani Cunha (UNIÃO BRASIL) – fez uma enquete em seu Instagram pra saber a opinião de seus eleitores e até 15h50 desta quarta-feira 94% eram contra
- Marcelo Queiroz (PP) – Não há nenhuma justificativa em seu instagram
- Sostenes Cavalcanti (PL) – Não votou, mas em seu Instagram disse veementemente ser contra a P
- Julio Lopes (PP) – estava, segundo seu Instagram, em agenda em Portugal
- Murillo Gouveia (UNIÃO BRASIL) – seu Instagram dá a entender que estava em Itaperuna
- Marcos Soares (UNIÃO BRASIL) – Não votou e não justificou. Seu Instagram fez uma enquete perguntando se as pessoas são contra ou a favor
- Marcos Tavares – em seu instagram não há nenhuma justificativa
- Hugo Leal – Não justificou sua ausência. Em seu instagram consta uma agenda com o governador Claudio Castro
Representantes diretos do prefeito Eduardo Paes em Brasília, Pedro Paulo e Daniel Soranz votaram a favor da votação do PL 2630. Faz sentido: Paes, soldado de Lula, está se posicionando como um centro-esquerda e será vassalo do presidente, de olho nos recursos para obras na cidade e, consequentemente, sua possível reeleição.
O Republicanos se jogou no colo de Lula, com exceção de Marcelo Crivella, que votou Não e mostrou sua independência do partido. Jorge Braz e Luiz Carlos Gomes votaram Sim.
O União Brasil parece que está em busca de negociação ou preferiu aguardar. Dois deputados votaram Sim, Chiquinho Brazão e Ricardo Abrão. Juninho do Pneu votou Não. Dani Cunha, Murillo Gouvea e Marcos Soares não apareceram.
A direita fluminense, liderada por Carlos Jordy e Otoni de Paula, foi em peso no Não. Mas ficou sem os votos de Helio Lopes (alegando problemas médicos) e Sóstenes (que não votou, não justificou, mas já adiantou que é contra).
Do ponto de vista ideológico ou oportunista, os deputados federais fluminenses já escolheram o seu lado, com uma ou duas possíveis reversões de voto.
O governo Lula entra em seu quinto mês preocupado, de forma urgente, com a força das redes sociais. Até agora nada andou. A economia está paralisada e não há absolutamente nenhuma ação junto ao Congresso para melhorar a sua vida, apenas espasmos de Haddad para criar mais imposto, a eterna sanha da esquerda em tungar seu dinheiro para aumentar privilégios.
A PL 2630, a PL da Censura, é mais um tijolinho para construir uma narrativa de que Lula é inocente. Em brancas nuvens é isso. O mandato de Lula não serve a outra coisa, a não ser reescrever a história e criminalizar quem o criminalizou. E aí nessa lista da vingança de Lula estão Bolsonaro, Moro, Deltan, o Judiciário do Sul, os deputados e senadores mais ferventes e todo mundo que ouse replicar a verdade nua e crua: Lula foi condenado e preso por corrupção, ocultação de bens, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. E, como todos sabem, num toque de mágica, o STF anulou tudo e o pôs de volta no sistema para combater quem combatia o sistema.
Na guerra, a primeira vítima é a verdade. Na ditadura, a primeira vítima é a opinião. Estamos em ambos os momentos: uma guerra contra os corruptos, agora em menor número, menor voz e massacrada; e uma guerra contra os que querem cassar a liberdade de expressão de quem pensa diferente. Tudo isso com apoio da Grande Imprensa – não toda – que, curiosamente, é uma das beneficiadas com a PL da Censura: pela lei, as plataformas de internet serão obrigadas a pagar pelos conteúdos jornalísticos veiculados. É tão absurdo que fede.
Mas vamos a mais cheiros ruins da PL da Censura. O governo Lula terá o poder de criar um órgão para avaliar se as redes sociais estão cumprindo a lei. Oras, o que seria esse órgão senão uma nova SNI? Nem precisava: as agências de supostas checagens, tipo Lupa, já são empresas a serviço do governo infiltradas em gigantes como Meta (Facebook, Instagram). Mas o PT quer mais – quer o controle absoluto da informação.
O projeto também prevê uma censura prévia das plataformas. Quer dizer: se você tiver ódio do Lula, que era presidiário e virou presidente, esquece: será “discurso de ódio”, e, portanto, sua liberdade de expressão estará na lixeira virtual.
A lei também quer que o governo Lula invada o sistema de dados das redes sociais e forneça os algoritmos. É como se você exigisse da Coca Cola a fórmula da bebida. Um abjeto absurdo.
Com a justificativa de combater as fake news, o governo Lula na verdade pretende instalar oficialmente um regime autoritário, como se o Judiciário já não tivesse dado esse start – e iniciar o ciclo do país rumo à Venezuela – ou Cuba.
Como dirimir o que é e o que não é fake news? Para analisar isso, precisamos falar sobre Covid. Em plena pandemia, suas críticas sobre a vacina eram tachados pelas redes sociais de fake news. Ora, hoje vacinas como Aztrazeneca são proibidas nos Estados Unidos, em vários países da Europa e no Brasil, pasmem, não será mais aplicada. Quando especialistas no tema em Harvard falavam sobre os danos fatais das vacinas, especialmente a Aztrazeneca, eram tachados de “fake news”. Muitos foram criminalizados. Muitos foram humilhados. Muitos foram execrados. E agora? O que era fake news não é mais? E essas pessoas? Como compensá-las?
Não existe checagem de notícias complexas sem o distanciamento de tempo e de estudo. Isso não é checagem. Isso é jornalismo ruim. Vivemos sob julgamentos frívolos e inconsistentes.
Os que citam “discurso de ódio” falam com enorme ódio. A GloboNews, que hoje é uma emissora jornalística de extrema esquerda, espuma ódio. Seus comentaristas, entre eles um querido amigo a quem devo gratidão, criminaliza a direita. Chama, diariamente, de extrema-direita quem apenas discorda, como se o sujeito fosse um nazista ou um terrorista. Recentemente, meu amigo, que entre seus pares é o único de relevância, associou a matança da creche de Blumenau a “discurso de ódio bolsonarista”. Noutra vez, ao comentar o sujeito que invadiu o Palácio e tentava roubar um cofre, disse algo como “Alá, o defensor da família, contra a corrupção”, como se todos os brasileiros antiLula fossem criminosos. Isso não é discurso de ódio? Óbvio que é. Estamos aí agora, entregues a um Congresso do toma lá dá cá novamente, um Congresso que vai afundar o Brasil e dizer que, após 14 anos de governos petistas, a culpa de tudo de ruim no Brasil é do Temer e do Bolsonaro. A história está sendo reescrita à sua frente, tal qual a famigerada Comissão Nacional da Verdade, infestada de mentiras. O Brasil do futuro não terá sua história contada de verdade. E você, infelizmente, não tem nada a fazer, a não ser ficar quietinho no seu canto.
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.
Absurdo chamar de censura a luta contra mentira e seus efeitos nefastos. O negacionismo científico do últimos anos nos custou vidas, o golpismo construído por mentiras nos custou a invasão dos três poderes, e o ódio sem freio construído pela direita e os fascistas nos levou ao terrorismo e aos ataques as escolas e as crianças. Somente pessoas com má fé podem chamar de censura a defesa de vidas afetadas por uma rede de mentiras que destroem reputações, uma rede de mentiras que alimentaram a fakenews sobre vacinas e saúde, uma rede de fakenews que incentiva golpe de estado, uma rede de ódio que incentiva ataques as escolas, etc.
Sou muito favorável a artigos de opinião, que vale a pena ressaltar são apenas opiniões, sempre carregado de adjetivação e texto enviesado. Essas características são própria do gênero.
Lamento que o veículo não relacione um ponto de vista oposto para que contribua para o debate público e a reflexão crítica do leitor
Se o autor não sabe o que é fake news, mostra porque o bostonarismo e seus correligionários devem ser varridos do certame político. Ser conservador é uma coisa, mas divulgar informações falsa, que podem prejudicar e até matar, como foi feito durante a pandemia, mostra como o desserviço que Bolsonaro fez a nação